Transposta esta pré-época balnear, restabelecido o quórum na assembleia, voltemos então à vaca fria, antes que o animalejo congele.
Como é do conhecimento público, e deu brado nas touradas, procedeu-se aqui, no "Dragoscópio", a uma "Experiência de Campo" assaz arriscada. Consistiu esta em publicar uma série de postais onde se arrolaram algumas perspectivas gentias acerca dos judeus, ao longo da chamada "Civilização Ocidental".
Pessoalmente, não emiti qualquer opinião peremptória ou juízo assertivo sobre os mesmos. Limitei-me a reproduzir depoimentos de algumas figuras de renome civilizacional, acompanhadas de meras notas de rodapé que mais não fizeram que sublinhar o cerne daquelas. Ainda menos atestei, em modo ou tempo algum, que concordava ou discordava dos diagnósticos apresentados. (E também não foi preciso: cada qual extrapolou a seu bel-prazer e como lhe deu na real gana, ou melhor lhe conveio).
O resultado desta "experiência" não podia ser mais esclarecedor: de imediato, quase de roldão, de charola, fui ululantemente taxado, injuriado e despromovido a "antisemita", "racista", "nazi", "fascista" e outros despejos de idêntica finura. A mera alusão ao povo eleito em termos que não os idolátricos, segundo esta boa gente, atesta nem sequer crítica (justa ou injusta), mas ignóbil ódio. Quem não os ama com devoção, odeia-os sem compaixão. Ou pior: inveja-os, tem ciúmes da sua superioridade atávica, do seu estatuto especial. Planeia massacrá-los. Pois é: O velho leninismo maniqueu sempre em acção, sempre à coca!
O histerismo chegou ao ponto de um infeliz mental qualquer ter criado um blogue cuja temática se resumiu a urrar-me, com grande fúria e frenesim digno de colete de forças e cela almofadada, uma catadupa de acusações e labéus delirantes em torno do seu fetiche nitidamente predilecto: o "nazismo". Este lunático, adepto provável de onanismos necrófilos, obviamente, não conta grande coisa, mas outros houve, de gente supostamente racional, pregadora de morais e devoradora de hóstias. Cito um caso emblemático: Já depois de, pedagogicamente, aqui ter ficado demonstrada uma verdade muito simples –a de que o anti-semitismo (leia-se judeofobia) não foi inventado pelos nazis, não sendo sequer um património exclusivo das direitas, fascistas ou liberais -, ainda um bom samaritano se dignou acenar-me, lá do beco da Má Fé e da pura ciganice, com um "certificado" de "ur-fascista" (seja lá o que isso for). Mesmo que eu fosse anti-semita, e se o fosse não teria qualquer problema em afirmá-lo, alto e bom som (no que em mais não imitaria que, por exemplo, os filo-israelitas que não se cansam de urrar em extase o seu ódio benigno aos muçulmanos subitamente degradados a "nazis", ou "islamofassistas"), não estaria implícito que seria necessariamente nazi ou fascista. Podia ser igualmente comunista, socialista, liberal, monárquico, católico, protestante, muçulmano, republicano, anarquista, libertário, puritano, adventista do sétimo dia, etc, etc. No entanto, é apenas o "nazi" que ocorre a estas excelentes pessoas, panteões ambulantes de virtudes extraordinariamente democráticas. Porquê o nazi? Porquê, melhor dizendo, esta obsessão com o nazi - este fetichismo a todos os títulos despudorado, aleivoso e genuinamente epiléptico?
Em primeiro lugar, dir-se-ia que estes magníficos espécimes da raça humana trajam e desfilam sob ouropéis garridos da mais proficiente e tolerante das democracias, transbordando à flor da pele de jóias, cremes, botoxes, bostiques e perfumes pluralistas, mas lá por dentro, nos recessos da gordura cerebral e sobretudo nas circunvoluções cavilosas da mioleira, abrigam autênticos quartéis de SS Totenkopf, com parada, bordel, messe, latrinas e tudo. São, tudo o indica, imarcescíveis viveiros desses bizarros serviçais. Obviam à sua extinção; reincubam-nos ad aeterno. Basta atentar-se na extrema facilidade com que lhes estala o verniz e no fedor tóxico que exalam via sudorífera. Num ápice, ei-los que arreganham a dentuça e rosnam. À mínima pintelhice, eis-nos sujeitos ao pelotão: chamam-nos "nazi" hoje, como ontem - nos tempos áureos de Hitler - chamariam "judeu". O sentido é o mesmo: "desumanizar o oponente", degradá-lo para lá de qualquer possibilidade de réplica ou redenção. A mesma lógica preside a idêntico processo, só na aparência oposto. Apenas a moda varia; o macaco-manequim é o mesmo. E é igualmente a lógica do número, da manada, do bater no desgraçadinho - na coisa que nem direito à defesa tem: puro mal, completa abjecção, bacilo malfazejo. Claro está que, primeiro, por via ectoplasmática, cria-se o desgraçadinho, pinta-se-lhe a cruz (neste caso, suástica) na fatiota e aponta-se à turba; depois é só superintender ao linchamento público e ecuménico. De caminho, e nunca esquecendo, como é apanágio destes festins macabros, aproveita-se para todo e qualquer ajuste de contas ou retroactivo ominoso em dívida.
Em segundo lugar, dir-se-ia que a salganhada atingiu contornos de fenómeno pavloviano, de reflexo condicionado. Torna-se cada vez mais patente que existem determinadas palavras e temas que desencadeiam reacções automáticas de histerismo, frenesim ou assuada. A razão não é para ali chamada. Muito menos a análise crítica. Distanciamento intelectual, nem vê-lo! Imparcialidade é lepra. E o humor, pior ainda se for irónico, que requer uma elaboração superior da inteligência, esse, maldito seja! Aquilo, sem mais estações nem transbordos, vai direito ao cérebro reptiliano, ricocheteia no labirinto das vísceras e faz disparar uma espécie de grunhido pré-formatado. Um despejo de normalização mental, ao melhor estilo das vending-machines, entra em acção. Algures, um adestramento exaustivo, semi-lobotomizante, procustiano cobra os seus tributos, conduz - pela reata - ao pasto. A logofobia amestrada impera.
Finalmente, e aqui com inelutável certeza, a superficialidade meramente sebosa da tolerância faz-se acompanhar duma maquilhagem de cultura e conhecimentos que, invariavelmente, redunda num quadro deveras bisonho: quanto maior a ignorância sobre um assunto ( e ela chega a ser pavorosa), maior a arrogância postulante, o tom de esbirro assanhado e o hálito catequista do energúmeno a desgafanhotar-se do púlpito. A realidade, compenetremo-nos, jamais estará autorizada a exceder o espelho liliputiano dos seus preconceitos, das suas pequeninas certezas adquiridas numa qualquer loja dos trezentos da massificação modernaça, digo, das suas psicopatias e neuroses induzidas. Não há torcionário de trazer por casa, por pigmeu que seja, que não se sinta vocacionado, senão mesmo predestinado, a Juiz do Supremo.
No fundo, esta gente nem sabe realmente o que significa "nazi"; como desconhece o que significa judeu, ou "anti-semita", ou "semita", ou a maior parte das urnas ortopédicas que profere e desbobina com ares solenes e afectações de saloio esperto, de pato bravo mental. Não sabe, nem lhe interessa minimamente. Detesta quem ouse transpor a sagrada poeira das capas e o sossego sepulcral das prateleiras. Fala das coisas à maneira dos papagaios, dos adolescentes amamentados a sebenta, ou dos beatos entrincheirados na cartilha. Foi sulfatada contra o míldio da dúvida algures, entre filmes, compêndios e pasquins, e, borrifada de tais vaporizações desinfectantes, sente-se fecundada pela própria Luz Divina. Wikipeida-se nos interstícios de cagar-postes. Arremessa atoardas e ferretes sem qualquer outro intuito assinalável que não a pura intimidação, a terraplenagem e o silenciamento de toda e qualquer divergência. Traz a liberdade na boca e a masmorra no coração. Alguém lhe fez da cabeça alfobre, mas nem dá por isso. Saliva e abana a cauda, contentinha. Cumpre o manual à risca e esquadrinha pensamentos hirsutos, pintelheiras abscônditas, à cata de heresias. Obsidiam-na Autos de Fezes, em nome do Santo-Ofídio.
Em primeiro lugar, dir-se-ia que estes magníficos espécimes da raça humana trajam e desfilam sob ouropéis garridos da mais proficiente e tolerante das democracias, transbordando à flor da pele de jóias, cremes, botoxes, bostiques e perfumes pluralistas, mas lá por dentro, nos recessos da gordura cerebral e sobretudo nas circunvoluções cavilosas da mioleira, abrigam autênticos quartéis de SS Totenkopf, com parada, bordel, messe, latrinas e tudo. São, tudo o indica, imarcescíveis viveiros desses bizarros serviçais. Obviam à sua extinção; reincubam-nos ad aeterno. Basta atentar-se na extrema facilidade com que lhes estala o verniz e no fedor tóxico que exalam via sudorífera. Num ápice, ei-los que arreganham a dentuça e rosnam. À mínima pintelhice, eis-nos sujeitos ao pelotão: chamam-nos "nazi" hoje, como ontem - nos tempos áureos de Hitler - chamariam "judeu". O sentido é o mesmo: "desumanizar o oponente", degradá-lo para lá de qualquer possibilidade de réplica ou redenção. A mesma lógica preside a idêntico processo, só na aparência oposto. Apenas a moda varia; o macaco-manequim é o mesmo. E é igualmente a lógica do número, da manada, do bater no desgraçadinho - na coisa que nem direito à defesa tem: puro mal, completa abjecção, bacilo malfazejo. Claro está que, primeiro, por via ectoplasmática, cria-se o desgraçadinho, pinta-se-lhe a cruz (neste caso, suástica) na fatiota e aponta-se à turba; depois é só superintender ao linchamento público e ecuménico. De caminho, e nunca esquecendo, como é apanágio destes festins macabros, aproveita-se para todo e qualquer ajuste de contas ou retroactivo ominoso em dívida.
Em segundo lugar, dir-se-ia que a salganhada atingiu contornos de fenómeno pavloviano, de reflexo condicionado. Torna-se cada vez mais patente que existem determinadas palavras e temas que desencadeiam reacções automáticas de histerismo, frenesim ou assuada. A razão não é para ali chamada. Muito menos a análise crítica. Distanciamento intelectual, nem vê-lo! Imparcialidade é lepra. E o humor, pior ainda se for irónico, que requer uma elaboração superior da inteligência, esse, maldito seja! Aquilo, sem mais estações nem transbordos, vai direito ao cérebro reptiliano, ricocheteia no labirinto das vísceras e faz disparar uma espécie de grunhido pré-formatado. Um despejo de normalização mental, ao melhor estilo das vending-machines, entra em acção. Algures, um adestramento exaustivo, semi-lobotomizante, procustiano cobra os seus tributos, conduz - pela reata - ao pasto. A logofobia amestrada impera.
Finalmente, e aqui com inelutável certeza, a superficialidade meramente sebosa da tolerância faz-se acompanhar duma maquilhagem de cultura e conhecimentos que, invariavelmente, redunda num quadro deveras bisonho: quanto maior a ignorância sobre um assunto ( e ela chega a ser pavorosa), maior a arrogância postulante, o tom de esbirro assanhado e o hálito catequista do energúmeno a desgafanhotar-se do púlpito. A realidade, compenetremo-nos, jamais estará autorizada a exceder o espelho liliputiano dos seus preconceitos, das suas pequeninas certezas adquiridas numa qualquer loja dos trezentos da massificação modernaça, digo, das suas psicopatias e neuroses induzidas. Não há torcionário de trazer por casa, por pigmeu que seja, que não se sinta vocacionado, senão mesmo predestinado, a Juiz do Supremo.
No fundo, esta gente nem sabe realmente o que significa "nazi"; como desconhece o que significa judeu, ou "anti-semita", ou "semita", ou a maior parte das urnas ortopédicas que profere e desbobina com ares solenes e afectações de saloio esperto, de pato bravo mental. Não sabe, nem lhe interessa minimamente. Detesta quem ouse transpor a sagrada poeira das capas e o sossego sepulcral das prateleiras. Fala das coisas à maneira dos papagaios, dos adolescentes amamentados a sebenta, ou dos beatos entrincheirados na cartilha. Foi sulfatada contra o míldio da dúvida algures, entre filmes, compêndios e pasquins, e, borrifada de tais vaporizações desinfectantes, sente-se fecundada pela própria Luz Divina. Wikipeida-se nos interstícios de cagar-postes. Arremessa atoardas e ferretes sem qualquer outro intuito assinalável que não a pura intimidação, a terraplenagem e o silenciamento de toda e qualquer divergência. Traz a liberdade na boca e a masmorra no coração. Alguém lhe fez da cabeça alfobre, mas nem dá por isso. Saliva e abana a cauda, contentinha. Cumpre o manual à risca e esquadrinha pensamentos hirsutos, pintelheiras abscônditas, à cata de heresias. Obsidiam-na Autos de Fezes, em nome do Santo-Ofídio.
Que maravilhas reservará o futuro, neste melhor dos mundos, a estes galfarros sonsos? Sinceramente, não sei. Cumpre-me apenas garantir que vieram bater a boa porta.
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