Sobre esta epifania dos Panama Papers, existe já uma série de explicações. Passo a enumerar sucintamente:
1. Trata-se dum acto deliberado da Corruptus Dei (com os cumprimentos da CIA), de modo a) desacreditar os safe havens fora dos States e canalizar as galinhas dos ovos de ouro para os novos safe havens nos Estados Unidos (onde estarão ao abrigo destas maçadas); b) a utilizar selectivamente a informação em direcção a alvos geopolíticos do Impérios da Gambosinagem
2. Não se trata duma confecção da Corruptus Dei, mas de outrém:
a) Ou alguém que genuinamente pretenderia colocar em cheque o bem-estar dos 1% (porém, na medida em que a difusão depende dos órgãos de difusão controlados pelos 1%, o filtro está e vai funcionar de modo a não deixar passar o que não interessa e apenas aquilo que convém aos mesmos. (No fim do dia, o resultado prático é quase o mesmo que em 1.)
b) Ou foi uma operação russa sob directiva do próprio Putin. Um Think tank americano, o Brookings, inclina-se nesta direcção. Ao mesmo tempo reconhece que os Papers em nada sujam Putin e daí a dedução. Do lado da propaganda russa, contrapõe-se: «The problem with this brilliant theory is that the organization that received the data dump is a "Washington DC based Ford, Soros funded soft-power tax-dodger" which attempted, in every desperate way imaginable, to drag Putin into the scandal.»
E efectivamente, do que se sabe do ICIJ (difere do ISIS em duas letras, portanto nada de confusões), os tais fieis depositários da fuga de informação, é que é subsidiado por algumas entidades beneméritas, a saber:
«Democracy Fund, the Carnegie Foundation, the Ford Foundation, the MacArthur Foundation, the Open Society Foundations of George Soros, the Rockefeller Brothers Fund, the Rockefeller Family Fund and many others of the same pedigree»-.
Conclusão: é absolutamente irrelevante quem tratou da fuga. Dado que o fluxo posterior da hemorragia é completamente controlado pelos mesmos de sempre, até o Putin, para deitar coisas ao rio, fica sujeito a quem controla a barragem. Além do mais, já não há nada sobre os 1% que constitua qualquer novidade ou surpresa. Já se sabe praticamente tudo. E depois? Em que é que isso afecta o negócio?
Mas não deixa de ter imensa piada a hipocrisia solene em que tudo isto decorre: toda gente a colocar um ar de grande surpresa e indignação cívica quando irrompe a notícia daquilo que toda a gente sabe e está mais que cansada de saber. Se calhar, fazem de conta que não sabiam para poderem arvorar um ar grave de virgens ofendidas e escandalizadas. Até porque agora, durante uns tempos, já podem murmurar sem que os acusem de invejosos.
Mas não deixa de ter imensa piada a hipocrisia solene em que tudo isto decorre: toda gente a colocar um ar de grande surpresa e indignação cívica quando irrompe a notícia daquilo que toda a gente sabe e está mais que cansada de saber. Se calhar, fazem de conta que não sabiam para poderem arvorar um ar grave de virgens ofendidas e escandalizadas. Até porque agora, durante uns tempos, já podem murmurar sem que os acusem de invejosos.
PS: De qualquer modo, trata-se bem mais duma operação de entretenimento do que de informação.
Não vê, portanto, nenhuma vantagem nesta divulgação? Tudo continuará na mesma, business as usual?
ResponderEliminarPuro entretenimento.
ResponderEliminarOs Estados nunca foram tão grandes e ao mesmo tempo tão inócuos.
Todas estas manobras tem como maior propósito acabar com o dinheiro físico.
Por cá é mesmo a puta da loucura.
ResponderEliminarO IRS americano iniciou 1500 processos-crime em 2012. Portugal o ano passado abriu 18 mil. Este foi um dos sinais de que algo está mal que Tiago Caiado Guerreiro denunciou em entrevista ao Observador.
http://www.direitapolitica.com/tiago-caiado-guerreiro-o-estado-faz-macicamente-ilegalidades-todos-os-dias/
Mas divulgou-se o quê, concretamente?
ResponderEliminarQue há offshores? Que há muito dinheiro em offshores? Que os ursos cagam na floresta quando o não fazem noutros sítios?
Para mim, só há uma: é que já se tornou tão evidente, tão banalmente assumido que os media, ou comunicação social, ou orgãos de propaganda, são manipulados, dominados, operados - em suma, que são completa e derradeiramente irrelevantes no que toca a informar alguma coisa que valha o que quer que seja - que a única maneira de fazer passar a actividade dessas organizações por informação genuína e, já não digo verdadeira, mas honesta, é vesti-la de "fuga" ou revelação inopinada.
No mais, lá está: mas há ainda alguma coisa de fundamental que se já não saiba?
É evidente que castradinhos como os Ricciardis deste mundo hão-de sempre dizer que não há "provas" que os 44s do mesmo sejam "culpados"...
visto em mapa o panama papeis é espantástico :)
ResponderEliminarduas manchas virgens , santas , no mundo : América do norte e Austrália .
"visto em mapa o panama papeis é espantástico :)
ResponderEliminarduas manchas virgens , santas , no mundo : América do norte e Austrália ."
U.S.:
COMPANIES
3072
CLIENTS
441
BENEFICIARIES
211
SHAREHOLDERS
3467
Austrália:
COMPANIES
95
CLIENTS
37
BENEFICIARIES
68
SHAREHOLDERS
893
«Não vê, portanto, nenhuma vantagem nesta divulgação? Tudo continuará na mesma, business as usual?»
ResponderEliminarBem, na mesma já não será. A ideia dos mentores do projecto, provavelmente, é piorar ainda um bocadinho (ou bocadão, se puderem) mais. Um mero exemplo ilustrativo: o tipo da Islândia, o único que engavetou os banqueiros e tratou condignamente os "mercados", já está a arder.
Quando a humanidade iniciou a sua aventura lógica (ou seja quando começou a usar metodicamente a racionalidade), há coisa de 24 séculos, ficou desde logo estabelecido que a aparência e a essência raramente coincidem.
Há provas há, celibatário muja.
ResponderEliminar.
O problema é que as que têm não são as verdadeiras provas ou as relevantes. Mas ninguém me ouve.
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E depois a justiça é engraçada e interessante.
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Senão vejamos: prendem o homem preventivamente porque ia fugir para o brasil e perturbava a investigação e o diabo a quatro. A prova estava ali ao virar da esquina.
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Agora que tem (ao que dizem) a prova consolidada (palavras do MP) soltam o gajo.
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Quer dizer, quando há perigo eminente de fuga porque a prova está consolidada, soltam a criatura. Quando não tem prova consolidada prendem o indivíduo.
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Este pessoal do direito deve muito à lógica.
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Então não seria agora o momento de prender preventivamente o moço para não fugir?
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Era. Mas não foi. Ainda hoje deram a possibilidade de viajar para o estrangeiro.
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Eu acho que isto delicioso. E dava um bom filme cómico.
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But hei, pelo menos ainda não apareceu nos panamá papers.
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Quanto aos Putin. A ideia é simples e tem mais a ver com recados. E o recado é simples. Putin, nos sabemos que tens milhares de milhões que gamaste ao povo russo. Sabemos que os tens espalhados por ali e por acolá. Imagina que, de repente, te vês impedido de aceder à massa que gamaste?
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É um problema. Portanto, tininho, que é assim que é tratado entre amigos no gamanço, não te esqueças dos verdadeiros amigos que somos nós, e vê lá se pões os iranianos e o hezbolah no seus devidos lugares. Em suma, tininho, tira-lhes o tapete. E assim foi. O Tininho zangou-se com o irao e com o hezbolah. E até está agora a fazer grandes amizades com as arabias. Os inimigos dos iroes.
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Rb
https://www.rt.com/news/339153-iran-russia-s300-delivery/
ResponderEliminarPois, já tinham na 2a feira parte do equipamento, hoje já só tem parte dum acordo de entrega.
ResponderEliminar.
É bom que usem esta abertura de capitais para pagar aos russos o sistema que bem precisam de sair da profunda recessão. Os iroes estão compradores. O que é bom para quem está a vender.
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Basta um movimentozinho de equipamento mais para sul para os amigos hez-bolhas para ficarem com o equipamento cinzas... depois de pago, claro.
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Rb
ResponderEliminarfui verificar a informação do Dut e quem não sabe é como quem não vê , neste caso , quem não vê é como quem não sabe : parece que o clube de jornalistas ainda não debitou nadinha desses 2 lugares. porquê ? ainda não teve tempo , talvez :)
http://www.zerohedge.com/news/2016-04-04/mossack-fonseca-has-441-us-clients-who-are-they
"one can't help but wonder: why not do a Wikileaks type data dump, one which reveals if not all the 2.6 terabytes of data due to security concerns, then at least the identities of these 441 US-based clients.
After all, with the rest of the world has already been extensively shamed, it's only fair to open US books as well."
Esta operação não é do estilo wikileaks. O novo estilo já foi baptizado. Parece-me apropriado: "cherry picking"...
ResponderEliminarhttp://www.strategic-culture.org/news/2016/04/08/cherry-picking-leaked-documents-cia-art-form.html
:O)
Evidentemente, aquela experiência da racionalidade é uma aventura exclusivamente humana. A espécie Troll é imune. E impregnável.
ResponderEliminarA ideia deste número de circo é tentar aumentar a repressão e controlo sobre os povos ditos "democratizados", porque todos sabemos que quem tem o dinheiro arranjará sempre alternativas.
ResponderEliminarLeiam a opinião do Caiado Guerreiro.
Por outro lado, tenta-se atacar uns quantos alvos:
-Um deles é o presidente Russo. Só que lhes vai sair um tiro vesgo. O indivíduo não nasceu ontem. E se o atacam mais ele ainda lhes faz alguma do tipo vender mísseis nucleares de médio alcance (2000 Km deve chegar) ao irão.
-Outro é o Islandês. Neste tiveram sucesso parcial, mas de nada lhes serve visto a corja financeira "britânica" não vir receber um tostão que seja.
-...
No fundo é um punhado de vingançazinhas quase inócuas de garotos pencudos e birrentos. Tipo o nosso "amiguinho" ricci.
Sr energúmeno (vulgo: ricciardi).
Quanto a rafeiros, é um pouco difícil classificar-me pois não me conhece. No seu caso, o facto de não viver em israel parece-me indicar qualquer coisa nesse sentido.
Sabe que não chega coabitar com cadelas e fazer fretes a porcos para se obter o pedigree?
Estamos conversados.
JJB
Os Estados Unidos tiveram em mente obter um lucro de muitos biliões de dólares, que já estão a ser transferidos para os seus próprios paraísos fiscais, quando pensaram engendrar (por interposto Consórcio de jornalistas...) este escândalo da revelação das contas secretas que os depositantes particulares do mundo inteiro (menos os do seu próprio país..., claro está) tinham no Panamá, Ilhas virgens, Caimão e etc. e - espantem-se, que não é para menos - até na Suíssa, país onde as contas de particulares (e de Empresas) ainda não vão muitos anos mantinham-se inexpugnáveis dada a confidencialidade que lhes era garantida, como é do conhecimento geral, regra que havia sido seguida desde há muitas décadas..., isto, evidentemente, até os Estados Unidos começarem a pressionar as autoridades do país para revelarem as contas e os nomes dos depositantes e fizeram-no durante anos seguidos até que o conseguiram. E foi como se espetassem uma lança em África, como soe dizer-se. O resultado desta manobra maquiavélica dos norte-americanos terem conseguido que as autoridades suissas revelassem os nomes e as quantias depositadas secretamente no seu país e agora a revelação 'bombástica' dos muitos milhares clientes de todo o mundo com contas secretas no Panamá (já estão a adivinhar o que se seguiu, não é assim?), fez com que os mesmos ou quase todos os donos dessas contas, começassem a desviar à velocidade da luz as suas fortunas dos anteriores off-shores para os paraísos fiscais norte-americanos... Estes são vários, mas os principais estão situados no Nevada e no Dakota do Sul. Uma funcionária de um destes escritórios/Bancos no Nevada que dá seguimento aos depósitos destes clientes especiais, disse à Imprensa, mostrando admiração pela enorme afluência de depositantes, que eles têm tido um número excepcional de depositantes vindos de todo o mundo, especialmente da Suissa e do Brasil, mas também de outros países europeus e agora também do Panamá... Naturalmente, nem podia ser doutro modo.
ResponderEliminarQuem foi a correr abrir um destes Bancos especiais no Nevada (ou a juntar-se a um dos que já se encontram em actividade, não fixei, estou a citar de memória) foi um dos Rothchild, ele próprio o confessou, dizendo que estava muito interessado neste género de negócio. Não havia ele de estar.
Cheguei a estas revelações explosivas (ou não tão explosivas assim) através de uma oportuníssima ligação que o digníssimo Vivendi aqui deixou há alguns dias.