Talvez umas modificaçõezinhas no léxico acalmassem os fornicoques fracturantes...
Por exemplo, em vez de “interrupção voluntária da gravidez” rotulavam o fenómeno como “deslocalização da mãe fábrica”; ou “despedimento do embrião com justa causa”; ou ainda “ rentabilização dos recursos pré-humanos, por imperativos de mercado”. No fundo, se formos a ver bem, esse até é um dos argumentos basilares da mamã desembaraçada: não permitir que um alião* inoportuno venha estorvar toda uma saga agenciadora de ego-recreação, riqueza e prazer.
Visto sob esta nova nomenclatura, há até uma vantagem que desde logo se impõe: os aborcionistas de esquerda, junkies empedernidos do reflexo condicionado, num ápice, transferir-se-iam de armas e bagagens para a barricada oposta. Alguém tem dúvidas? Em menos de nada, desatavam a bradar contra o neoabortismo selvagem, os monopólios intra-uterinos e suas perversões exploradoras. O que, convenhamos, não deixava de ter a sua piada.
O pior é que, ao mesmo ritmo e com velocidade não menos alucinante, grande parte da direita contra-aborcionista migraria no sentido inverso. E desataria, numa algazarra ainda mais desvairada, a clamar pela redução do défice, pela purga do estado (de gravidez) e pela adjudicação da culpa ao mais fraco e indefeso.
E tínhamos assim, de novo, a questão fracturante. Uma maçada, pois é. E um beco sem saída.
Por exemplo, em vez de “interrupção voluntária da gravidez” rotulavam o fenómeno como “deslocalização da mãe fábrica”; ou “despedimento do embrião com justa causa”; ou ainda “ rentabilização dos recursos pré-humanos, por imperativos de mercado”. No fundo, se formos a ver bem, esse até é um dos argumentos basilares da mamã desembaraçada: não permitir que um alião* inoportuno venha estorvar toda uma saga agenciadora de ego-recreação, riqueza e prazer.
Visto sob esta nova nomenclatura, há até uma vantagem que desde logo se impõe: os aborcionistas de esquerda, junkies empedernidos do reflexo condicionado, num ápice, transferir-se-iam de armas e bagagens para a barricada oposta. Alguém tem dúvidas? Em menos de nada, desatavam a bradar contra o neoabortismo selvagem, os monopólios intra-uterinos e suas perversões exploradoras. O que, convenhamos, não deixava de ter a sua piada.
O pior é que, ao mesmo ritmo e com velocidade não menos alucinante, grande parte da direita contra-aborcionista migraria no sentido inverso. E desataria, numa algazarra ainda mais desvairada, a clamar pela redução do défice, pela purga do estado (de gravidez) e pela adjudicação da culpa ao mais fraco e indefeso.
E tínhamos assim, de novo, a questão fracturante. Uma maçada, pois é. E um beco sem saída.
* Alião - Alien, na linguagem dragoniana. (Devo todavia reconhecer que surripiei o termo ao léxico Caguinchiano).
Mas a coisa já está assim: a loucura é idêntica na militância de ambos os lados.
ResponderEliminarTu viste-me bem aqueles abortinhos na televisão? fónix que abortada foi a mioleira à nascença
Eu cá até acho que devia existir um lei que estimulasse o pessoal internacionalista, multi-cultural, capito-comuna (não confundir com chapitô, apesar da sua óbvia inclusão), habitantes de parques de "campismo" pré habitação social importados do estrangeiro ao kilo, beatos e outros liberalinhos de arrasto, a abortar sempre que possível.
ResponderEliminarAssim como assim, muitos destes já passam a vida a dar "clisteres" de leite (e derivados) uns aos outros (para limpar as entranhas presumo eu!).
E assim era a limpeza completa!
Enfim a coerência da higiene!