Não deixa de ser irónico. A esquerda, que originariamente foi arquitectada e emergiu como agência de subversão e desagregação nacionais, surge agora como baluarte na resistência a essa mesma dissolução externamente induzida. Mas quando a bandeira e a honra duma nação jazem na lama, aquele que pegar na bandeira é, quase sempre, seguido pelo povo. Que tenha sido a extrema-esquerda a fazê-lo, só atesta da putrefacção - mental, moral e política - a que, lá como cá, chegou o centrão travestido de pseudo-esquerda e de pseudo-direita. E revela igualmente do mundo às avessas onde, pelos vistos, cada vez mais nos atolamos.
Entretanto, este episódio grego lembra-me um outro passado nos calabouços de Nuremberga, aquando do julgamento político dos ex-respondáveis do III Reich pelas forças vencedoras. A certa altura, Karl Doenitz terá confidenciado que, em sua convicção, quem cometera a maior parte das atrocidades nazis ou era austríaco, ou era bávaro. E explicou, acerca dos bávaros que parecia detestar especialmente: «São coléricos, excessivamente emocionais. Por exemplo, se um grupo de alemães do norte fosse andar de trenó e, ao subir a montanha, a vara entre o trenó e o cavalo se partisse, eles sairiam do trenó e reparariam a vara. Já um bávaro saltaria do trenó e desataria aos berros, a bater violentamente com a vara partida contra alguma pedra e a dizer: "sua vara má, sua vara terrível!" e outras coisas que tal.»
Se pensarmos que o actual ministro das finanças alemão nasceu lá nas imediações (apostei mentalmente e pude depois confirmar no mapa), não custa nada experimentar um certo gozo só de imaginá-lo furibundo , crinisparso, de rodas pró ar, em vitupérios godos ao trenó helénico: "gregos maus, gregos terríveis!..."
Enquanto o ajudante-de-campo, já precavido e municiado, corre a acalmá-lo, dando-lhe a cheirar e afagar o seu Inaction-man fetiche - uma miniatura - em peluche ronronante e aromático - do nosso fiel Passos Coelho.
Enquanto o ajudante-de-campo, já precavido e municiado, corre a acalmá-lo, dando-lhe a cheirar e afagar o seu Inaction-man fetiche - uma miniatura - em peluche ronronante e aromático - do nosso fiel Passos Coelho.
São católicos.
ResponderEliminarDe rodas para o ar
ResponderEliminarahahahahaha
(sorelianismo, é o que é)
Mas alguém crê em esquerdas "patrióticas"? Já nem direitas, quanto mais esquerdas...
ResponderEliminarDesde quando é que o que quer que seja "patriótico" é o queridinho dos merdias?
Se pegaram na bandeira foi para enterrar aquilo ainda mais. Isso é certinho. A questão é como: acrescentando à dívida? Saindo do euro por forma a demonstrar a péssima ideia que isso é? Não esquecer que estas esquerdices têm todas patrocínios vindos das pronfundidades do "Mercado".
Particularmente na Europa, sempre foram e serão a tropa de choque do Leviatã. Estão para a penetração daquele como uma espécie de vaselina, na sua função utilitária, mas com extra areia para máximo prazer - ou "prejudice". Sendo este nas populações aquele nos que dirigem a colossal entidade.
Quem está à espera de um Chavez, que com todos os defeitos tinha a grande virtude expiadora de tratar os gringos como eles mereciam, acho que pode continuar á espera.
No Verão passado, num parque público de Munique a minha famelga de 5, almoçava-lanchava todos encostados e sentados num banco de jardim. Por baixo, a terra que o circundava até chegar à relva mais além, estava enlameada porque tinha chovido em aguaceiro.
ResponderEliminarUm dos jovens da minha famelga achou por bem sentar-se nas costas do banco e colocou os pés onde devia estar o assento.
Demorou para aí cinco minutos até se ouvir um cascalho de voz em reprimenda óbvia, dirigido ao infractor e provindo de um bávaro já idoso mas ágil e com o dedo a apontar inequivocamente para a transgressaão. O recado em kraut foi logo entendido e o rapaz lá sujou as sapatilhas na lama...
O modo como o bávaro se dirigiu, interpelou e se afastou logo é sinal do que acaba de ser escrito.
Mas...acho que se calhar nem é mau de todo haver quem ensine civilidade quando estamos distraídos...
Ah! Não conheço nenhum outro país da Europa em que isto sucedesse assim.
ResponderEliminarE não ter apanhado com uma folclórica Schuhplattler no rabiosque foi uma sorte
ResponderEliminarehehehe
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarO problema da esquerda é participar do problema que eu chamo de "onfalogénese contemporânea", quer dizer, deduzir a realidade a partrir do próprio umbigo. Daí que prefira a sua história pessoal (e a sobreponha) à história do seu próprio povo. E quem diz a história, diz, ainda mais, a sua religião. Razão pela qual, o tal não sei das quantas, terá prescindido da velha igreja ortodoxa da tomada de posse, trocando-a pela peregrinação ao santuário do martírio comunista pelos nazis. Mas isto também teve a intenção premeditada de chatear os alemães e, nesse sentido, e apenas nesse, até teve a sua piada.
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