«A grande tradição intelectual que chegou até nós, desde Pitágoras e Platão, nunca se interrompeu ou perdeu com bagatelas como o saque de Roma, o triunfo de Átila ou todas as invasões bárbaras da idade das trevas. Apenas se perdeu após a introdução da imprensa, o descobrimento da América, a fundação da Royal Society e todo o progresso do renascimento e do mundo moderno. Foi aí, se o foi em qualquer parte, que se perdeu ou se quebrou o longo fio, fino e delicado, que vinha desde a antiguidade remota. O fio dessa rara mania dos homens - o hábito de pensar.»
- G.K. Chesterton
Passou-se da rara mania dos homens ao popular desporto dos anti-homens: a obsessão de dispensar. Dispensar Deus, dispensar o Homem, dispensar a Realidade, dispensar a memória, dispensar a Inteligência, dispensar a postura vertical e, sobretudo, a maçada de envergar qualquer tipo de vértebra ou ossatura vagamente ética. Esqueci-me da Verdade? Está implícito.
Chesterton era muito à frente do que estava por advir.
ResponderEliminarNão errou em nada. A civilização ocidental é que errou em tudo.
O fio condutor perdeu-se ou perde-se sempre que uma liderança, ao invés determinar/aglutinar, pela imposição ou pela sedução, fá-lo servindo a Deus, o Diabo, a gregos, a troianos e a malucos, tudo ao mesmo tempo.
ResponderEliminarEm minha casa a dispensa há muito que foi dispensada, só há loja e adega!
Anónimo da poesia
todo o progresso da renascimento
ResponderEliminarLá me resignei a largar quarenta balas por um capa mole aos vigaristas da Payot, mas já comecei a ler o "La Philosophie au Moyen Âge" do Gilson.
É todo um mundo, Muja, acredite. E vai ver que os renascentistas e iluminados já vêm muito de trás. Preste especial atenção ao século XII, quando lá chegar.
ResponderEliminar´«loja e adega»
ResponderEliminarIsso é dito à maneira do norte, presumo...
Mas em havendo adega, toda a restante edificação devém redundante ou supérflua sobreposição. Lembra até um pouco a história da Filosofia. A adega desta é a Antiguidade, bem entendido.
Presume bem!
EliminarSendo eu um mero ignorante, é bem certo que os actuais filosofadores não passam de inertes tentando algum cimento dessa antiguidade no sentido de alienar o sentido crítico, construindo castelos de areia ou edificando pontes ligando a margem do nada à margem do inexistente.
O hábito de pensar dá viver. Assim, e sem isso, imensos existem ébrios sem adega e empanturrados sem loja!
Anónimo da poesia.