Em "MacBeth", escreve Shakespeare a dado passo:
« - E que é ser traidor?- Faltar à palavra e juramento.- A isso chama-se traição?- E quem a pratica merece ser enforcado.- Todo aquele que a pratica?- Todos.- E quem os enforcará?- As pessoas honradas.- Então bem tolos são os traidores, pois sendo tantos parece que deveriam ser eles a enforcar a gente honrada.»
E depois viviam a expensas de quem? (poderia acrescentar eu, pensando e transpondo para esta nossa lusa actualidade)...
Mas, caramba, dá que pensar... Constitui mesmo tremendo enigma. Não o facto de haver tantos crápulas e traidores em todas as épocas (leia-se Shakespeare, Sófocles, Camões, Swift, Cervantes, Dostoievski, e todos os grandes escritores de todos os tempos) mas, outrossim, o fenómeno espantoso de existirem (e, pelos vistos, resistirem) algumas pessoas honradas. Será uma lei da Natureza e de quem lá ordena?...
Outra questão curiosa: o que acontecerá a esta minoria problemática se a massificação triunfar? ( fantástico como o recurso a uma série de "minorias de trazer por causa" tem como finalidade essencial acabar com esta Minoria indesejável)...
"o que acontecerá a esta minoria problemática se a massificação triunfar?"
ResponderEliminarPermanecerá activa e em constante renovação.
Explico:
A minoria problemática é um produto mal parido das massas como contraditório à ordem natural.
sempre podemos ir para as catacumbas :)
ResponderEliminarmarina,
ResponderEliminarantes nas catacumbas consigo que no céu com toda essa gentalha triunfal. Pelo menos, e em termos platónicos, seria o subterrâneo cavernento o sítio mais luminoso. :O))
"Treason doth never prosper: what's the reason? Why, if it prosper, none dare call it treason.", como disse um tal de Harington (não o Jon "You know nothing" Snow da TV).
ResponderEliminarMas olhem, como retalhista autorizado de URLs do pando.com (sobretudo de coisas produzidas pela malta ex-eXile.ru), deixo-vos aqui interessante e instrutiva leitura sobre como as nossas belas repúblicas democráticas suprimem a dissidência, parte integral do processo de fabricar consentimento, conforme os manuais do liberalismo. Aqui:
http://pando.com/2015/02/04/the-geometry-of-censorship-and-satire/
Já tem uns meses, escapou-me na altura, mas o conceito de "censura horizontal" está tão bem esgalhado que até os chicos fininhos do liberto-liberalismo mais bronco hão de ter qualquer a dizer sobre o assunto lá mais para 2016 ou 17. (É, são lentos.)
Dragão, Amigo, o povo não está contigo...
ResponderEliminarMas vale dar a alma ao diabo do que tentar vendê-la a Deus (Léon Bloy).
Vá lá ria-se também!
Eu já tenho a minha dose de vergonha de ter B.I. (ou C.U.) de Portugal.
Abraço do eao