a) «Supremo Tribunal dos EUA libera porte de armas em todo o país»
Olhando assim, de relance, para as duas notícias dir-se-ia que a mais assustadora seria a primeira. Afinal, se ponderarmos o gatilho fácil e o ímpeto massacrante endémicos à sociedade americana, caso lá vivesse, eu, pelo menos, com a perspectiva do arsenal à solta, não ficaria propriamente tranquilizado. Não que eu seja exactamente contra isso, apenas, muito provavelmente, trataria de adquirir um Javelin e várias granadas defensivas na dark web (parece que o preço tem vindo a baixar, dado o excesso de oferta)... Pelo sim, pelo não... Como diria Jarry, o facto de sermos prestáveis e civilizados, não impede que sejamos prudentes.
No entanto, o ex-presidente Barak Coiso (assim de repente até parece nome de drone), esse dumucrata fervoroso, irrompeu em lágrimas, clamando todo um terror apavarotado de "milhões de americanos", com as armas? Não, com a decisão do Supremo sobre o direito das mulheres a desembaraçarem-se. Quer dizer, o cenário dum tresloucado, digo, vários, de M16 ou pistolão em punho, não assusta. Mas uma portadora de embrião inconveniente, não poder entregá-lo, em modo expresso, para abate, isso, que horror, é apavorante. Quase de borrar as calças!...
Vejamos, o tal Supremo nem proíbe que as oclusas dêem cabo do minúsculo invasor das suas sacrossantas vísceras. Apenas transfere para a órbita dos Estados essa legislação. Por conseguinte, até estão a descentralizar, ou regionalizar, ou outsourcizar, o que decerto é mais democrático (e market friendly). Até porque o Texas, o maior estado de todos - e o mais importante, de longe, na minha soberana opinião, porque é a pátria dos ZZTop -, pois, o Texas, dizia eu, já ameaçava referendo e secessão, à conta da agenda "dumucrata", sobremaneira, e fogosamente, aberrante. O Texas (e os Estados do Sul, dum modo geral), lá terão decerto muitos defeitos, mas ainda têm algumas virtudes (ao contrários dos restantes, exceptuando talvez o Montana). E se falarmos da música, então, são virtuosos como o caraças e jamais perdoarei aos russos se pulverizarem aquilo do mapa!...
Consequentemente, os tais do Supremo, para variar, pesaram bem as coisas - dum lado a guerra civil, do outro a descentralização - e optaram como manda a prudência, o decoro e o interesse público. Detalhe de transcendente importância: o aborticínio continuará legal na Califórnia e na Florida, as duas principais estâncias balneares da grande nação, pelo que as prenhas aflitas, atormentadas em estados menos liberais, poderão tratar, simultaneamente, do desembaraço e do bronze nas belas praias e resorts daqueles dois destinos turísticos de eleição.
Por outro lado, e nunca será demais realçá-lo, esta é já, sem sombra de dúvida civilijaxional (o x não é erro ortográfico; nem o J), uma questão obsoleta. Como as meninas, desde a mais tenra idade, devem passar a ser metodicamente educadas para mudarem ou abdicarem de sexo, o risco de engravidarem será cada vez menor, até que se chegue à solução ideal de se banir a reprodução biológica natural, dando lugar a reprodução sintética. De resto, não sei se os meus amigos já se aperceberam, mas vai de vento em popa a exploração da carne artificial - cultural meat (ou fake-meat) . É mesmo, dizem, um dos negócios do futuro. Não é por acaso que o distinto e prognosciente Bill Gates, à semelhança da Monsanto, nele tanto tem vindo a investir. Depois, como, graças aos tremendos saltos anti-civilizacionais, tudo se resume e degrada a mera carne, produzir um hamburguer ou um cultural baby, qual a diferença?
Só coisas estupendas e maravilhosas ao virar da esquina.
PS: E notem um dos formidáveis milagres da fake-meat: salva-nos do apocalipse pelo flato bovino. Prostremo-nos em hossana, irmãos!...
Eu só gostava de saber o que é Sodoma e Gomorra tinham que nós, salvo seja, não tenhamos. Ou vice-versa.
ResponderEliminarPorque isto já não estou bem a ver quem lhe pega. É mesmo só por clister.
essa da carne artificial..lá chegará o dia em que seremos proibidos de ter galinhas tendo todos de comprar , comprar , a carninha de plástico..tal e qual aquelas sementes terminator que a monsanto quer impingir.
ResponderEliminara escassez a ser promovida e ninguém dá por nada.
Deus dá , eles tiram.
Nem mais, minha cara amiga!
ResponderEliminarAlém de que ter galinhas é uma coisa tipicamente salazarista. :O)) A nossa esquerda e cripto-esquerda e contra-esquerda vêem isso com muito maus olhos!...
Num próximo postal vou contar uma com "imensa" piada da Monsanto.
O Gates já é o maior proprietário de terrenos agrícolas nos EUA.
ResponderEliminarTexas ficará melhor com o México do que com os EUA.
Arriba Muchachos.