Recentemente, parece ter vindo à tona aquilo que já toda a gente sabia e estava cansada de saber: que a blogosfera anda inundada de pânditas e pandilhas mais ou menos pagos. É igualmente consabido da azáfama sabujeira dos tempos do consulado pinoquial. Pertence já ao domínio da lenda a saga do "Câmara corporativa". Em bom tempo, e quando Pinóquio I, o Animal Feroz, estarrecia a concorrência, bengalei com gosto esterqueiras puxa-saco como a do Gourmet da Porcalhota e congéneres (o "Avô cantigas", a "Turbo-sopeira", etc). Sei que é uma instituição nacinhal, a sabujice, mai-la prima velhaqueira (com elas ambas se constroem curriculos e carreiras), mas, ou porque nunca fiz grande caso disso, ou por causa dum feitio independente incorrigível, ou por um cúmulo dos dois, sempre votei tais fenomenologias a um profundo desprezo. É só cheirar-me a sabujice ou velhacura e eis-me de lança-chamas em riste e asinhas prontas para me pôr a milhas. Se a coisa é detectada num suposto amigo, então, longe de constituir atenuante, bem pelo contrário: é agravante das tesas! Da imundície a única coisa que quero é distância.
Entretanto, o Pinóquio I sucumbiu às trafulhices imarcescíveis em que perpetuamente retouça e veio Pinóquio II, o Castigador de Massamá, mais o seu grão-vizir drunfado (depois substituído pela bácora Lulu).
Acabou a sabujeira online com que se festejava o Pinócrates? Uma nova virtude prevaleceu e removeu o mau cheiro? Qual quê!, apenas trocaram de bancas na peixaria: os que vituperavam o Pinóquio I transformaram-se em estrénuos sabujos do Pinóquio II; os que lambuzavam aquele deram imediatamente em apupadores deste. Muda, portanto, a banca; mas o regime mantém-se. Varia o pretexto, mas o fenómeno não se altera: a devoção à sabujice toda poderosa. Tudo bem espremido resulta em qualquer coisa como isto: tal qual os mandarins eleitos da treta servem o partido e não servem nem Portugal nem o povo, também os sacristas adesivos do cuspo servem a sabujice bem mais que esta ou aquela figura, este ou aquele cromo. Os mandarinetes servem-se do povo para regalo privado da sua digestão, os lambe-mandarinetes servem-se destes para altar da sua abjecção devota.
É irrelevante o que o mandarinete faça. Pode fazer hoje uma coisa e amanhã o seu contrário; dizer agora x ou daqui a bocado a sua negação completa. Para o sabujo de plantão nada disso importa: o que interessa é a oportunidade que isso concede, excita e desencadeia para mais um mergulho, precedido de pirueta, mortal e parafuso, na piscina da capachice. E ei-lo a segregar e a bolçar ruído contra a vermerreia rival, com quem partilha o mesmo recinto de festividades e contra-festejos. Visto de fora e de cima, o repugnante espectáculo lembra um balde de minhocas ou lesmas em fervilhante contorcionismo.
É uma fatalidade da democracia? Deixemo-nos de abstracções! É um desporto nacinhal. Que merecia já, no mínimo, lugar e representação destacada nos para-olímpicos!
PS: Todavia há nisto tudo um pequeníssimo bónus (lá está, não há males absolutos entre os insectos): o caricato e o anedótico com que se coroa a feira de abortos. Assim, é de ir às lágrimas assistir a uma Helena Matos, por exemplo, a invectivar com sobranceria um Miguel Abrantes!... Porque, ao que parece, o outro cobrava os serviços e ela é toda pro bono!... (gargalhadas!...)... ou seja, o outro foi puta cara e ela não passa duma galdéria que apenas fornica ao desbarato e à descrição.... No que apenas se nos depara mais um episódio do "mundo às avessas": os ditos de esquerda a idolatrarem o vil metal e os supostos de direita a prostituirem-se por pulcro amor à causa (mas como é "gratuito", o serviço, não é prostituição: é, quiçá, religião (?)...). Se bem que no caso, justiça lhe seja feita, até constitui um gesto de louvável coerância - afinal, ao consagrar-se ao trabalho gratuito (vamos fazer de conta que somos muito ingénuos), a ex-comuna e neoliberal Leninha, apenas está a dar o exemplo às massas. Trabalhar por dinheiro é prós socialistas!.... Aquele novo presidente da Caixa, então, é o nec-plus ultra do socio-comunismo em acção.
Já para os novos revolucionários e arautos do novo e admirável amanhã que trina o trabalho vai ser ilegalizado: acabará tudo a vergar a mola por paixão. Até o dinheiro se vai tornar desnecessário. Tanto mais porque não consta que as formigas precisem dele e olha só a perfeição em que vivem!...
PSS: Por falar na Porcalhota, frases que merecem memória: «Se o Sócrates grego se auto-cognominou o "moscardo de Atenas", este seu homónimo lusofónico devia intitular-se "a abelha-mestra da Porcalhota".»
Mas, lá está, acima da política está a ética, e acima da ideologia o carácter: da mesma forma que ataquei a criatura quando ela era poderosa e perigosa, prescindo de lhe bater quando a vejo prostrada na lama. Acima das leis humanas e efémeras vigoram as lei divinas e eternas. A impiedade é o pior dos pecados contra estas. Como diz o célebre coro duma das grandes obras da humanidade: «Quando ele respeita as leis da pátria e dos númenes, engrandece a
cidade; mas torna-se a sua ruína quando a soberba o empurra para o mal.
Não esteja a meu lado, não fale mais comigo quem actua de tal forma.».
Para bom entendedor, meia palavra bastaria. Mas para o mau, todo o dicionário não será nunca bastante. Até porque para esse não existe a palavra: existe o cacete. Do Destino, seguramente.
Númenes? Foda-se, pá, isso dos númenes borra a pintura toda.
ResponderEliminarnúmen - nome masculino
ResponderEliminarnú·men
singular númen
plural númenes
Flexiona como : dor
variante de : nume
Conferir aqui:
http://www.portaldalinguaportuguesa.org/advanced.php?action=lemma&lemma=100421
Quanto ao sisnificado da palavra, segundo o dixionáio:
númen (= nume) - deidade, divindade (cada um dos deuses pagãos), génio, inspiração; musa; pl, deuses, etc.
Toma e vai-te catar, ó jarreto! Prá próxima procura melhor que gralha sempre encontras. Por aqui nunca faltam.
O tenente disse-me que deves ter andado a ler o Emanuel - o da Críca da Ração Pura, e aquilo subiu-te à cabeça. Mas é mais atrás, pá, ao latinzinho e a Sófocles, que a coisa pina mais fino. Devias saber. E o teu lugar de corrector, por mandrielice já foi ocupado pelo excmº Bic da Laranja. Trabalhasses mais!...
Numen é neutro, ó parlapatão. E em Camões é numes. Cata-te com cuidado, que inda ficas sem cerebelo.
ResponderEliminarnumen é neutro, ó parlapatão. Cata-te com cuidado, pá, senão ainda ficas sem cerebelo e nem ias notar.
ResponderEliminarPois, pois... agora disfarça!...E em repetido, mas não precisas de ficar nervosinho, ó ginja...
ResponderEliminarFoi a chamada calinada boomerangue: começaste por atirá-las às cegas, acabaste a levar com ela nas beiças.
E em Camões não é numes porra nenhuma: é o Nunes, ó chico esperto. O Nunes Alvaro Pereira. Wikipeida-te, ó coiso... mas lá longe!
E o que é que a neutralidade é para aqui chamada, ó carapau, hein, não me dizes? No português não é neutro: é masculino, pá. O que tu também devias ser de modo que se visse, se te deixasses dessas minhoquices um bocado madamecas gaiteiras , de amolador de letrinhas itinerante.
Arranja mas é uma miúda nova que te cate e que te faça uma reciclagem, que bem precisas!...
Levar assim reguada do Ildefonso deve ser duro, ó Haja Paciência. Mas o tipo até foi condescendente. Para ficar mesmo ao nível da sua erupção erudita, faltou-lhe referir a Nunes àlvaro cabral, que em hora bendita descobriu as brasileiras.
ResponderEliminarDe qualquer modo, só para deitar ainda um bocadinho mais de sal na ferida, o trecho está entre aspas, pelo que é uma citação. Mas a pressa de caga-sentenças ambulante nem lhe deu tempo para ler. Se queria largar a pérola ia largá-la à porta do tradutor, um tal Fernando Melro. Aliás, é isso que lhe recomendo vivamente. Só que, eventualmente, para o efeito, vai ter que ir ao cemitério, zurrar-lhe à campa.