Europa, a originária, foi uma das paixões de Zeus. A actual dar-lhe-ia vómitos.
Para aqueles que acham que a democracia é o "menos mau" dos regimes, como dizia o bipolar, basta atentar que foi graças à democracia que os gregos içaram o actual governo deles e nós içámos este nosso (após termos içado o anterior). Digo nós por estrita solidariedade retórica, pois não tive rigorosamente nada a ver com isso. Sou contra a democracia (salvo entre os anglo-saxónicos, que dela retiram proveito nos outros já que lhe são imunes por genética e resistências adquiridas), por isso mesmo. Porque conduz, invariavelmente, a uma forma de governo pelos "piores". Donde não espanta que o governo seguinte consiga suplantar sempre o anterior nas malfeitorias e na incúria do interesse nacional. E não adianta, numa máquina de produzir chouriços, imaginar, tansamente, que a seguir vai produzir gente proba e vertical, porque não vai. É irrelevante que papelinhos lá metam: o resultado é o picado informe do costume. Se a gingajoga é de produzir chouriços, nunca vai produzir anjos.
Todavia, há pessoas que se proclamam democratas dos quatro costados e ultra-pasteurizadas das ideias. Umas, desde que me lembro, outras desde há bocadinho... mas todas roncantes e arrotantes na sua paixão à democracia, montado num desdém olímpico por qualquer outra forma de regime (todas comunas ou nazis, por conveniência destes promontórios da virtude). Todavia, ao mesmo tempo que proclamam este estado de espírito sublime e imaculado, insultam, grunhem e vociferam a quem quer que não concorde com eles, ou manifeste ideias contrárias às suas (estou a ser piedoso com o termo "ideias"; muito piedoso, mesmo). Ou seja, são democratas de partido único: o seu. Que, de resto, acham muito bem (mais: de inteira e imperiosa justiça!), que açambarque o Estado, a parlamento, os media e substitua até os santos nos pedestais das igrejas Ora, estes democratas do partido único parecem ter resultado duma epidemia (a peste dos comunistas infectou os outros), e agora todos, à mais esquerda e à menos esquerda (vulgo Centrão) querem implantar a ditadura do palavreado.
Esta é outra das razões maiores porque não acredito nesta democracia: a qualidade dos praticantes, crentes e devotos. São democratas meramente retóricos; politicamente são autênticos idólatras da tirania - da estupidez, sobretudo.
Mas a coisa atingiu tal grau de alarvidade, grunhice e mentecapção que agora já nem as próprias fronteiras respeitam: não admitem oposição nos outros países e, pior um pouco, se essa oposição, por capricho da tal máquina dos chouriços, escorre para o Poder. Aí, Deus nos acuda, é um escarcéu medonho e ininterrupto. Dir-se-ia que pretendem, à maneira do Moisés bíblico, castigar o terrítório insolente e a população amotinada com pragas e catástrofes da mais variada ordem, sobretudo de gafanhotos. Sim, porque eles acham as eleições sagradas desde que consagrem a eleição do partido deles. Fora isso, é inadmissível. Na verdade, já são também internacionalistas encartados: o seu partidaço irradia e alastra pelo continente; ou então é uma projecção dos trolles (e patrolles) internéticos ao mundo das notícias; ou se calhar é inter-rail senil, que sei eu!... O certo é que se uma daquelas sondas da NASA tem o azar de descobrir vida eleitoral em Marte, ei-los a largar foguetões de impropérios pela galáxia fora. E nuvens de gafanhotos capazes de causarem ainda algum eclipse total do sol, Deus nos proteja!...
Caso exemplar de tudo isto mesmo tem sido o verdadeiro rilhafoles instalado em redor da Grécia. Enxames de insectos iracundos, injuriam, agoiram e anatemizam a democracia grega (em nome, presumo, da democracia portuguesa). Se bem que a explicação mais lógivca, até, para o seu "internacionalismo estapafúrdio", reside no facto de não se sentirem portugueses, mas alemães, americoisos, FMIs, enfim, qualquer transnacinhalismo delirante desses. Atentemos numa pequena amostra do nível desta opinorreia turística desatada, que, no geral, não ultrapassa a descarga de suinicultura :
A mitologia grega explicada por uma besta...
A tirada mais excitante é quando o solípede proclama ao mundo e arredores:
«A Grécia moderna tem menos de dois séculos»...
Isto é uma argumínia do caraças. Então porque só se reinstalaram independentes e com loja posta há menos de dois séculos não são dignos de confiança, respeito nem piedade. Bonito!... Para extrair uma novidade destas da caixa dos pirulitos é preciso ter miolos de quê - de caca de galinha?...
É que os Estados Unidos só existem há dois séculos e mais uns trocos e não consta que isso os diminua muito. Aos olhos do jagunço escriba, bem pelo contrário, são o farol e o fontanários de virtudes da humanidade. Mais: eles sim, são os verdadeiros herdeiros dos gregos clássicos. E a Alemanha, coitada, só surgiu no mundo há século e meio. O que não a impede de fazer as delícias desta gentinha excitada com o desgraçado do lado. Aliás, parecem aqueles maltrapilhos estropiados à porta da igreja, que, antigamente, odiavam e esgadanhavam os rivais pela esmola da madame. E que dizer de Itália, que só existe há 154 anos? Um piscar de olho do rodas, e enchemo-la de pontapés e vitupérios? Também já não têm nada a ver com os antigos romanos, pois não... Ah, mas ainda constroem Ferraris, Lamborginis e Maseratis, que congregam a devoção maior dos donos destes filisteus da pluma! Valha-lhes isso e Santo Armani!... E há quantos anos existem a Croácia, a república Checa, a Eslováquia, os Bálticos da esquina, e mais não sei quantas freguesias metidas a nação? 'Bora lá cuspir-lhes em cima e esnobá-los por cima da burra - ai deles se pedirem empréstimos?!...
Mas cúmulo dos cúmulos, e Israel? Foi plantada pelas grandes potências há coisa de meio século, ali, naquele quintal problemático. O que é que os actuais israelitas têm que ver com os velhíssimos hebreus? Praticamente nada. Ou pelos menos tanto quanto os actuais gregos têm que ver com os antigos.
A própria Alemanha, não foi ela, há menos de meio século, retalhada e reformatada pelas grandes potências? Não está reconstruída, em parte, há coisa de 20 anos? E não é digna de fazer pela dívida aquilo que, estupidamente, tentou fazer com divisões panzer? Mais que digna. Tem todo o direito, ora essa. Direito é tempo, e tempo é dinheiro; logo, direito é dinheiro.
Mais formoso que este raciocídio só mesmo a digressão geográfica à volta de certos mitos da nossa cultura. Como se toda a gente não soubesse já, desde há muito, ou pelo menos desde que há internet, que Homero, Hesíodo, Platão, Aristóteles, Sóflocles, Aristófanes, Hipócrates, Euclides, Arquimedes e para cima de uma miríade de outros sujeitos inefáveis, não nasceram à roda do Mediterrâneo coisa nenhuma, mas sim no arquipélago do Google, para lá do estreito da wikipédia!...
Então...
E nós, o que é que nós temos a ver com os antigos portugueses? Mais grave: o que é que o JMF tem a ver com um português? E quem diz o JMF, diz todo estes Centrões que vão do Bloco de esquerda ao Bloco de Direita? (Acho que fazem à moda dos Fulas, na Guiné: o patriarca manda cada filho para um partido diferente: assim, ganhe quem ganhar, a família nunca perde.)
Vamos lá a ver. Só o nome "grécia - Hélade" devia colocar-nos a todos, no mínimo, em sentido. Usar de um certo pudor. Tudo aquilo que, por enquanto, ainda nos distingue dos chimpanzés (não é o caso do JMF, que por isso mesmo escreve as baboseiras que escreve; ou de tantos outros caga-lumes internáuticos), a eles os devemos. Só pela patente das invenções dos antigos gregos que são usadas e abusadas por esse mundo fora, os actuais gregos, sendo um triste e vago arremedo dos outros, sombra próxima do Hades, ainda assim, teriam pleno direito a viverem à grande e à ... americana. De empréstimo? Não. De renda. De juros. Entenderam, ó javardos?...
PS: Tinha deixado isto por publicar, porque de certos circos e freak-shows de monstros, monglóides e mulheres barbudas o melhor mesmo (sobretudo por questão higiénica) é distância. Mas como me perguntaram, cretinamente, aí atrás, numa caixa de comentários, era um desperdício cair no chão.
PS: Tinha deixado isto por publicar, porque de certos circos e freak-shows de monstros, monglóides e mulheres barbudas o melhor mesmo (sobretudo por questão higiénica) é distância. Mas como me perguntaram, cretinamente, aí atrás, numa caixa de comentários, era um desperdício cair no chão.
A barbuda já era.
ResponderEliminarhttp://vigilantcitizen.com/vigilantreport/the-agenda-behind-bruce-jenners-transformation/
O bipolar com os americanos deu cabo de Dresden e estoirou o Império inglês, aliás a Segunda Guerra estoirou a Europa. Acabaram de vez os grandes compositores de música, as grandes revoluções na Ciência, a Arquitectura morreu, a Arte também.
ResponderEliminarTemos genética, temos computador, temos foguetões e satélites? Agradeçam aos pais da Ciência. Não há grandes revoluções científicas desde a Segunda Guerra. Há sim um aperfeiçoamento do que já existia, uma evolução Técnica mas não uma revolução paradigmática.
O que veio depois? Lixo.
O Islão fundamentalista surge quando os europeus saem de lá. E pelo caminho traíram o Pahlavi.
ResponderEliminarIsrael é coisa obscura. Eles no plano original também queriam o Sinai e a Jordânia.
ainda bem q nao ficou na gaveta :)
ResponderEliminarditadura do palavreado ...demais.