Uma distinta leitora e comentadora deste blogue coloca-nos uma questão interessante, se bem que um pouco alcantilada, a saber:
«Achas que hoje- em 2015, ainda poderíamos ter o Império?»
A resposta mais fácil seria relativamente simples: Sim, bastava comprá-lo de volta à Igreja Universal do Reino de Deus, no que o Estado (ou a Câmara Municipal) desembolsaria uma quantia relativamente irrisória. Já o Monumental seria impossível porque foi vergonhosamente camartelado e substituído por um mamarracho qualquer.
Em relação à resposta mais difcíl, esta, naturalmente, prende-se com o Ultramar Português... Vamos por partes.
Se a pergunta inquirisse pela necessidade de termos Império hoje, talvez a resposta fosse um redondo não. Pois se nós, pelos vistos, já não temos necessidade sequer de ter um país independente, ou meramente asseado, para que raio precisaríamos de um império? Era como aquele caso da barraca com piscina e barbecue. Sim, e a esta hora, de certeza, a Troica, a Dioica ou patanoica estaria a confiscar-nos o anexo, mais os indígenas todos que por lá piassem.
Todavia, a pergunta, felizmente, não é pela necessidade, mas sim pela possibilidade de termos o Ultramar ainda hoje.
Ora, possibilidade é uma modalidade bastante mais vasta, espaçosa e facultativa.
Tentemos, então, chegar lá através do rasto da própria coisa...:
a) Seria possível não termos tido a terceira bancarrota?
b) Seria possível ainda termos o escudo?
c) Seria possível não termos aderido à CEE?
d) Seria possível não termos tido a segunda bancarrota?
e) Seria possível não termos tido a Primeira bancarrota?
f) Seria possível não termos anarquizado o país e socializado a economia?
g) Seria possível não ter havido o 25 de Abril?
Note-se apenas uma coisa: se se assume que não seria possível não haver 25, então tem que admitir-se uma negativa da mesma qualidade para todas as restantes questões, assumindo-se igualmente, no corolário de todas elas, não ser possível hoje ter Ultramar. Isto significa que, uma vez ocorridos, determinado fenómenos, neste tipo de mentalidade, passam de possíveis a necessários. Não era possível que tivessem ocorrido de outra maneira.
Admitir isto é admitir que tudo o que acontece no mundo acontece segundo uma cadeia de fatalidade. Este tipo de convicção, à luz dos valores cristãos dos seus proponentes, é absurda, opressiva e pagã, pois remete para um universo de pura mecânica destituído de qualquer liberdade.
Todavia, uma crença deste jaez, como qualquer outro tipo de superstição estritamente individual, ainda que compulsiva, é plenamente legítima. O que já não é particularmente admissível, ou sequer isento de riso, é que o titular dum tão bizarro e unilateral raciocínio pretenda impô-lo como lei geral da sensatez. Como se a sua opinião ligeira e superficial, resultado duma congregação peregrina de preconceitos, irreflexões e boleias analíticas, constituísse baluarte inexpugnável da certeza científica
Como tudo isto é implausível, e a ninguém no seu perfeito juízo atribuível, teremos que admitir que sim, que tal hipótese, no universo da possibilidade, embora difícil, de contornos incertos e discutíveis, seria possível (e no seguimento, bem entendido, de idêntica possibilidade para todas as restantes).
Pessoalmente, a questão não se coloca porque o que conta é a realidade. E a realidade é que não temos. A questão pertinente, e que efectivamente interessa agora, não é se poderíamos ter, mas sim o que fazer para começar a recuperá-lo. Melhor, formulado à antiga portuguesa: primeiro tratamos de recuperá-lo e depois logo tratamos de reunir as condições.
PS: Também não deixa de ser curioso, e brutalmente sintomático, verificar como o marxismo impregna, à maneira de esterilizador de vontades, a mentalidade das massas, metódica e ininterruptamente intoxicadas por toda a espécie de entorpecedores mediáticos. Mesmo pessoas que se arvoram anti-marxistas vivem completamente intoxicadas e peadas com a balela que o acontecer das coisas neste mundo depende de "estarem reunidas determinadas condições históricas", E o mais patético é que segundo estes belos princípios e categorias, o 25 de Abril não deveria ter acontecido a 25 de Abril de 1974, mas apenas uns anos (não sabemos bem quantos) mais tarde...enfim, quando estivessem reunidas as condições objectivas.
Mas então, deixem que pergunte só para acabar: é a história que faz os homens, ou são os homens que fazem a história?
PS2: Uma simples pista, para que não digam que não apresento soluções: começar por recuperar o Escudo.
AHAHAHAHAHAHAH
ResponderEliminarUm detalhe:
ResponderEliminarEu nunca escrevi que o 25 de Abril tinha de acontecer.
E também nunca disse que a necessidade de se perder África tinha de ser da forma que foi.
O resto é constatação planetária.
Nenhum país europeu manteve domínio em África.
Não há aqui marxismo nenhum. Já o inverso é um tipo de voluntarismo maravilhoso que me escapa como realizar.
Quer-se dizer- há quem o "realize" até maravilhosamente melhor que nós.
ResponderEliminarSe calhar por terem maior contorcionismo histórico.
Quanto à pergunta marxista se são os homens que fazem a História ou a História que faz os homens, devolvo-ta.
ResponderEliminar1- Quem fez o 25 de Abril?
2- Quem entregou África?
3- Quem resistiu à entrega de África?
Se foram os homens- basta dar nome.
ResponderEliminarSe foi a História que impeliu esses homens a desmoralizarem ou a fazerem assim e não assado, voltamos ao mesmo.
Por mim tenho ideia que a coisa não se passou com esta causalidade mágica do golpe militar à entrega de África.
Ainda assism, sem marxismos, podemos constatar que existem modas e efeitos de "ventos da História".
ResponderEliminarOs grandes cinemas perderam-se para coentros comerciais ou seitas evangélicas e não dá ideia que tenha sido panca de algum maluco.
Foi geral. Teve a ver com mudanças de gosto e passatempos.
Podíamos ainda hoje ter os grandes teatros e cinemas como o Império?
Se fossemos londrinos, sim.
Creio que o escudo é fácil de recuperar. Basta a casa da moeda voltar a fazê-los.
ResponderEliminarResta é saber quanto valeria e quem manteria cá conta no banco em euros à espera do resultado da conversão.
Sempre que defendem isso faço a pergunta directa:
ResponderEliminarTens contas bancárias cá ou já as puseste a salvo.
Nunca nenhum me respondeu que as tinha cá (incluindo o Morgadinho da Cubata que também defende - para os outros- o mesmo).
Esta prosa insere-se naquele estilo que se apelidava nos anos setenta de "realismo fantástico".
ResponderEliminarJacques Bergier também acreditava em dragões a esvoaçar nos vales antigos.
Até supunha a hipótese de a Terra poder ser oca e lá de dentro surgirem seres fantásticos com poderes sobrenaturais, capazes de reverterem ventos e marés e alterarem o curso de acontecimentos.
Tavez por isso alguns não acreditem em ventos de história ou tendências sociais e outras balelas marxistas e acreditem em realismo fantástico, com hipóteses infindas e maravilhosas.
Confesso que é muito mais interessante, apelativo e cativante.
Mas nada de desânimos: Fernando Pessoa navegou no mesmo mar de cágados...e saiu-se muito bem, com a Mensagem.
ResponderEliminar"mar de cágados" é expressão roubada a António Pinho da Banda do Casaco que a referiu em "navegamos num ventoso mar de cágados".
ResponderEliminarO Niall Ferguson escreveu cinicamente que o fim do Império trouxe grandes benefícios ao Reino Unido.
ResponderEliminarA situação actual seria mais proveitosa, pois as empresas britânicas continuam a explorar os recursos naturais desses países, sem as despesas e dores de cabeça que as colónias acarretam. Não é necessário pagar a funcionários públicos nem construir infra-estruturas, e o poder simbólico continua via Commonwealth.
Portugal poderia ter seguido a mesma via. Fiquem lá independentes, mas nós ficaremos com os melhores solos agrícolas e as nossas multinacionais irão explorar os vossos recursos geológicos, já que vocês não têm tecnologia para isso. Os vossos alunos mais inteligentes terão livre acesso às nossas universidades mas serão seduzidos para ficar a viver em Portugal Continental. Pelo caminho colocaremos fantoches no poder e sempre que necessário financiaremos movimentos de guerrilha quando os fantoches não forem obedientes.
Então e o realismo fantástico sionista? Não ia, foi e vai de vento em popa?
ResponderEliminarQueiram explicar...
«Mas nada de desânimos: Fernando Pessoa navegou no mesmo mar de cágados...e saiu-se muito bem, com a Mensagem.»
ResponderEliminarMuito obrigado pela benevolência do oceano e da companhia. Faz-se o que se pode. E antes isso- mil vezes!- que submergir num mar de lombrigas com os pasquineiros do dia.
Bon appétit, copronauta!
Os pasquineiros do dia têm sido muito úteis para lobrigar cágados...senão inda se confundiam com moinhos de vento e continuaríamos na saga romanceira e de rocinante por perto.
ResponderEliminarLobrigar num mar de lombrigas deve ser coisa obscura. E assaz enganosa. A copronáutica cega, pelos vistos, coincide com a copromancia bizarra: não só o tolo vende peixe estragado como lhe acrescenta leituras intestinais.
ResponderEliminarPresunção e água sebenta....
Pois, quando confundes pasquins com receituários de aleivosias embalas na confusão cropofónica.
ResponderEliminarPor isso, também será natural que nem leias o que se assemelha vagamente a ensaio ou relatos biográficos ou de acontecimentos.
O realismo fantástico é assim mesmo: mosquitos por cordas e exércitos por moinhos enfunados é tudo igual...
E a presunção é minha. A água sebenta não te vale de nada.
Um dia em S.Paulo, nasceu um filho a um "Nisei" (brasileiro de origem japonesa).
ResponderEliminarO pai orgulhoso contou aos colegas que ainda não tinha decidido o nome do filho.
Um dos colegas disse:
- Sugiro Fernando.
O pai replicou:
- Hmm. Fernando não gosto. Mas Sugiro está bom.
(Não sei porque me ocorrem estas coisa ao ler o outros comentários.)
Ou coprofónico, fónix! Q cacafonia...
ResponderEliminarAnedotas? Vai uma sobre Salazar e o aperto do cinto nos anos trinta ( e seguintes):
ResponderEliminarBacalhau à Salazar:
Um prato de batatas...
E também avisei:
ResponderEliminarLança em riste e escudo a postos...
Mas pode haver confusão entre pasquins e receituários de aleivosias?
ResponderEliminarPara haver confusão tem que haver, pelo menos, duas coisas distintas.
Não será antes difusão?
O pasquim faz difusão de receituários aleivosos. A mim faz-me confusão é quem alimenta o espírito com tais manjares. Ou não tem amor ao espírito, ou tem mais amor ao vício.
Os pasquineiros do dia lá por serem anónimos e de escrita rápida à vista, ou seja sem assinatura reconhecida pelo realismo fantástico, não são necessariamente aleivosos. E as aleivosias podem surgir de onde menos se espera.
ResponderEliminarComo se comprova.
E avisei antes:
ResponderEliminarCoice de mula.
da cooperativa
ResponderEliminar":O))))))
Ou "cumprativa", como diziam no tal filme alemão.
ResponderEliminarMas expiliquem lá como é que os sionistas resistem aos ventos da história que, do ponto de vista da nossa nau, lhes haviam de aparecer como uma tormenta e ao invés parece que lhes são sempre de feição...
ResponderEliminarE não quero saber se os judeus isto ou aquilo. O que quero saber é como é que para uns os ventos da história são tormenta que só pode dar em naufrágio, e para outros dão sempre de feição.
Que raio de ventos são esses...
ResponderEliminarZephyrus( 7 da tarde) É isso mesmo. Espero que a Zazie, se o leu, tenha percebido porque é que "nenhum país europeu manteve domínio em África", se é que com isso quis significar que todos "saíram" de África.
Pois Dragão, ele há coisas inevitáveis. Um gajo já sabe, a terra gira sobre ela própria e esta em torno do sol. Independentemente de ser necessário há movimentos repetitivos que nos dão boas probabilidades de antecipamos o futuro. São indícios de boa probabilidade. Não são porém inevitabilidades.
ResponderEliminar.
A Coreia do norte lá continua contra ventos da mudança. É a prova viva q se pode teimar e persistir no mesmo caminho. Contra ventos e marés.
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Poderíamos ter o Império no sec 21?
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A pergunta tem uma resposta simples.
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Não. Podíamos era, isso sim, ter escolhido um caminho melhor. Ver de onde sopravam os ventos e colocar as velas para colher benefícios. O q fizemos foi velejar contra o vento.
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Pior: nem as estrelas soubemos usar para navegar. Malditos astrónomos. Perdemos o norte e com ele a frota toda.
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Em suma, perder a soberania sobrw as colónias seriam uma qyase inevitabilidade. O q não era inevitável era perdermos tudo.
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Rb
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ResponderEliminarAcho que muita coisa se resolvia acabando com o dia 25 do mês de Abril. Do dia 24 passava-se para o dia 26.
ResponderEliminarPara não atrapalhar o calendário, o mês de Abril, então com 29 dias, daria um dia ao mês de Fevereiro, coitado, quase sempre com 28 dias.
Os sábios que estudassem o GMT e o UCT.
Abraço
A diferença inconciliável é entre Filosofia e História.
ResponderEliminarO mito é preciso, pois. O mito é poético.
O sionistas foram legitimados pela ONU.
ResponderEliminarFoi uma oferta.
Quem dá e volta a tirar ao inferno vai parar.
O problema do salazarismo é q, olha q giro, sem Salazar ele deixa de existir. Porque perguntará o dragão indignado?
ResponderEliminar.
Porque, lá está, a probabilidade de fazer um vintage depende de factores que o salazarismo não pode controlar. Os sucessores de um regime autocrático tanto podem ser vintage como calhar na rifa um vinho a Marcelo. Pior mesmo é sair agua pé, o que é frequente. Vejam-se is exemplos de outras ditaduras.
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Na monarquia sempre há boa probabilidade que cepa nova venha fazer um bom vintage. Não é garantido, mas é mais provável. O príncipe, qual cepa nova, é podado desde q desponta.
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Assim, eu diria, a democracia produz em crescendo vinho de fraca qualidade. Cada eleicao é um passo em frente. A probabilidade de sair um vintage é mto reduzida. Quase nula. O salazarismo (e ditaduras em geral) tem probabilidade de 50% em produzir um bom vinho, se bem q um vintage está quase fora hipótese. A monarquia produz vintages com alguma regularidade. Um VQPRD é o mais provável, mas aqui e ali lá se consegue um vintage.
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E, portanto, discutir se o vinho a Marcelo é melhor, pior, igual ao vinho da cepa que lhe deu origem é perca de tempo. Aquele regime foi chao q deu uva. A uva caiu. Literalmente. E com ela as probabilidades. Caiu com os ventos.
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Rb
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ResponderEliminarNinguém está minimamente interessado em ouvir a tua cantiga que é sempre a mesma.
ResponderEliminarComo o único interessado em ouvi-la és tu, podias criar um blogue e repetir diariamente o refrão.
Sabes q a Verdade, zazie, tem o defeito de ser monotonamente "sempre a mesma".
ResponderEliminar.
Eu até já vejo pessoas por aqui a defender o q eu sempre defendi. É um avanço substancial, mas ainda resistem a chamar os bois pelos nomes.
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Rb
Pois é. Ele há coisas do diabo. Eu leio os nacionalistas portugueses e vejo uma versão da historia. A versão parcial dos acontecimentos. Leio outros (a versão do In nas palavras do dragao) e vejo outra versão dos acontecimentos. Também ela parcial.
ResponderEliminar.
Como não confio na versão dos dois, apelo ao bom senso e às noções de moral e justiça.
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Que em causa injusta (guerra ultramarina) não ha moral que aguente.
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Que em moral ausente não há nação que se aguente.
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Rb
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ResponderEliminarÚltimos "pasquins" publicados:
ResponderEliminarObservador, de 1971.
Passagens extensas de dois livros de 1971 e 1972 sobre o terceiro e quarto governos de Marcello Caetano.
Prefácio à 4ª edição dos discursos de Salazar, assinado pelo mesmo na Páscoa de 1948.
Tudo "pasquins"...
Malha-te Deus...
O chique agora são as condenações dos Estados Europeus no TEDH por não alojarem convenientemente os estrangeiros africanos.As expulsões em massa e o confisco promovidos pelos genuínos africanos aos brancos nunca comoveu o dito tribunal.Que acha só que devemos dar a outra face.Como os internacionalistas que nos desgovernam...
ResponderEliminarO método descolonizador e agora colonizador é dá vómitos ó Dragão...
ResponderEliminarPortanto, basta "a ONU" para transformar furacões da história em leves brisas perfumadas...
ResponderEliminarE quer V. que alguém com dois dedos de testa acredite nisso? eheheh!
Ventos da história, ahahah!
Tenho que ir à ONU ver se me fazem alguma coisa às nortadas que aqui dão de vez em quando...
Portanto, se "a ONU" nos legitimasse a coisa, já não era inevitável perder-se o império, ou as províncias?
ResponderEliminarÉ portanto "a ONU" que transforma o realismo fantástico em realpolitik?
PS: a mesma ONU por quem os sionistas cagam e mijam abaixo?
Chamam 'Ventos da História' ao que é, em rigor, 'Cata-Ventos da História'.
ResponderEliminarA visão metereológica da História expulsa o seu fautor primordial: o Homem. Desta forma este deixa de ser responsável pelos seus actos, para ser tão-só os seus contorcionismos de marionetas desresponsabilizados pelos humores metereológicos imperantes.
Os Descobrimentos foram encetados contra os Ventos e contra os 'Cata-Ventos da História' que apontavam para as ventanias Europeias.
Não obstante, uma plêiade notável de portugueses preferiram ir contra os 'Cata-Ventos da História' e enfrentaram mesmo - com mestria - os soberbos ventos atlânticos.
E quando o Vento não era favorável, não se venciam com estórias metereológicas - optavam, amiúde e com fortaleza, navegar à bolina.
Não iam à boleia das Europas...
Homens sem colhoes, como se chamam?
ResponderEliminarEunucos nao é? pois é ...
O discurso do "macho, macho, man" lembra-me sempre a música dos Village People...
ResponderEliminarPor que é que os Descobrimentos foram feitos contra os ventos da História?
ResponderEliminarSustente-se as afirmações ou então tente fazer poesia decente.
Nem todos têm a verve poética e filosófica como o Dragão.
ResponderEliminarOra para quem não a tem, o melhor é ficar caladinho que imbecilidades apalhaçadas já as há em excesso.
Toda a História foi feita com migrações humanas e ocupações territoriais bem como expulsões e perdas.
ResponderEliminarPortugal não se inclui na tendência de lebensraum mas apanhou com mudanças sociais em que o Black Power e o anti-colonialismo era o lema chave.
Anteriormente já tinha sido o anti-esclavagismo.
Nuns casos houve progresso humano, noutros grandes mentiras.
Mas, a verdade é que o colectivo tem muita força.
Pegue-se no exemplo dos grandes cinemas e grandes salas de espectáculos e tente-se explicar como tenderam a acabar sem se usar as tais tendências sociais.
Não conseguem.
Há uma tradição hegeliana (nem é marxista- o marxismo foi metido a martelo pelo Dragão) que explica tudo por leis superações determinísticas.
Mas, também existe História. E esta não se faz caso a caso, sem contar com as mudanças.
Também não se faz com Filosofia. Pode-se é fazer com os ditos "pasquins".
E isto serve para dizer que o que separa o Dragão do José parece-me ser essa forma de olhar que é absolutamente distinta.
Não se faz História com Filosofia e vice versa.
No entanto, só por coisas, numa velha diatribe que tive com o Dragão, quem defendia uma visão hegeliana do catolicismo até nem era eu mas ele (como o próprio reconheceu)
ResponderEliminarÉ sempre lixado tentar-se fazer apanhados civilizacionais sem se chegar ao "espírito da época" e ao modo como ele muda.
É impossível.
Mas há um lugar para o mito que foi arredado dos homens.
Encontrar o seu lugar no presente é que me parece tarefa bem mais interessante que negar a História por tentativas de olhares voluntaristas que não são nem mito nem Filosofia.
"Portanto, se "a ONU" nos legitimasse a coisa, já não era inevitável perder-se o império, ou as províncias?
ResponderEliminarÉ portanto "a ONU" que transforma o realismo fantástico em realpolitik?
PS: a mesma ONU por quem os sionistas cagam e mijam abaixo?"
É exactamente como escreveu, Muja. Aliás eles, os sionistas, que instituiram e comandam o Governo mundial, estão-se completamente borrifando para qualquer organização seja ela dos direitos humanos ou de qualquer outra índole, como por exemplo o Tribunal Europeu dos D.do H. que controlam e orientam da base ao topo, já para não falar da própria União Europeia que eles subverteram logo desde o seu início e na qual, desde então até aos dias de hoje, têm vindo a pôr e dispôr a seu bel-prazer uma vez que nada nela é decidido sem o seu aval despòticamente exercido, como de resto e d'igual modo o mesmo se tem verificado em todas as democracias (e até - infiltrados clandestinamente - nos países que teimam em não querer 'beneficiar' de um regime terreal tão enormemente celestial e paradisíaco) do mundo.
Se v.s precisassem de fazer trabalho académico não arrumavam a questão desta diferença entre Israel e África desta maneira.
ResponderEliminarMas, como agora está na moda a indignação moral, também não é preciso grande tarefa.
Cada vez noto mais isto- tornou-se tudo causa ou indigaão moral e paleio de noticiário.
E, no entanto, o caso de Israel é diferente. Fazer de advogado do diabo e tentar compreender as diferenças dá mais trabalho que a mera provocação ideológica.
Tomem la- o Lord Byron e o proto-sionismo
ResponderEliminarhttp://www.sjsu.edu/faculty/douglass/music/Hebrew_Melodies_Intro.pdf
Zazie, não se trata de fazer de advogado de Israel ou de indignação moral. Não me interessa julgar agora se Israel faz bem ou faz mal.
ResponderEliminarO que quero saber é a razão pela qual Portugal, segundo vós, não podia, ou poderia melhor dizendo, resistir aos ventos da história, e Israel vai-lhes resistindo e ainda faz pouco deles.
Por muito que chateie, v. não consegue enquadrar Israel no panorama histórico das "potências colonialistas" e, muito menos, os árabes nos escravos explorados, para lhes saquearem os proventos da terra.
ResponderEliminarNão pode. Ponto.
Tudo isto tem História. Se quiser, pode começar por estudar o colonialismo e depois as oposições que vão aparecendo.
Tem aí um texto curioso do modo como o Byron, em nome do romantismo helénico, deu em defensor do sionismo.
Isto, antes do Congresso de Viena.
Por outro lado, a questão africana está muito mais ligada ao "black power" e, mais uma vez, v. não consegue pintar os palestinianos de preto.
Fora isso, claro que é um caso único de fechar de olhos por motivos bem mais complexos mas que não se podem inserir nas descolonizações europeias.
Aquilo a que chamamos ventos da História, são estas rajadas que levam tudo por igual.
ResponderEliminarClaro que o caso português era diferente, ainda que também tenha tido esclavagismo, sem ser o inicial do comércio.
Olhe, lembrei-me- leia o Swift que ele é dos primeiros a falar disso de modo delicioso.
O problema besta é outro- é a tal mitificação marxista. E é por isso que, como o Dragão diz, agora borrega-se por empatia de pensamento.
Até fica mal não estar do lado do "outro" desde que nunca se esteja do lado a que se devia pertencer.
O sionismo tem que ser alinhado com as colonizações-hard anglo-saxónicas: Estados Unidos, Ausstrália...
ResponderEliminarÉ coisa de "novo-mundo", "terra prometida"...
Mas em termos de direito internacional, o Muja está cobertíssimo de razão.
A coisa há-de ter ido de exportação civilizacional napoleónica a "napoleão de hospício".
ResponderEliminarPois é. É utopia paralela.
ResponderEliminarQuanto à questão de direito, plenamente de acordo.
É um caso único que é tabu precisamente por ser uma violação de todos os Direitos internacionais e mailos humanos que andaram a embandeirar.
O Byron até fala de uma redenção divina.
ResponderEliminarTeve adeptos por essas bandas.
«hoje- em 2015, ainda poderíamos ter o Império?»
ResponderEliminarAinda o temos.
A analogia é a mesma do homem que fodeu uma mulher a sério e apesar de hoje já não estar a saltar-lhe à espinha a mulher quando confrontada com a personagem sabe que marcou-lhe bem a vida.
Concordas Dragão ou é preciso chamar o especialista na matéria, O Eng.º Ildefonso?
Como tal o império só desaparece quando:
a língua cai em desuso;
a religião do povo for trocada;
as linhas de fronteira sofrem alterações;
Já há tempos deixei aqui a indicação... (a plateia é que é muito desatenta ou não percebe as verdades que são inquestionáveis.)
ResponderEliminarO número de portugueses está a diminuir; porém, se levarmos em conta o número de brasileiros que dizem ser descendentes de portugueses, somos milhões de almas. Paradoxo total! Diminuímos e crescemos ao mesmo tempo!
Eu pouco me interessa para o caso se o sionismo é hard, soft, black power, swift power ou o que seja.
ResponderEliminarO que interessa é: o que eles fazem, ontem, hoje e sempre, é ou não é manifesta, declarada, escandalosa, assombrosa e indecentemente contra todas e quaisquer brisas, ventos, furações, tempestades tropicais, e outras "metrologias" históricas que se possam conjecturar?
Para o conceito de vento da história do séc. XXI aquilo tem a aerodinâmica de uma parede atravessada.
Logo, quer ou não quer isto dizer que ventos da história é só para alguns?
Portanto, insiram-nos e contextualizem-nos lá no black power ou no colonialismo ou onde quiserem, mas só embarca naquilo quem quer ou quem é obrigado.
E obrigarem-nos tinha mais do que lhes ocorreu...
Até lhes ocorrerem os borregos, claro está...
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