quarta-feira, julho 20, 2005

Ornitorrinco luso-americanus


Há uma expressão catita com a qual tropeço ocasionalmente na "blogosfera": "Direita liberal". Tem imensa piada. Acho-lhe imensa graça! Penso até que é uma conjugação felizarda, coquete, digna do cruzamento de duas alimariazinhas dos antípodas ( por exemplo, o ornitorrinco e o rafeiro alentejano; ou a hiena malhada da Namíbia e a foca do Alaska). Figurasse o portento num qualquer cardápio, como prato de culinária, e teríamos certamente um suculento pitéu do estilo "costeleta de bacalhau"; ou "filetes de novilho".
Dir-me-ão, os acólitos, amantes do rigor, que é de fast-food mental que se trata. Que, sendo hamburguer, pode ser de qualquer coisa: cães atropelados, minhocas ou restos avulsos garimpados num qualquer açougue ou lixeira. Ai sim? Pronto, então já cá não está quem falou.

A propósito, aqui fica a definição de "ornitorrinco", no dicionário da Porto Editora (desculpem lá não ser o Houiss):
s.m, Zoologia designação de uma mamífero monotrémato, ovíparo, com bico de pato e um só orifício urogenital - uma forma de transição entre os répteis e os mamíferos -, que vive nas margens dos cursos de água da Tasmânia e Austrália.


Um animal metrossexual, portanto. O único mamífero que põe ovos.

Se eu fosse mauzinho, o que não sou, diria que a variante luso-americana consegue prodígios ainda maiores: usa o mesmo orifício não apenas para defecar e reproduzir-se, como, igualmente, para raciocinar.
Mas isso, não sendo um exagero, seria, claramente, uma indelicadeza.

7 comentários:

  1. Ai de nós se não fossem os EUA...

    God help us!!

    A esta exacta hora estaríamos todos (o Dragão incluído) a participar nos intermináveis desfiles tipo DDR, agitando pompons em frente ás fotografias da iconografia da nossa Revolução: o Otelo, o Vasco, o Barreirinhas....e o inevitável tríptico de Marx, Engels e Lénin.
    E estaríamos a cantar odes trovadorescas aos heróis das FP-25.

    E este refrescante cenário multiplicar-se-ia por quase toda a Europa.

    Como disse um certo 'blogger' um dia destes: 'era com o medinho aos EUA que os comunas se cagavam todos e sabiam que não podiam mijar muito fora do penico. No fim, foram derrotados...já tarde, infelizmente.'

    Quanto aos EUA...bem....têm coisas muito boas, boas, regulares, más, muito más...e péssimas....como QUALQUER OUTRO (no fundo é só um país como os outros) país e, a Europa,por razões cristalinamente óbvias, está impossibilitada de lhes dar lições do que quer que seja.
    Quem tem telhados de vidro...

    Mas nunca se esqueça: quem não tem cão, caça com gato.

    ;)

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  2. Só + uma 'inquietação':

    - Porquê tanta antipatia (eufemismo) para com os EUA?


    Ou está só a ser sarcástico...

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  3. ahahhahaha ew a chinoquita está a papar ornitorrinco com esparguete?

    ":O)))

    que post mais louco

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  4. cá para mim o nelson desta vez chegou tarde. Postes anti-americanos primários já o Dragão não faz há muito. E até foram giros. Ainda andámos uns dias à porrada à custa disso e depois ficámos amigos.
    Agora aqui o americano é mais import-export de estrangeirado de amazon-liofilizada... aposto...
    porque direita e liberal é coisa realmente de monotrémato na nossa terrinha ":O.

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  5. A título excepcional, respondo.
    Vocelência, caro Nelson, corrija-me se estou enganado, voltou de mui tenra idade de Angola, onde terá nascido.
    Decerto os seus pais contaram-lhe, porque é verdade, que, em 1974, Luanda estava mais desenvolvida que Lisboa. É apenas um exemplo.
    Pergunta-me pela minha antipatia aos EUA. Quem julga, o caro amigo, que esteve por detrás dos massacres da UPA, no dia 15 de Março de 1961?
    Chacinaram cerca de 20.000 bailundos (não eram brancos) e 3.000 portugueses.
    Portanto, estranha não é a minha antipatia: estranhíssima (eufemismo) é a sua simpatia.

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  6. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  7. Pois agora é que o Dragão deu na 'coisa'.

    E quem é que presidia aos EUA nesse tempo?
    Pois é.
    Por 'essas' e por 'muitas outras' é que havia que 'put an END' à situação.
    Um inconveniente, era o que ele era...
    A instituição (fundada nas Highlands da Escócia) que dirige os EUA (é sempre a mesma) desde os tempos em que estes ainda eram as '13 continental colonies não podia continuar a tolerar um intruso.

    É como no anúncio dos pópós.
    A certo ponto 'eles' simplesmente disseram:
    "It's not one of ours"!

    E Dallas ali tão perto.
    E tão a jeito!
    Oooops!
    Oh, que chatice!
    (e os repetidos 'azares' que têm, desde então, fustigado essa família de origem irlandesa??? hummmm. Pois.)

    O Dragão já deveria saber que...'que las hay, las hay'!
    ;)

    E não governa os EUA quem 'quer'...governa quem 'pode'. (e não é só nos EUA...é práticamente em todo o lado).

    A partir daí, de forma relativamente rápida, o 'registo' dos EUA voltou a parâmetros mais habituais.
    Entáo com o Reagan foi de 'arrebimb'ó malho'.

    Os meus pais também me contaram que, na altura da hecatombe, os americanos derma uma grande ajuda oas portugueses.
    Muitos portugueses não teriam sequer sobrevivido se não fosse a ajuda de 'gente' do governo americano (e outros) em Angola, pois do (des)governo português da altura é melhor nem falarmos.
    Isto para não falarmos dos aviões...e da ajuda da África do Sul (aliada oficiosa de Washington).

    As coisa não são pretas e brancas.
    Há uma enorme gama de cinzentos no meio.
    Nestas coisas não podemos ser totalmente maniqueístas.

    E há coisas em que , de facto, aprecio muito os EUA e o seu povo.
    Os americanos está muito longe de ser esses 'demónios badalhocos', quadro pintado por certa (não toda) Europa-canhota-com-tiques-marxistóides-logo-idiotóides (coitada) ainda agarrada aos salamaleques e aos tiques manientos e bafientos do antigamente.

    Os americanos (refiro-me essêcialmente ao povo, não aos senhores do governo sediado em Harvard desde 1636) são gente como outra qualquer, com os seus defeitos e virtudes mas, como certa vez aventou o Clark, é uma sociedade caracterizada por um enorme dinamismo (para o bem e para o mal). Por gente geralmente corajosa, que não tem medo. Uma boa parte são descendentes dos emigrantes excluidos da Europa das cartolase manias,dos bailes de debutantes e dos barões e baronetes, que se entretinham nas suas 'actividades' enquanto a maioria desvanecia à míngua.
    A América fez-se grande, pois, como diz o povo, a 'necessidade aguça o engenho'.
    A 'velha Europa'* ainda não digeriu o facto.
    Azar o nosso, que deveríamos ter governanças bem melhores....mas andamos (eu não, NUNCA) obstinados em salvar a merda do 'glorioso caminho para o tal de Socialismo'!
    Glorioso caminho é para o caralho-que os-foda!

    Outra coisa: o Dragão já imaginou o que teria feito a URSS sem oposição 'á altura'??

    Pois é....
    É tudo muito lindo e muito simples, mas......na realidade não é assim tão simples.

    A 'velha Europa' é o Titanic, já bateu no Iceberg, começam-se a aperceber agora que a loiça está a deslizar nas mesas....mas a capacidade flutuante está já esgotada.
    A água entra a rodos.
    O navio inclina-se e geme.
    A 'velha Europa' está liquidada.

    *O termo 'velha Europa' aparece aqui no sentido em que Donald Rumsfeld (num acesso de inspiração) o descreveu, ou seja: o conjunto de lapas e carcaças velhas que bajulam o decadente e sinsitro conúbio Paris-Berlim que, a TODOS os níveis, tanto mal tem feito à pobre Europa.

    Os Estados (todos eles) não têm 'valores'....têm interesses.

    Não sou idealista nem tenho grandes ilusões.
    Se 'isto' (a que pomposamente chamamos de Civilização Humana) sempre foi assim desde a Babilónia, não seria certamente agora que iria mudar.

    Na verdade sinto que estamos (à escala global) numa espécie antecâmara do Inferno.
    Estamos na eminência de uma tremenda catástrofe de proporções bíblicas....que já não pode ser evitada.

    É só uma questáo de (não muito) tempo.

    É claro que adoraria (e agradeceria desvanecidamente) que me provassem o contrário.

    Conto com o Dragão;
    pois eis-me desaustinado e deseperado....

    PS (vade retro) - Não sei porquê, quando por aqui ando, sinto que o Dragão 'incorpora' Don Quijote e eu 'incorporo' o Sancho Pança.
    Oh diabo....

    PS2 (cruzes!!) - "Postes anti-americanos primários já o Dragão não faz há muito. E até foram giros."

    Eu sei Zazie, eu sei, mas eu sempre encarei esta temática como um verdadeira desporto.
    É como o tiro ao 'sitting duck'

    faz sempre Quá-quá'

    ;)

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