Para o que nos importa, a primeira eclosão de um Nostradamasus na nossa história remonta às vésperas da batalha de S.Mamede.
Estão reunidos, para ultimação de preparativos e tácticas, Afonso Henriques e os seus principais apoiantes - Soeiro Mendes de Sousa, "o Grosso"; Conçalo Mendes da Maia, o Lidador; Egas Moniz; e Gonçalo Mendes de Sousa, entre outros.
Nisto, o Lidador, naquele seu timbre enérgico e audaz, rompe num brado entusiasta:
- "Amanhã, vindimaremos esses galegos de má catadura! E vós, meu jovem senhor, ainda fareis deste condado um reino!...»
É aqui que, segundo um sobrinho-neto de Herculano, após porfiada pesquisa em documentos fidedignos e autenticados da época, o truão Nostradamasus, serviçal no castelo de Gonçalo Mendes da Maia, conquista o seu lugar nos anais históricos, coaxando, por entre cabriolas e chocalhar de guizos:
«Ih-ih-ih, que catastrófico
ih.ih.ih,que fantástica romaria!
monta o serôdio no utópico
proibe, o vento, a monarquia!.».
Diz D.Afonso ao Lidador:
-"cabeça dum tal valor
já pensasteis em na cortar?
(Responde aquele sem pavor)
-Todos os dias, senhor,
assim que lha encontrar!
Ai que prazer... ter um Dragão p'ra ler...
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