quarta-feira, janeiro 16, 2008

Esfolando o Skinner

"


À boleia da sugestão do Glutão d'hóstias residente nas caixas de comentários desta espelunca, onde me recomenda a leitura de Skinner, aproveito para citar, bem a propósito, um termo do Dicionário Shelltox Concise do Dragão...


BEHAVIOURISMO s.m., psicologia do comportamento, doutrina de J. Watson, vidente americano (1878-1958), segundo a qual o objecto da psicologia aruspicina é exclusivamente limitado aos dados observáveis a partir das macaquices e caretas do paciente. (O tal Skinner é da escola deste).


E já que estamos na letra B, dou ainda, de bónus, mais dois termos que convém ir sempre rememorando:


BIG-BANG s.m., mega-explosão imaginária que, segundo certos delírios putativamente científicos, serve para explicar a origem do universo algures no Espaço; pode ser resumida da seguinte maneira: no princípio não havia nada, depois deu-se uma grande explosão e logo a seguir começou tudo aos tiros ( a sabedoria-mor consiste em fechar o círculo de caravanas mais depressa que os outros).

e


BURGUÊS p-s.***, síndroma mental complexa e muitas vezes hereditária, caracterizada por uma avidez porcina, uma mentalidade gananciosa, uma lógica calculista e um espírito inexistente; insigne nobilarca cuja provável e distinta linhagem remonta ao diabo ou, seguramente, a uma flatulência deste; por antonímia de “homem”, o sopro de Deus: peido do Diabo ( a ventosidade nauseabunda em oposição ao sopro vivificante) .


*** - Pseudo-substantivo.

Finalmente, compete-me atestar que, em relação ainda ao Skinner, o próprio nome da criatura diz tudo:
Burrhus Frederic Skinner.
Lá está, meus amigos: só mesmo um jumento para entender e apreciar outro.

Deixo-vos com a chamada "Caixa do Skinner" (bom exemplo da pedagogia do nosso tempo):

Legenda: O Glutão Timóteo na sua fase roedora, de juvenil marxista. Na imagem, onde diz "food" entendam, naturalmente, "wine".

16 comentários:

  1. «só mesmo um asno para entender e apreciar outro.»

    Esta é mazinha... O Timshel não a merece... ih! ih! ih!

    ResponderEliminar
  2. a fotografia é enganadora

    o verdadeiro rato condicionado não é o que aparece na fotografia

    tanto se encontra a ser condicionado aquele que aparentemente está a ser condicionado como aquele que está a condicionar

    mas tu, caro dragão, és um caso irrecuperável

    depois explico-te porquê

    ResponderEliminar
  3. O timshel só explica depois porque:

    1. Precisa de autorização superior.
    2. Agora está na hora da sua autoflagelação.
    3. Skinner não lhe está a atender o telefone para lhe bufar a resposta.
    4. Todas as respostas anteriores são válidas

    ResponderEliminar
  4. As ciências que estudam o "homem mental", psicologia e psiquiatria, e até mesmo a pseudo-crendice da psicanálise iludem o facto de que o importante não é conhecer o homem mas o seu carácter.

    Mesmo o estudo do homem "dividido" para encontrar curas para as doenças da mente levanta-me muitas dúvidas. É toda uma prodigiosa indústria que se coloca em movimento e, à falta de doenças reais não se hesita em criar novas, à medida dos comprimidos e dos "papers" a publicar.

    Além de que certas alianças, como a psicanálise com o marxismo, tornam-se explosivas. A necessidade de criar o homem novo já não necessita de ser um imperativo ideológico, passa a ser vendida como mais uma das consequências da ciência.

    ResponderEliminar
  5. De qualquer forma o Tim é mais outro que também não é básico nem burro. Gostava mesmo que ele explicasse a relação entre o tal livro do Skinner acerca da liberdade, que nos recomendou, e os assuntos que têm sido por aqui abordados.

    É pedir que conte a história para quem não vai ler, eu sei, mas fiquei com curiosidade.

    (imagino que ele e o mp-s não perceberam os posts)

    ResponderEliminar
  6. zazie

    não sei se percebi ou não o post mas a chave para a compreensão da maior parte dos comentários que aqui escrevo encontra-se neste episódio que já uma vez postei:

    "Já passava do meio-dia e o ar estava quente.

    - Que é que o Pirata nos trará de comer? - disse Danny.

    - Na baía há um cardume de cavalas - observou Pablo. Os olhos de Pilon brilharam.

    - Estive a meditar no seguinte plano - disse. Quando eu era miúdo vivia ao pé da linha do comboio. Todos os dias, quando o comboio passava, os meus irmãos e eu atirávamos pedras à máquina e o fogueiro atirava-nos com carvão. Havia alturas em que enchíamos um grande balde com carvão que levávamos à nossa mãe. Pensei agora que talvez a gente pudesse levar pedras para o cais. Quando os barcos se aproximarem, chamamos nomes e atiramos pedras aos pescadores. Como é que eles podem responder-nos? Atirando-nos com os remos ou com as redes? Não. Só podem atirar-nos com cavalas.

    Danny levantou-se cheio de contentamento.

    - Ora aqui está um belo plano! - exclamou. - Isto é que o Pilon é nosso amigo! Que é que a gente fazia sem ele? Vamos; eu sei onde é que há um grande monte de pedras."

    John Steinbeck, "Tortilla Flat"

    quanto ao Skinner espero fazer um breve resumo no meu blogue assim que puder

    mas as noções de "civilização" ou "sociedade" ou etc. e tal apenas assumem relevância no modo como tratam o indíviduo

    mais nada

    ResponderEliminar
  7. Conhecia essa parábola. Simplesmente não tem absolutamente nada a ver com o que o Dragão postou. A menos que tu também nunca tenhas percebido o Admirável Mundo Novo.

    Eu sei que negas civilização ou socieade porque queres apenas "humanidade". O problema é que isso é que é uma ficção. E não existe humanismo fora de sociedades com todas as suas ordens e tradições.

    O que tu queres é o génesis de novo, com a ajuda dos comunistas para prometerem tirar dinheiro a uns e dar aos outros (fantasia tremenda que já devias ter aprendido no que dá) e queres também os correctores da natureza humana, feitos psicos, a anularem toda a diferença individual. Porque Deus fez os seres humanos e disse que somos todos irmãos, mas tu constatas que, para desagrado de muitos, são uns irmãos com pouca irmandade e pior ainda, não são siameses.

    E é verdade, há sempre uns mais iguais que os outros. Geralmente costumam estar a fazer de vigilantes dos que são menos iguais e cuidarem da sua diferença, à custa dos planos e engenharias para tornarem os tais inferiores mais parecidos.

    ResponderEliminar
  8. Mas tu até devias ter percebido o post se nÂo fosses preconceituoso e visses sempre neoliberais e Direita a sair debaixo das pedras da calçada ou de todo e qualquer blogue que não tenha a etiqueta da superioridade moral e divina de esquerda.

    É que aqui falou-se de bandalheira de costumes sexuais como forma de dissolver os tais costumes e manter tiranias enquanto se entretêem. Ora tu até costumas pregar muito acerca disso.:

    «À medida que a liberdade económica e política diminui, a liberdade sexual tem tendência para aumentar, como compensação. E o ditador (a não ser que tenha necessidade de carne para canhão e de famílias para colonizar os territórios desabitados ou conquistados) fará bem em encorajar esta liberdade. Conjuntamente com a liberdade de sonhar em pleno dia sob a influência de drogas, de cinema e da rádio, ela contribuirá para reconciliar os seus súbditos com a servidão que lhes estará destinada.»


    Há intolerâncias essenciais. São estas que eu enuncio como fulcrais e determinantes numa civilização. O tipo de comportamentos e posturas que, por exemplo, são perfeitamente toleráveis num rebanho de ovelhas, numa manada de vacas, ou num bando de galinhas são, de todo, intoleráveis ao homem digno desse nome. Imaginando que, um dia destes, temos um planeta perfeitamente globalizado (isto é, uniformizado, normalizado, terraplenado) e hiper-controlado por um cripto-directório central Todo Poderoso, isso não constituirá, de maneira nenhuma, uma civilização


    Foi isto. Não percebo onde está a dificuldade da leitura nem os desvios que tu e o mp-s fizeram.

    Um veio com o perigo do ur-fascismo porque a liberdade é uma noção neoliberal de soberba, o outro deu-lhe para ir buscar o Larkin e mandar à fava Deus porque o diafragma já permite o sexo livre.

    ResponderEliminar
  9. Zazie,
    sobre essa questão do deus portátil e das vozes ao toinicílio (domicílio do toino, entenda-se) já uma vez desperdicei um comentário aqui nas caixas. Sabemos no que dá a religião-mochila.
    Mas com o mal dos outros posso eu bem. O que eu acho inadmissível, mesmo não sendo católico mas reconhecendo e respeitando o catolicismo como a religião deste país desde a sua fundação, é que os padres andem evadidos dos altares. Largam a Casa de Deus para irem calcorrear a casa do diabo.
    As pessoas não vão à Igreja? Comepete-lhes ir buscá-las onde eleas estão. Interessar-se por elas. Eu moro numa paróquia. Tem uma igreja que, dizem, é belíssima. Nunca lá entrei. Nunca lá fui nem a qualquer outra. Mas um filho da mãe dum padre nunca se deu ao trabalho de me vir perguntar porquê. E, no entanto, devia. Devia, ao menos, explicar-me porque é que eu devia lá ir. Que sentido é que isso faria. Que diferença. Se eu fosse padre havia de chatear as pessoas. Vinha ter comigo e dizia-me: Jesus mandou-me perguntar por ti, meu irmão. E eu havia de lhe responder: tome lá, padre, calce estas luvas de boxe. Lutemos. Se aguentar dois assaltos pela sua fé, eu, César Augusto Dragão, pecador e iconoclasta, putanheiro danado, terei toda a honra em ir à sua igreja.
    Assim, há-de levar-me o diabo. Porque Deus nunca quis saber de mim.

    ResponderEliminar
  10. Exacto, Dragão! perfeitamente de acordo. E fou disso que eu falei ali acima e já tinha dito ontém. Eles baldam-se, andam a banhos e em viagens e em turismo ou negociata, mas baldam-se completamente para a população.

    Por isso e´que depois os diaristas ateístas até já fazem as contas a quantas igrejas vão ser transformadas em cafés e quanto povo vai ser ateu.

    E também foi por isto que me irritou aquela boca do Tim que o resto é que é pecado, andarem em crendices populares. O raio que o parta. Quem em viagem turística à AMI andam eles.

    E o Papa não deu puxão de orelhas por se misturarem com as procissões e festas populares, por serem pagãs. Deu por ter estatísticas do vazio que se passa.

    E, já que se fala nisso, volto à "vaca fria". Também não é com lobbies semi-clandestinos a apanharem "carne-fresca" elitista, para a modelarem e infiltrarem em lugares de poder, que a boa da religião me parece ter obra de Deus a fazer.

    ResponderEliminar
  11. o dragão

    eu não sei se isto é um insulto ou um elogio

    mas não me lembro de um post teu (o alzheimer ataca) com a qualidade deste teu último comentário

    se não o postas rapidamente, posto-o eu

    ResponderEliminar
  12. Mas eu, pela minha parte, excomungo-te já: ó caraças: como é possível teres uma igreja, que sabes que é belíssima e nunca lá teres entrado?

    Então só sobra para ciber com o Caguinchas?

    A primeira coisa que faço quando chego a uma terra é ver a igrejinha mais antiga. Depois as outras, depois inspeccionar os jardins e fauna e, de seguida, os dias de folguedo ao ar-livre.

    Nunca conseguirei entender como há pessoas que entram em tanta porcaria de pseudo-galeria artística e não metem os pés numa igreja.
    ........

    Mas eles também andam a acabar com o confessionário. E aquele esquerdalho do padre Bentes até defende. Claro que há falta de emprego para psicos e para os tais "astrónomos" da observação dos problemas íntimos da espécie humana.

    ResponderEliminar
  13. ciber tasca do Armindo Taberneiro, queria dizer

    ResponderEliminar
  14. É verdade, Tim. É um grande comentário e prova que é assim tudo o que escreve, de jacto.

    ResponderEliminar
  15. Não sejas faccioso, ó Glutão.

    E poupa-me a ostentações.

    ResponderEliminar

Tire senha e aguarde. Os comentários estarão abertos em horário aleatório.