Eu quero aqui declarar, com a maior solenidade (estou neste momento hirto, em sentido, com a mão direita sobre a "Odisseia"), que declino quaisquer responsabilidades na deriva homofóbica ( e sabe-se lá que restante iceberg submerso detrás desse lúgubre espigão) do Timshel.
Mais assevero, um raio me parta já aqui se não é verdade, que, pelo contrário, depois de cair da mota abaixo*, siderado por um flash súbito, vi a luz. Suponho que era um camião e vinha chupado, o filho da puta. Mas quando acordei na cama do hospital, apaparicado por um rancho de enfermeiras trinantes, apercebi-me do quão errado e maltrapilho vagueara estes anos todos.
Assim sendo, quero arrepiar caminho, a ver se, já não digo a alma, mas ao menos a reputação se salva (e, já agora, a ver se me arranjam também um tachito nas artes – numa telenovela, por exemplo; parece que não se ganha mal).
Sou, por conseguinte, e desde essa tão aparatosa quão providencial queda, apoiante incondicional, frenético e ululante, de todo o folclore gay, quer dizer, todas as legítimas aspirações e reivindicações dessa boa gente, Deus e a Constituição a guarde. E para ressarcir das épocas sinistras em que lhes devotei chacota e zurzidela impiedosas, vou até mais longe: não só os apoio nas suas demandas actuais, como os aplaudo e canonizo em toda a linha, patrocinando de antemão todas e quaisquer bizarrias futuras. Que, de resto, se adivinham e cumprem cadeia de necessidade exemplaríssima. Bem como excelsa. Ou não estivéssemos a falar de pessoas que têm que ser indemnizadas por séculos de bárbaras discriminações e brutalidades, ora essa! Chega, basta, caixote com os tabus opressores!
Diabos me levem, se não se há-de fazer justiça a estas pobres criaturas!
E não é apenas dum legítimo, festivo e basilesco matrimónio que os defraudam. É também no direito de adopção de criancinhas –adopção, claro está, nos moldes gay, ou seja, homos tomam a seu cargo meninos, lésbicas educam familiarmente meninas. E ainda há trogloditas, cavernícolas e demais pitecantropos que acham bem, que se soneguem assim os direitos às pessoas. Num país de amplas liberdades, o serviço de direitos é mínimo, digno do tempo da Maria Caxuxa!
Irra, quero afirmar aqui, alto e bom som, que é uma vergonha que, por esta altura do campeonato, em pleno terceiro milénio, tais direitos elementares ainda não lhes tenham sido outorgados, benzidos e consagrados. De papel reconhecido e abono de família bonificado. E com retroactivos. É inadmissível!...Só mesmo num país do quarto mundo, numa Cochinchina ou Patagónia!
Fôssemos uma nação evoluída, avançada, e a esta hora já estaríamos a discutir, isso sim, o direito, também ele inalienável, dos pobrezinhos ao incesto. Ou dito de outra forma: depois do direito justíssimo de se casarem e adoptarem filhos, o direito, também ele justo, lógico e decorrente, de os educarem. Nos seus sofisticados princípios, valores e tradições.
Abaixo a homofobia! Pim.
* - A expressão "cair da mota abaixo", lego-a ao desvelo clínico do Homem-Prontuário.
«Suponho que era um camião e vinha chupado, o filho da puta.»
ResponderEliminarahahahah
estava à espera de uma destas desde que foste lá chamar homofóbico ao Tim
":O))))
oh dragão
ResponderEliminare quando é que chega vez de enfiares neste teu forno crematório a padralhada, teólogos de blogosfera, sacristas, beatada e outras crendices
estão cá a fazer falta
Valha-nos Deus!...Agora, além de homofóbico, também está teofóbico!... :0/
ResponderEliminarÉ, claramente, uma deriva luciferina!...:0)
(Bem, mas, aqui entre nós, quanto à questão posta, cito Nietzsche (na Genealogia da Moral, acerca desses): "Vale mais um mau sentido que sentido nenhum."
E' pa', o' Dragao, estas mas e' a degenerar!!! ":O))))
ResponderEliminar"Vale mais um mau sentido que sentido nenhum."
ResponderEliminar:lol:
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