segunda-feira, outubro 30, 2006

JUKEBOXE 7 - 4ª Lição: O Rock'n'Roll do Outro Lado do Espelho

O Rock'n'Roll foi um ressurgimento intempestivo do romantismo. Sinal disso mesmo é a recusa da realidade e o recurso às drogas catalizadoras.

(Jefferson Airplane - White Rabbit)

17 comentários:

  1. Só na música e antes dos sessenta, ficaram conhecidos como agarrados a alguma espécie de droga, Billi Holiday, Charlie Parker, Thelonius Monk, John Coltrane, Miles Davis, Ray Charles para além de outros como Lenny Bruce. A informação vem na Wikipedia, mas há mais como por exemplo Nat King Cole.

    A droga foi o amparo de muita gente da música e do show bizz, e pelos vistos continua a ser.
    Por cá, já se nota o movimento, nos ambientes de moda e das próprias telenovelas juvenis e infantis.

    E eu que nunca fumei um charro sequer...nem me apetece.

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  2. Tirando esses, há por aí uma lista de agarrados que até é muito curiosa, embora de ética discutível. Vem lá um certo GWB e um HC.

    Ainda assim, há rodeios no modo como é apresentada.

    Aqui fica. Ver a lista

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  3. Eu não disse que as drogas eram uma originalidade exclusiva do rock'n'roll. Nem que eram recomendáveis. O paralelismo pretendia-se e subentendia-se com os "românticos", como Baudelaire, Quincey, etc. Essa outra malta não me interessa. Nem vem ao caso.

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  4. Percebi. Mas essa de o rock n´roll ter surgido de um romantismo intempestivo é mesmo uma ideia romântica, parece-me.

    Esses músicos românticos que citas como exemplo, autores do Coelho Branco, são apenas bons músicos e imitadores com lata. Principalmente Jorma Kaukonen a imitar o Reverendo Gary Davis. Uma maravilha, aliás.

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  5. O Rock'n'Roll não "surgiu de", "tornou-se em". A certa altura.No auge. Depois definhou e tornou-se noutra coisa absolutamente abjecta, comercial e gora.
    .

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  6. Há um vídeo gravado em 1969, no dia a seguir à apresentação dos CSN&Y em Woodstock que é exemplar da maravilha que o rock era nessa época e que é tirado de um programa americano de variedades.
    Nele, aparecem Stephen Stilss e David Crosby a falar com o entrevistador e Stephen Stilss mostra os jeans, ainda com marcas de lama do local onde tinham actuado, ou seja, Woodstock.
    Logo a seguir pega na Martin e dedilha perante os presentes, 4+20 years. Na audiência estavam precisamente Jorma Kaukonen e Jack Cassady ( baixista)dos Jefferson Airplane, do tempo do Coelho Branco e do "romantismo". Também Joni Mitchell.
    O rock, depois de 1960-70, vá lá, 71, nunca mais foi o mesmo.
    Comercializou-se total e absolutamente.
    Compõe-se e canta-se para os hits e para os contratos com as editoras. Dantes também era assim, mas havia uma onda criadora que o fazia esquecer.
    O vídeo está aqui. O jorma é o tipo que cabeceia a melodia com cabelo a mais atado por um fio ( acho eu que não consigo agora ver o vídeo mas o tenho em casa).

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  7. Não seria tão radical, quanto à data. Afinal, o "Lamb Lies Down" ainda é de 74; o "Dark Side" de 73; o "Berlin" do Lou Reed, também de 73; entre alguns outros.

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  8. Não é preciso ser radical. Se o fosse, diria, 1969.
    Esse foi o último ano da criação de originalidades, na música rock.

    É claro que depois, nas duas décadas seguintes, foram publicadas obras de vulto, entre as quais estão as que citas.

    Mas até 1971, gramática do rock e a sua linguagem específica, com os seus dialectos vários, ficou toda explicada.
    Vejamos:
    Bob Dylan estava dito
    Os Byrds já tinham tudo repetido.
    Os Beatles já tinham dito tudo.
    Led Zepplin, claro.
    Os Stones idem.
    Os Doors também.
    Os Beach Boys idem.
    Os Moody Blues aussi.
    Os Procol Harum también.
    Os Jefferson Airplane, claro.
    Os CSN&Y igual.
    Os The Who, idem.
    Os Chicago idem.
    Os Creedence, again
    Os Kinks, também.
    Jimi Hendrix, claro
    Santana también.
    O que é que falta?
    O rock progressivo?
    Ora:
    Os King Crimson, já tinham brilhado, com Islands e In the Court of Crimson King.
    Até os Van der Graaf ( Man Erg é de 1971).
    Os Soft Machine, again
    Os Pink Floyd ainda não, mas quase ( Meddle é de 1971).
    Jethro Tull, tudo, quase.
    Os Genesis de Musical Box são de 71.
    O que é que falta ainda?
    Zappa? Hot rats é de 69...

    Tudo que vem depois de 71, por exemplo o Country Rock que aprecio sobremaneira já tinha sido dito pelos Byrds de Sweetheart of the rodeo.
    E assim, julgo ter demonstrado a minha tese. Mas ainda guardo alguns trunfos...

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  9. pergunta de algibeira:
    O "Killer" é de que ano? ... :O)

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  10. Ora bem, sem ver na net( que engana), consultando apenas o The Great Rock Discography, 1185 págs de compilações de "discografias de todas as faixas gravadas por mais de 1200 artistas",editado pela Canongate em 2002, fico a saber que o célebre Killer, foi publicado a primeira vez em Dezembro de 1970, no LP HtoHe who am the only one. Informa-me o cartapácio que foi reeditado em Outubro de 86 e o cd saiu em Abril de 88.
    Não informa, mas eu sei porque andao sempre atento a estas coisas que em em 25 de Julho de 2005 foi reeditado em cd melhorado ( "remasterizado"), em companhia do outro seguinte que considero melhor: Pawn Hearts.
    No entanto, aqueles que conheço linha a linha e nota a nota, de cor e saltedo são Godbluff de 75 e principalmente Still Life de 1976 ( trinta anos agora, merecia um postal só para falar do que sinto com esse disco), o meu grande disco da música rock a progredir.

    Como vês, apesar de celebrar a morte do rock em fins dos sessenta, continuei ainda assim, a exagerar um pouco no anúncio...
    Na verdade não há contradição: a música rock como outras, não morreu de facto em 69. Foi evoluindo e tornou-se aquilo que é: uma mistela.
    Qualquer dia, alguém ressuscita-a como os punks tentaram em finais dos setenta.
    Para mim, a palavra passe para a nova vida designa-se "génio". Há muito pouco disso e por isso se calhar anda por aí disperso noutras actividades criativas.
    Não sei é em quais...

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  11. E esqueci de escrever que escrevi isto que ficou ao som de...Killer e House with no door.
    Casa sem porta...bien trouvé.

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  12. Errado, caro José.
    "Killer" - o melhor concept album de Alice Cooper. 1972.

    Tem uma das faixas mais alucinantes que já ouvi: "Halo of flies".

    Está aqui uma versão ao vivo , com som bastante sofrível:
    http://www.youtube.com/watch?v=GOk1jdIqVX0

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  13. Alice Cooper?! Alice Cooper?!!

    Eu pensava que o tema era do mais puro rock a progredir...nunca de um pastiche de outros roqueiros.
    Alice Cooper?

    Oh, my god! Eu , para esse, puxo logo do meu Deep Purple.Black Night de 70 ou o Fireball de 71.


    Mas está bem. Os gostos não são para discutir e apresentaste os teus.

    De Alice Cooper gosto mais de School´s out. Pop puro...

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  14. Mas olha que Killer, é de...Dezembro de 1971.

    Ahahahaha!

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  15. Don't judge the book by the cover. E é rock a atirar para o pesado. Aliás, se o Cooper é pop, então o Zappa também é.

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  16. Zappa é pop, rock, dwop, country & western, jazz, blues, vaudeville, sheet music, bandas sonoras de filmes, rap, hip-hop avanta la lettre e tudo o mais que Varese e Berio ainda se lembraram de inventar.

    Zappa é um dos melhores compositores de música popular que conheço.
    E é por isso que tenho quase todos os seus discos que ouvi religiosamente e ouço de vez em quando.
    Até gosto do Studio Tan, em que passa quase todo o disco a declinar deixas de pequenas rábulas como é a sublime Greggary Peccary.

    Quanto ao Alice Cooper, não desdenho da sua qualidade rockeira. Apenas sublinho a sua característica pasticheira e a tender para o cliché, o que aliás é mato no rock. E sublinhei que desse modo prefiro os Purple ou até os Black Sabbath da mesma altura.
    Na peça que apresentas, é notória a rapina ao flamengo também.
    Mas rapinas no rock não têm conta.
    COmo escrevi no início, o último disco de Bob Dylan é uma rapina contínua ao passado, incluindo o seu próprio.

    Não me queixo muito, mas vou desgostando quando noto.
    E o valor deve dar-se a quem o tem, por uma questão de justiça.

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  17. Lá iremos, aos "Roxy Music". :O)

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