sexta-feira, abril 27, 2007

f, a Rata fedorenta (ou anti-borralheira)

A inefável Câncio, sempre na brecha -ou na fenda, ou na greta, conforme preferirdes-, insurge-se, mais uma vez, contra o protocolo de Estado. E insurge-se com toda a razão. Faço minhas as palavras dela: «Um documento recheado de salamaleques bolorentos, de "Senhoras de" : "a Senhora de Jaime Gama", "a Senhora de Cavaco Silva", "a Senhora do Doutor Jorge Sampaio", "a Senhora do Doutor Mário Soares", mais "as senhoras dos anteriores primeiros-ministros".»
Se faz algum sentido levarem para um local e cerimonial daqueles as senhoras. É lá sítio para senhoras! Fosse eu um dos eleitos da nação, digo nacinha, e levava mas era as putas. E o Caguinchas, até parece que estou a vê-lo, a mesmíssima coisa. Se não ficava um documento muito mais catita: "a puta ucraniana do Dragão", "As putas brasileiras do Engenheiro Caguinchas", a "brochista a dias de César Augusto", e etc e tal. Aos actuais dignitários, uns pusilânimes timoratos sem emenda, já não peço tanto. Mas ao menos que levassem as amázias. No mínimo, as vaginas de ocasião, ou descartáveis afins. Se não ficava mais bonito, escutem só: "a vagina do Engenheiro Sócrates". Ou então, caso uma tal creditação anatómica soasse a tradicionalismo bolorento, a "goela". A "goela de Fulano de Tal". A "mãozinha marota" ou o "divino nalguedo de Sicrano da Silva"; quiçá a "buraquinho mais apertado de Beltrano de Azevedo". Já para não falar na "dominadora de Coiso da Cunha", ou na "regadora dourada do Doutor Fifi Qualquer da Fonseca". Enfim, todo um mundo de variantes protocolares mais modernas e viçosas que, quanto a mim, era da maior urgência implementar. Quanto ao Cardeal, esse malandro, o protocolo podia eventualmente consignar "a luva preferida do Cardeal". Talvez assim a fernanda já não se escandalizasse tanto com a sua sacramental presença.

E já que estou com a mão na fernanda, aproveito para declarar, pública e peremptoriamente, que não me escandaliza que a pobre coitada chore a morte do seu velho e infausto aspirador. Nestes tempos modernos, de retorno ululante ao animismo, acho até perfeitamente compreensível, lógico, meritório e, ciente de tão devastadora tragédia, envio daqui as minhas sentidas condolências.
Mas, se não me escandaliza, deixa-me seriamente preocupado. Por uma questão de solidariedade humanitária, está claro. Sou muito dado a piedades destas. É que se a sensível criatura se debulha em lágrimas pelo malogro do electrodoméstico amigo, pergunto-me o que fará então - a que paroxismo descabelado não se verá ela transportada - caso lhe faleça subitamente, por exemplo, o vibrador - esse electrodoméstico querido, moderno e emancipador... Entra em depressão profunda? Corre aos barbitúricos? Suicida-se?...
Temendo sinceramente pela sua preciosa existência, aqui lhe deixo uma linha de apoio, em caso de emergência:
SOS Voz Amiga - Angústia, solidão e prevenção do suicídio - 800202669 (linha apoiada pela PT comunicações). Ou 213544545, para situações mais desesperadas.
Queiram, todavia, notar que este gesto, além de humanitário, é sobremaneira interesseiro. Os Gatos Fedorentos podem fazer rir a marabunta pacóvia da nacinha, mas a mim, como esta f, a rata fedorenta, não há quem me faça rir. Deus ma guarde, por muitos e bons anos. Há pois que tudo fazer em prol da sua conservação. Uma rata assim é uma mina. Vale quatro mil gatos. Contando por baixo. Muito baixo mesmo. Até porque, por mais que rebuscássemos, não encontraríamos altos para contar.


PS: estou mesmo a pensar fundar a Liga de Amigos da Rata Fedorenta. Ai deles se me correm com ela do DN!...
PS2: O Blogue ideal, o Uber-blogue: O Dragoscópio, com a f a escrever os postais e eu a tecer comentários aos seus maravilhosos fornicoquezinhos de sopeira avançada. Minto: não era blogue, era o paraíso.

10 comentários:

  1. ahahahahahahah

    o caraças que isto é demais

    ":O)))))))

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  2. Dragão,

    Você está a ser injusto. No que respeita ao aspirador, desculpe, mas excede-se - ou não leu com atenção. Ora veja lá: era "uma das mais compridas relações" da vida da Fernanda. Seria preciso muito vibrador (ou muitos engenheiros técnicos) para suplantar tão proveitosa (e longa! Em anos e centímetros, entenda-se) relação. Uma coisa é o humor e a provocação e outra, bem diferente, é a crueldade para com os animais.

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  3. ahahahahahaha

    Este antónimo agora vem para aqui com fetiches de bestialidade mecânica

    ":O)))))))

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  4. Não há uma técnica abortiva em que se extrai o feto através do vácuo? Não seria antes esta, ó anónimo, a função do dito cujo instrumento?

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  5. Digo, antónimo.

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  6. Creio que não, caro Torturador, e vou dizer-lhe em que fundamento a minha opinião: não me parece que, na função abortiva, o "comprimento" da relação seja relevante (e, para lhe dizer a verdade, até me parece que a utilização que menciona não seria caracterizada pela Fernanda como "relação"). Conjecturas.

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  7. este meu afilhado afinal tem uma mente sórdida por baixo daquele arzinho cândido de teórico

    ":O?

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  8. e eu que cheguei a pensar que era rabicha...

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  9. Suspeito que agora é antes uma
    Rata babada, porca e fedorenta isso sim. E não se lava para não perder o cheiro da borracha especial que o aspirador tinha!

    Do que ela tem mais saudades creio ser daquele poder de sucção único que aquele aspirador tinha (suck it baby!!). Depois de morto, já nem a dupla penetração proporcionada pela mangueira com trânsito excremental entre os orifícios lubrificado com óleos de câncio devia chegar para o fazer esquecer.

    Quanto ao bispo o qu'a gaja tem é dor dor cotovelo.

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  10. Carpir por um aspirador....ok!

    Mas, aspirar uma criança da barriguinha da progenitora, pelos vistos, já não merece tal consideração ou, ao que parece, a carpir por algo esse algo será..... o aspirador (se se estragar).

    Assim estamos....

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