sábado, abril 11, 2015

Um Imenso Portugal





Um génio da música, de insuspeita ideologia, a cantar uma verdade do tamanho do céu: nós, portugueses, somos inconfináveis. Viemos apenas descansar um pouco na sepultura. Dormir uma sesta. Enquanto houver mar... Quando Deus quiser, e o sonho nos acordar, a Obra acontecerá.

25 comentários:

  1. O 28!

    E ia jurar que ia lá um carteirista de Alfama

    ":O))))))

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  2. Ironicamente, o disco onde está esta canção alude à substituição de um império, por outro...do português pelo holandês.

    É um elogio à traição...

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  3. E confirma-se a suspeita: há aqui um realismo fantástico imerso e a ressurgir com bafo de dragão. De papel...

    Mas é melhor que nada. Por outro lado suscita curiosidade, tal hipótese.

    Portugal Eterno, um Quinto Império à beira da erupção ostentatória que ninguém lobriga e uma Ideia Fantástica que carece de exposição mediática.

    Volta, Pessoa. Estás na ordem do dia.

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  4. Vou mergulhar outra vez nos anos quarenta a ver se percebo a origem do Mito.

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  5. Não há somente o Portugal da Terra
    Há outro Portugal, o do Outro-Mundo,
    Onde Pedro anda a caçar na serra
    E Inês repete o seu adeus profundo
    Senhor de um povo que entre brumas erra,
    O Portugal-Maior não tem segundo
    Rei Encoberto, quando vais para a guerra?
    Camões, que estás dizendo, moribundo?
    Andaste na oficina do Bandarra
    Ó tu
    Que sentes do bruxedo a garra
    E deitas profecias à lua-cheia!
    Leva-me a crer, com a peneira erguida,
    O outro Portugal de outra-vida
    Por quem a raça anseia!

    António Sardinha

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  6. É isso mesmo! O Sardinha, agora enlatado, é que nos vai dar novos mundos. E ao Mundo, logo a seguir...

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  7. José,

    Se já chegamos à conclusão que os problemas que padece o Portugal contemporâneo são primeiro de ordem cultural e só depois se transformam em problemas políticos e económicos, então é preciso criar uma cultura de elite, a Alta Cultura.

    E a Alta Cultura (que mais tarde será filtrada e recauchutada para servi-la às massas) só irá surgir através da filosofia, não de uma filosofia nova (pois a vestimenta poderá ser bonita mas não servirá ao povo) mas sim com uma filosofia enquadrada na história e na tradição.

    Recomendo este vídeo:

    Quem foi afinal António Ferro?

    http://observador.pt/videos/conversas-2/quem-foi-afinal-antonio-ferro/

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  8. Esperar que um portugalinhês entenda português é esperar que um impotente mental conceba.

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  9. Ó José, essa é a grande questão.

    Os novos mundos já os deu ao mundo quem nos deixou este país, esta língua, este ser.

    E o mundo a quem os deram é o mesmo de hoje, do ponto de vista do país. O mesmíssimo.

    Eu parece-me que é o José que cai no erro de pensar que ele é diferente. Que o mundo e as pessoas são diferentes. Não são. No essencial não são.

    Tanto é o mundo o mesmo que, volvidos oito séculos, voltamos a deparar-nos com os desafios com que se deparou quem aqui mandava nessa altura.

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  10. Estou para ver que Portugal é este tão fantástico que só pode ser entendido por esotéricos iniciados...e cujos profanos só podem almejar ao portugalinhês.

    Salazar não era um dos iniciados. Disso estou certo. Nem Marcello Caetano.

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  11. A única vez que me lembro de ter tido um momento de "realismo fantástico" desta ordem, foi quando me passei com os carteiristas do 28.

    Deve ter sido da paisagem. Deu-me para imaginar um antepassado na mesma situação e a desatar à espadeirada contra aquela mourama e corri com eles a pontapé.

    Está visto que foi disparte mais próprio do Capitão Haddock e agora só disfarçada é que posso lá andar

    ":O))))))))))

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  12. Eu parece-me que é ao contrário: esse Portugal dito fantástico era entendido por toda a gente. É o novo que precisa de iniciação esotérica para se compreender...

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  13. muja:

    descubra-me uma frase, só uma, em que Salazar tenha um arroubo desses.

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  14. Prometo meter a viola no saco quanto a isso e reconhecer a minha ignorância.

    E até gostaria de estar enganado, pode crer.

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  15. O próprio José acabou de publicar imagens de um livro que ensina a História de certa maneira. E que era o que se ensinava na escola.

    Opor-se-ia Salazar àquela maneira de ensinar o nosso passado?

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  16. Não nos estamos a entender, muja.

    Não é isso o realismo fantástico, embora lá vá beber algo.


    O que refiro é a ideia fantástica do Império das quintas e quintos e o esoterismo conexo, mais a ideia do Regresso do Desejado e ainda a sublimação poética da gesta que ultrapassa o Camões pela Direita baixa.

    Daqui a pouco já aparecerão virgens, perdão, ninfas.

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  17. O modo como se contava a História nas décadas de 40 a 60 ou mesmo 70 é subsidiário desse realismo fantástico, mas ainda assim comedido. Mitificado, digamos assim.

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  18. E onde é que isto começou? Com o Sardinha?

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  19. Com efeitos do Ultimatum, provavelmente.

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  20. Quinto Império é Padre António Vieira.

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  21. Menos por aquilo que aqui se diz acima, e mais por aquilo que tenho lido do José, especialmente no Porta da Loja, sou levado a concluir que o 25A só foi coisa horrível por ter defenestrado o Marcello, mas que teria sido uma "lufada de ar fresco", caso tivesse apanhado Salazar no poleiro.

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  22. Ai zézinho, se não fosses tolinho nem existias.

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  23. "E onde 'e que isto começou?"
    A minha ideia 'e que, em parte, as origens remontam ao Filipismo (Bandarra, etc).
    Mas existe um substrato que 'e ainda anterior, remontara mesmo ao inicio da nacionalidade, a Ourique e 'a Igreja. 'E que creio estar um núcleo da questão: 'e possível uma nação sobreviver sem uma ancora ao transcendente? Nao tenho certezas, mas desconfio que o séc XXI vai mostrar que a resposta 'e "nao".

    Miguel D

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  24. "O sonho comanda a vida", como observou o camarada Gedeão, e já antes dele os publicitários.

    Não foi por nada que montaram uma fábrica de sonhos nos brejos de Los Angeles.

    Perdemos essa. Andam aí à cata da origem do 25A, procurem-na em quem acreditou no culto da santinha dessa fábrica.

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  25. Sim eu já tinha entendido José.

    Mas eu procuro justamente ligar esse esoterismo à política concreta. Ou melhor, procuro a ligação que o José faz.

    Porque eu não tenho essa visão. Acho que o que levava Salazar e mesmo a maior parte dos integristas e "ultras" a quererem manter o Ultramar não era essa perspectiva esotérica da História mitificada mas antes pelo contrário uma noção bem lúcida do que é política externa e do modo como sempre se relacionaram as nações e os estados.

    Dito de outra forma: a diferença entre o que passa com o tempo e o que não passa; a noção que não se deve trocar algo que não passa com tempo por causa de ideias de que acabam sempre por passar...

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