O Dr. Zygmund Klukowski era um médico polaco, director da clínica de Szczebrzeszyn, 15 quilómetros a oeste de Zamosc. Deixou um diário onde, a determinada altura (07/08/1942), se pode ler:
«(...) ordenou-se a todos os judeus sem excepção que se apresentassem no mercado ao lado do Judenrat antes das 8 horas da manhã. Podiam levar consigo 15 quilos de bagagem, provisões para cinco dias e 1500 zlotys. O burgomestre (alemão) anunciou que se tinha de transportar para a Ucrânia 2000 judeus de Szczebrzeszyn e os ferroviários contaram que um comboio de 55 vagões já estava preparado no cais. (...)
Desde o meio dia que a cidade é percorrida por gendarmes (alemães), agentes da Gestapo, polícias (polacos) com uniforme azul-marinho, empregados da Câmara, membros do Judenrat, milicianos judeus, (todos) revistando as casas à procura de judeus. Muitas vezes, a população polaca, sobretudo homens jovens, auxilia, zelosa, na busca dos judeus.»
Curiosa matilha, de facto. Tanto mais que toda a povoação estava cansada de saber qual o destino efectivo daqueles transportes. De tal modo assim era, que já três meses antes Klukowsky descrevia:
«(...) a consternação é indescritível. Alguns (judeus) estão totalmente resignados; outros, de novo atingidos pela loucura, correm pelas ruas, à procura de socorro. Todos estão convencidos de que a mesma coisa se irá passar a partir de amanhã. Imensos judeus dirigem-se para pedir entrada no hospital. Infelizmente, tenho de recusar para evitar que desconfiem de esconder judeus.»
Caro Dragão,
ResponderEliminarO "Judenrat" - conselho judaíco, mais prosaicamente conhecido como: os ratos do esgoto.
Triste 'seita' autofágica.
«toda a povoação estava cansada de saber qual o destino efectivo daqueles transportes.»
ResponderEliminarEram para o Estádio do Dragão?