domingo, abril 16, 2023

Assédio ambiental (ou a abstracção traída pela natureza)

 O chuxólogo Boaventura qualquer coisa distinguia-se por um conjunto de excitações vácuas na cabeça de cima, e  concomitantes esguichos abstractivos  com que entretinha o patego puguessista de arribação. Todo aquele encefalo-meteorismo fazia-se passar por culturo-critiqueta de sabe o diabo o quê, algures entre  a aleivosia luminosa, o dislate de arremesso mediático e a macaquice emancipada. Pois bem, verifica-se agora que almejava algo mais consequente (e apesar de tudo, mais meritório), com as excitações na cabeça de  baixo. Não sabemos até que ponto esguichou ou não nos putativos alvos - naturalmente inocentes e angélicos - dessa fervura. O certo é que vão cancelá-lo com todas as letras. Portanto, ironias do destino, não é apenas a revolução que devora os seus filhos: são também os/as revolucinhários/as que  canibalizam - em requentação no micro-ondas - os pais.

 Eu escrevi "revolução"? Eh pá, desculpem a minha desactualidade: eu queria dizer aberração.

PS: Em todo o caso o grande problema universitário não é seguramente o assédio sexual (ou moral, episcopal, ou que seja) dos lentes às/aos alunas ou alunos. Ou vice-versa. No meu tempo, fartei-me de assediar as colegas e havia uma professora de letras que eu imaginava, com grande volúpia, a assediar-me o mais possível. Palavra de honra,  era mesmo uma das minhas fantasias recorrentes... A sério que já não  tenho paciência para tanto puritanismo de vão de escada e neobeatismo de esquina!  Já não me deixam assediar castelos há séculos; se não me deixam assediar mulheres, vou assediar o quê? Mas divago. A universidade, dizia eu, e o seu desarranjo principal. Sim, é assédio, e o pior de todos:  assédio asinino. Das bestas da generalidade dos professores às bestas da generalidade do alunos (e dos catedráticos aos assistentes e por aí a fora e abaixo, e ao lado, e ao fundo). Essa moléstia é que é altamente pervasiva, abusiva e infecto-contagiosa, sobremaneira na forma particularmente virulenta de escantamento mental. Com os resultados calamitosos que se reconhecem e manifestam, sobretudo, nas pantalhas e escaparates. E nesse assédio é que o tal chuxólogo era inveterado, desenfreado e delambido. E nisso é que deviam (a ele e a tantos outros) cobrar de polé e pelourinho. Capishe?

PS2: Se começo para aqui a desbobinar as minhas histórias da Universidade, então é que vai ser o bom e o bonito...

19 comentários:

  1. Assédio é a coisa mais natural... e animal.
    Hoje o pessoal é tudo medroso... e merdoso.
    As seitas das falsas ideologias cospem para o ar e o tempo é sempre magnânimo.


    PS2... conte algumas histórias do passado contra este tempo de mortos-vivos.

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  2. Caro Dragão,
    Esse PS2 é para provocar os seus leitores?:-))
    É que pode crer que essas histórias fariam um sucesso retumbante, ficamos a aguardar ansiosamente!

    Miguel D

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  3. Sr. Dragão, PS2 deve ser muito "juicy", hehe.

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  4. Caro Miguel,

    nesse caso , talvez seja melhor remontar a retrospectiva ao Liceu e à Primária. Uma cronoscopia completa. :O)

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  5. Figueiredo6:26 da tarde

    As universidades públicas em Portugal são um antro de propaganda e revisionismo liberal/maçónico, as universidades privadas é o mesmo lixo mas só vai para lá quem tem dinheiro para comprar os cursos.

    É impressionante a mediocridade, parolice, ignorância, iliteracia, problemas mentais, e deformações físicas, da maioria daqueles(as) que possuem o 12º ano, licenciatura, mestrado, ou doutoramento, que para além disso, não têm perfil nem capacidade para desempenhar funções nas áreas em que se formaram.

    Se fizerem testes psico-técnicos, mais de metade dessa gente que tem canudo, ou frequentam o ensino universitário, ou pretende vir a ter e frequentar, o resultado seria claro, não têm ou tinham perfil para frequentar a Academia.

    O liberalismo/maçonaria, caracteriza-se não só pelo puritanismo, mas também pelo ódio às mulheres e à prática sexual natural, ou se preferirem Heterossexual (entre um Homem e uma Mulher), o nacional-socialismo era mesma coisa.

    Só não entendo como é que as mulheres - que neste momento estão ser completamente trucidadas pelos liberais, falso feminismo, e ideologia de género - aceitam subjugar-se a esta situação, iludidas através de uma falsa emancipação, pelo emprego que lhes foi dado não por terem mérito e perfil, mas porque o Governo dá subsídios às empresas para contratarem só mulheres e impõe cotas de género; isto é só exemplo entre muitos outros.

    Que os camafeus que para aí andam, psicopatas, e encalhadas, alinhem nesta aberração, até se entende, mas ver a maioria das mulheres a ir de arrasto, já não é normal.

    Depois queixam-se que ninguém as engata e andam com o pito aos saltos.

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  6. Dragão,

    conhece um Bernardo Souvirón?

    Valerá a pena?

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  7. Muja,

    não conheço. Mas nessa matéria sou muito suspeito. Bebo nas fontes, não bebo nos bebedouros e bodegas (como dizem nuestros hermanos). :O)
    É como na filosofia: nunca passei cartão a comentadores. Sobretudo dos clássicos, isto é, dos autênticos e originais. O resto, como não me canso de dizer, são notas de rodapé.

    Valerá a pena? Não apostaria muito nisso. Arrisque. No máximo, esportula uns euros. E se o fulano tem alguma paixão pela cultura antiga, já é algum mérito nestes dias tenebrosos que correm, e Deus o abençoe e proteja.

    Que literatura sobre a mitologia grega já conhece vossência?...




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  8. Nenhuma!

    Tirando umas adaptações em prosa da Odisseia que devo ter lido já não sei quando...

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  9. Então é assim:
    Homero - Odisseia
    Hesíodo - Teogonia
    As tragédias todas, de Esquilo e Sófocles (Eurípedes já deve ter aprendido aqui o que significa... :O))

    Uma obra generalista e boa introdução para o neófito: "Os Mitos Gregos", de Robert Graves.

    Sobre o mundo grego: "Paideia", de Werner Jaeger.

    Só esta última dá-lhe rilhanço para muitos meses. Mas é um bom princípio de alfabetização. :O)

    PS: Mas o Homero e o Hesíodo são o alfa e o omega da coisa. Atente no lema sub-título aqui da casa...

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  10. Figueiredo7:30 da tarde

    Sr.º Dragão, não se esqueça de redigir o seu Trópico de Câncer escolar, publique no «Dragocóspio», e quiçá, mande imprimir umas cópias ao estilo folha-volante e arranje alguém discreto que as leve escondidas dentro da gabardine, para as vender junto às portas da universidade.

    Entretanto, já não se faz assédio como antigamente:

    https://www.youtube.com/watch?v=aUWUC26BesI

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  11. Dragão,

    Obrigado!

    Então e os gregos leio traduzido em verso, não é? Tem recomendações? Português ou francês, ou até castelhano...

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  12. Caro Draco,

    A Ilíada não O convence? Há uns anos era pela Odisseia mas hoje estou mais pela Ilíada, acho que nos é mais estranha.
    Se me permite mais um apontamento:
    A Antigona às vezes parece-me a obra mais importante do Ocidente, acho que está ali exposto o que nos distingue ou, pelo menos, aquilo que um dia distinguiu os primatas a leste do Bósforo.

    Miguel D

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  13. A Ilíada é um monumento. Mas a Odisseia é a maior obra de arte escrita de todos os tempos. Podia-se perder tudo. Restasse a Odisseia e reconstituia-se a civilização.

    Eu sou como sou porque, pelos meus cinco anos, a minha mãe contou-me a história de Ulisses. Foi, de longe, o "mito" que teve mais impacto na minha existência. Não me pergunte porquê, mas foi assim. Já aqui, em tempos escrevi, e está documentado em postais, num especialmente, a aventura de Jesus é uma Odisseia.

    E tome lá, por ser para si:
    https://dragoscopio.blogspot.com/2008/06/ningum.html
    (é uma passagem do "Tratado da Besta")

    e também:
    https://dragoscopio.blogspot.com/2004/06/taca-l-ao-fundo.html

    E já agora, ainda sobre Ulisses:
    https://dragoscopio.blogspot.com/2012/04/ecce-homo.html
    (também com bónus especial).

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  14. Meu Caro,

    Muito obrigado. Vou guardar esta.

    Miguel D

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  15. Caro Dragão,

    Pergunta breve, qual é a editora da obra "Paideia" que recomenda? Apenas encontrei uma tradução em português do brasil (Martins Fontes). Sou fluente em alemão mas quando é para ler coisas profundas é na língua do Luís Vaz! Contudo, é preciso ter muito cuidado com as traduções! Especialmente deste tipo de obras.

    Já agora e a última obra dele? "Cristianismo Primitivo e Paideia Grega", por acaso estudou esta?

    Saudações,

    Alma Portuguesa

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  16. Perdão, vi agora o link para o PDF da obra e vi que a tradução é do Artur Parreira.

    Saudações.

    Alma Portuguesa

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  17. A tradução da Martins Fontes é bastante aceitável. A outra obra supra-referida também tem o seu interesse. Embora para questões referentes ao cristianismo e a filosofia grega eu deva recomendar antes, dum modo geral, o E. Gilson.

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  18. Olá Dragão, é capaz de me dar alguma opinião sobre estes dois livros:Introdução à Filosofia Patrísco-Medieval e História da Filosofia Antiga, ambos da Maria Manuela Brito Martins, Professora de na faculdade de teologia da UCP de Lisboa.

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