terça-feira, julho 19, 2016

Rameiras da Babilónia





Antes que me esqueça, convém dizer que não compreendo o escândalo acerca da  Coisa Barroso. Agora, que vai para a sede de Goldman Sachs, rompem as indignações e os assomos morais... Inadmissível! Uma vergonha! Um despautério!, clamam súbitas e inusitadas vestais ofendidas!...  Ora,  se bem compreendo o alarido, é uma imoralidade, um desplante e um descrédito que, na qualidade de ex-secretário-geral, ex-ministro, ex-primeiro-ministro e ex-presidente de Comichão, o trombalazana vá colocar-se a soldo da Goldman Sachs!... Em contrapartida, trabalhar gratuitamente para a Goldman Sachs nas mesmas funções e dignidades constitui, de pedra e cal, o paradigma, tanto quanto da virtude deontológica, da normalidade administrativa. Pelos vistos, segundo todos estes entendidos e peritos morais, o problema reside em cobrar os serviços e  não operar por puro amor à fé, à camisola, à causa, ou o que raio queiram chamar à prostituição sagrada a que se devotam. Os comissáurios, com frenesim compulsivo  e regra santa de vida, entregam-se de alma e coração à Goldman Sachs & Associados, na sua qualidade de comissáurios e presidentes de comichões ou Uninhões. São alcandorados para que sirvam e servem porque estão instalados. Isso é que é probo, íntegro e consciencioso. Coisa mais democraticamente beata imaginar se não pode!... Mas, assim, receber dinheiro, sem cargo que o justifique e cara a descoberto....? Miserável! Infame!...
Por mim, tenho a declarar, solenemente, que acho muito bem que o ex-Cherne (embrulhado a papel de jornal e com bolas de naftalina para disfarçar a putrefacção) vá para a Goldman Sachs, para a Reserva Federal, para a Casa branca, para o quinto dos infernos ou para onde o diabo o carregue,  porque nestas coisas não há ironia mais poética nem justiça mais elementar que celebrar o regresso do filho pródigo à real puta que o pariu!... 
Tenho dito.

8 comentários:

  1. E a União Europeia?

    Quando olhamos para a União Europeia, a coisa fica ainda pior. A União Europeia é o primeiro passo para a criação de um super-estado europeu, o que, em última instância, levaria à criação de um único governo mundial, controlado pelos EUA e por seu Banco Central, o Federal Reserve System.

    Desde os seus primórdios, e não obstante todas as pomposas declarações em contrário, a União Europeia nunca teve nada a ver com livre comércio e livre concorrência. Para se ter livre comércio, você não precisa de dezenas de milhares de páginas estipulando regras e regulamentações.

    O propósito central da União Europeia, apoiada pelos EUA desde os primórdios, sempre foi o enfraquecimento da Alemanha como a potencia económica da Europa. Para viabilizar isso, a Alemanha foi arrastada para uma aparentemente infindável espiral de complexo de culpa (acusada de ser a responsável pela Segunda Guerra Mundial, de ter obtido ganhos com ela, de ter criado o nazismo, de ter criado Auschwitz etc.), sendo então pressionada a transferir cada vez mais a sua já limitada soberania (em comparação com os EUA) para a União Europeia em Bruxelas.

    É especialmente válido notar que a Alemanha abriu mão de sua soberania monetária e abandonou sua moeda tradicionalmente "forte", o marco alemão, em favor de um euro "fraco" emitido por um Banco Central Europeu (BCE) composto em sua esmagadora maioria pelos banqueiros centrais oriundos de países que possuem moedas tradicionalmente "fracas".

    A União Europeia, portanto, se caracteriza pelos três dos seguintes elementos:

    Primeiro: uma harmonização da estrutura de impostos e regulamentações para todos os países-membros, de modo a reduzir a concorrência económica e especialmente a concorrência tributária entre os diferentes países, tornando todos igualmente não-competitivos.

    Segundo: além dessa perversidade económica e moral dentro de cada país — com os produtivos sendo punidos e tendo de subsidiar os improdutivos —, acrescentou-se outra camada de redistribuição de renda e riqueza, agora em nível internacional: os países com melhor desempenho, como a Alemanha e aqueles do norte da Europa, são punidos economicamente, tendo de repassar dinheiro de impostos aos países de pior desempenho económico. Consequentemente, estes países de pior desempenho (a maioria do sul do continente) são recompensados economicamente com o dinheiro de impostos oriundo dos países de melhor desempenho. A consequência inevitável desse arranjo redistributivista é que o desempenho económico de todos os países se torna igualmente ruim, e de maneira contínua.

    Terceiro, de importância cada vez maior, especialmente durante a última década: de forma a superar a crescente resistência, em diversos países, contra a transferência de sua soberania para Bruxelas, algo que só vem aumentando, a União Europeia embarcou em uma cruzada com o objectivo de erodir e, em última instância, destruir todas as identidades nacionais e toda a coesão cultural e social existente nos diversos países.

    A ideia de nação e de identidades nacionais e regionais vem sendo ridicularizada, ao passo que o multiculturalismo é aclamado como uma "benção" inquestionável. Igualmente, ao se promover a garantia de privilégios legais e de "protecção especial" a todos, excepto aos homens brancos, heterossexuais e, especialmente, aos homens casados e com famílias (que são pintados como "opressores" históricos e portadores de dívidas a serem quitadas para com suas "vítimas" históricas, que são todas as outras pessoas) — políticas essas que são eufemisticamente chamadas de "anti-discriminação" ou "afirmativas" —, a ordem social natural vem sendo sistematicamente solapada.
    A normalidade é punida e as anomalias e os desvios, recompensados.

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  2. Então qual é a sua previsão para o futuro da UE?

    A União Europeia e o Banco Central Europeu são uma monstruosidade económica e moral; uma violação do direito natural e das leis da economia. Você não pode punir de forma contínua a produtividade e o sucesso e premiar a inércia e o fracasso sem causar um desastre.
    A UE irá passar por diversas crises económicas, sucessivamente, e, por fim, irá quebrar e se fragmentar. O Brexit, que acabou de ocorrer, é apenas o primeiro passo desse inevitável processo de desconcentração e descentralização política.

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  3. O senhor poderia traçar um paralelo entre os EUA e a situação actual da Europa?

    A diferença entre a situação da Europa Ocidental e a dos EUA é muito menor do que geralmente se considera de cada lado do oceano Atlântico.

    Em primeiro lugar, os acontecimentos na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial foram observados de perto, conduzidos e manipulados, por meio de ameaças veladas ou mediante subornos directos, pelas elites políticas de Washington, a capital dos EUA. Com efeito, a Europa tornou-se em sua essência um vassalo, um satélite, um protectorado dos EUA.

    Isso pode ser comprovado, por um lado, pelo fato de que, até hoje, tropas americanas estão posicionadas por toda a Europa, até a fronteira russa. Por outro, pode-se observar a contínua romaria das elites políticas europeias em direcção a Washington — realizada de forma mais regular e mais zelosa do que qualquer peregrinação muçulmana até Meca —, com o objectivo de receber as bênçãos de seus mestres.

    Isso ocorre de maneira mais explícita com a elite política alemã, cujo complexo de culpa neste meio tempo ascendeu a uma condição que beira a doença mental. Os políticos alemães se destacam por sua covardia, subserviência e servidão.

    Já em relação aos assuntos domésticos dos EUA, tanto os europeus quanto os americanos vêem tudo de maneira errada. Os europeus ainda, e com grande frequência, enxergam os EUA como a "terra da liberdade", do individualismo áspero e do capitalismo sem barreiras ou entraves. Enquanto isso, os americanos — ao menos aqueles conhecem, ou ao menos alegam conhecer, alguma coisa do mundo fora dos EUA — frequentemente imaginam a Europa como um local de socialismo desenfreado e colectivista, completamente alheio ao seu próprio "american way". Com efeito, não existe uma grande diferença entre o assim chamado "capitalismo democrático" dos EUA e o "socialismo democrático" europeu.

    É verdade que os EUA sempre tiveram mais defensores vocais do capitalismo de livre mercado. E é verdade que o país ainda é capaz de atrair muitos dos melhores e mais brilhantes cérebros do mundo. E, com efeito, a carga tributária americana em relação ao PIB ainda é menor que a da maioria dos países europeus — mas nem tanto assim. Na realidade, a carga tributária americana é mais alta que a da Suíça, país que não é membro da UE, por exemplo. E, no que diz respeito à dívida do governo americano como percentagem do PIB, esta é mais alta do que a da maioria dos países europeus, colocando os EUA na mesma categoria económica de países como a Grécia, por exemplo.

    Também é verdade que, nos EUA, você ainda pode dizer quase tudo o que quiser sem ter de temer um processo criminal, ao passo que tomar tal liberdade na maior parte da Europa pode muito perfeitamente lhe mandar para a cadeia.

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  4. No entanto, a doença do "politicamente correto", da "não-discriminação" e da "acção afirmativa", que está actualmente se alastrando no mundo ocidental como uma epidemia, começou realmente nos EUA, com a chamada "legislação dos direitos civis" da década de 1960. E foi lá mesmo nos EUA que ela tomou maior vulto, chegou ao paroxismo e alcançou seus maiores excessos e graus de absurdez.
    Portanto, embora dizer uma coisa politicamente "incorrecta" não necessariamente fará com que você vá para a cadeia nos EUA, você muito provavelmente também terá a sua carreira destruída, assim como em qualquer país europeu.

    Quanto à política externa americana, ao mesmo tempo em que as elites políticas dos EUA começaram a convidar o terceiro mundo para ir para os EUA, bem antes de essas mesmas e desastrosas políticas "multiculturais" terem sido adoptadas também na Europa, essas mesmas elites americanas conduziram uma política agressiva de "invadir o mundo" e atacaram, apenas nas décadas mais recentes, Afeganistão, Paquistão, Iraque, Líbia, Síria, Sudão, Somália e o Iémene, causando a morte de centenas de milhares de civis inocentes e gerando uma onda de terrorismo islâmico, em grande parte custeada pela Arábia Saudita, com quem as elites políticas alimentam uma relação de extrema cordialidade.

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  5. Tem a palavra Hans-Hermann Hoppe

    http://o-tradicionalista.blogspot.pt/2016/07/tem-palavra-hans-hermann-hoppe.html

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  6. Não podemos negar que há lado comum, tanto os EUA e a UE têm bases militares e ogivas nucleares americanas. O que é normal no primeiro caso, mas anormalíssimo no segundo.

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  7. Oh Vivendi, essas tretas da liberdade são para quem pode. Os da Goldman, por exemplo.

    Mas os zés do boné acreditam nos publicitários que lhes andam a impingir o produto, e depois ficam amargamente desapontados quando aquilo lá em casa só dá é infestações de baratas.

    Andamos há mais de dois séculos nisto, gaita.

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  8. Durex Ranhoso fez o q qualquer nabo da Comissão faria. Nem mais nem menos.
    Quando há falta de nabiças no mercado há bons nabos na Comissão. Durex preenche a lacuna. Foi feito especificamente para ser opaco, resistente e escorregadio.
    .
    Rb

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