São dois dos certames mais frequentes da música rock: qual é o teu Beatle preferido (Lennon ou Mckartney); qual é o teu Floyd preferido (Waters ou Gilmour). Vem ao caso a segunda. Mas o meu Floyd predilecto não é Waters nem Gilmour: é o fundador, Sid Barrett (o crazy diamond, pois); e o meu segundo predilecto também não é Waters nem Gilmour: é o Richard Wright, o teclista. No terceiro lugar, finalmente, surge Waters, o maior criador da segunda fase e, em larga medida, aquele a quem devemos Dark Side of The Moon e Wish you Were here, além de Animals e The wall. E, na devida proporção, o herdeiro da loucura de Barret. Quanto a Gilmour é um extraordinário guitarrista, um bom músico, mas, enquanto pessoa, pelos vistos, está nos antípodas de Wright.
Entretanto, Waters tem outra característica que muito prezo: é um tipo desassombrado, desalinhado e com eles no sítio. E não se aconchegou na lobotomia instalada. Ultimamente, a somar às críticas a Israel (pasme-se!), juntou a recusa da idolatria e da prostração adoradora ao psico-circo de Kiev.
A resposta do "sistema" não se fez esperar. Afinal, a dimensão do Roger é tudo menos diminuta. O ventriloquismo, velhaco e sonso, processou-se através dum asset conveniente: a vagina do Gilmour. Diz que é escritora e Polly... altamente lambuzada pela crítica, isso é documentável, pelo que ficamos logo esclarecidos quanto ao pedigree dos patrocínios e ao fulgor do talento (escreveu letras para os medíocres albuns a solo do marido, entre outros prodígios). Para notícia e amplificação pelos escatofones de serviço, ficou um ad hominem em larga escala e menu completo:
Escusado será dizer, que o Roger Waters subiu ainda mais na minha consideração. Dos vivos é, sem dúvida, o meu Floyd preferido. Continuo a admirar as guitarradas de Gilmour, mas mais nada.
E do vómito vaginal da coisa, só um epíteto se aproveita, ou seja, tem fundo de verosímil: invejoso. Sem dúvida, e o próprio Waters o reconhece, tem inveja, temos todos: de Lennon/McKartney. Já para não falar em J.S. Bach. Porque aí, não é apenas inveja, é desespero extremo com a nossa vermicular condição.
PS: Em todo o caso, tem-me surpreendido como é que o Waters não foi ainda completamente cancelado. Mas suspeito que para lá caminha, a mau vapor.
Em honra do fustigado, fica um daqueles momentos para a eternidade e uma das minhas músicas para uma ilha deserta:
Assino por baixo . Confessando que suspeitei que tivesse sido capturado pelos liberais , pela veemência contra o homem laranja durante o seu consulado . Mas estava a ser apenas ele , o rebelde das letras do Meddle , wish you were here , the dark side of the moon e claro , the wall ....
ResponderEliminarParafraseando um amigo , a cona matou o Gilmour .
ResponderEliminarMeh, do "leave the kids alone" Waters ficou-me aquela foto pós-eleição do Trump, em que está ele num palco a endoutrinar crianças com uma daquelas t-shirts papalvas a dizer "RESIST".
ResponderEliminarMesmo assim - e dando de barato que o Trump realizou um monte de merda -, não foi tão grave como o John "Imagine" Lennon. E, não obstante, o John Lennon é o maior.
ResponderEliminarE já pensou que o Mozart era maçónico?
E aqueles gajos que construíram catedrais...
A Arte, com A, utrapassa todas essas merdas.