domingo, março 08, 2015

O Poço e o Pêndulo



Postas as imagens, permitam-me algumas considerações e meia dúzia de constatacinhas. Dirijo-me, naturalmente, às pessoas, pois embora entenda e fale umas quantas línguas, esse domínio ainda não se estende aos ruídos comunicantes quer dos fungos, quer dos coleópteros, ainda para mais colectores. Não despresumo que existam, e até funcionem às mil maravilhas (tudo indica que sim), simplesmente, não consigo decifrá-los nem com eles manter qualquer espécie de conversação.
Pois bem, há pessoas que são capazes de jurar a pés juntos que conseguem distinguir o PS do PSD (Ou seja,  PS com D ou sem D). Deixem-me adivinhar: O PS é o veículo descapotável; o PSD é quando põe a capota. Não? Ah, garantem-me uns quantos, nada disso, é a teoria do mal menor. Aliás, é para isso que as eleicinhas servem: para escolher aquele que nos pode fazer menos mal. Hum, entendo... deve ser até por essa razão que o Churchil, esse grande portento da ciência política, atesta e preconiza: a "democracia é o pior dos barretes, excepto todos os outros". Portanto, não há qualquer bem disponível no mundo (pelo menos da política): Apenas o Mal; nos seus múltiplos gradientes - O Mal absoluto, o mal relativo e o menos mal. E a opção a que temos direito é entre o maligníssimo, o mau e o menos mau. Por conseguinte, e em conformidade, de quatro em quatro anos, munimo-nos de toda esta nossa clarividência, e vamos, muito senhores da nossa responsável pessoa, despejar o sagaz papelinho no útero da urna aberta. O resultado de sucessivas e altamente responsáveis escolhas do mal menor está à vista e todos reconhecem que é péssimo. Todos, naturalmente, excepto os apaniguados da actual bosta executiva. Mas esses não contam, pois para eles (como para os seus rivais em anteriores e similares épocas pré-eleiçoeiras) este é o melhor dos governos possíveis, no melhor dos países possíveis, a preparar o melhor dos futuros possíveis, deus o abençoe e os santinhos o protejam. Em resumo, o primeiro-ministro (dito com mais rigor, o ditadorzeco quadrianal que vamos aturando - e neste peculiar caso, para cúmulo do exotismo, um ditadorzeco-papagaio, que apenas repete e mimetiza os ditames que do exterior lhe transmitem - é um ás, um chanceler, um pastor predestinado! 
Haverá alguma virtude neste  regime actual, que nos vem conduzindo metodicamente à servidão, ao absurdo e à irrelevância histórica?  Como não acredito em males absolutos, nem na capacidade humana para tal, escoro-me na experiência de trinta e tal anos para extrair uma conjectura: os períodos mais malignos e que mais aceleraram a nossa desgraça coincidiram com o prolongamento por mais de quatro anos do cancro instalado. Refiro-me concretamente ao Cavaquistão e à Socratislândia. Aquele foi o berço, esta a sepultura. Agora, e consequentemente, a república serve de  repasto a vermes - vermes políticos, vermes morais e vermes económicos. Coisas destítuidas de qualquer resquício endoesqueléctico, honra ou pinga de sentido de Estado. Mas não era esse o destino fatal do empreendimento, uma vez consagrado o hara-kiri nacional que se adoptou a seguir ao 25 de Abril? O horrível Salazar impedia-nos, com áspera paternidade e austero exemplo, de sermos bafejados e acariciados pelos pretendentes estrangeiros à nossa pulcra mãozinha. Ansiávamos ser desposados e conduzidos ao altar do progresso e da democracia por galantes alógenos, replectos de ideias geniais e fundos inesgotáveis. Felizmente, o desmancha-prazeres morreu e nós pudemos, finalmente, abraçar esse jardim de delícias tão desejado. Num ápice - melhor: num milagre da noite para o dia - trocámos a farpela coçada e pindérica do regime rigoroso pelos penduricalhos e trapos garridos da república da vida fácil. Em nome duma democracia de imitação, a nação independente e orgulhosamente só, converteu-se num estado a crédito, vergonhosamente acompanhado - pelos proxenetas, dealers e tutores económicos (mascarados de credores, financiadores e parceiros europeus). Ou seja, pagámos a preço de ouro, sangue e futuro, uma maquineta avariada que nem sequer funciona, nunca funcionou e está programada, adulterada e armadilhada para jamais funcionar. Na encruzilhada que se colocou ao país, por morte do único que, mal ou bem (no essencial, bem, na fórmula, mal), teve uma ideia para o mesmo nos últimos 200 anos, a saloiada cobarde e deslumbrada, assustada com as ventosidades da história-espantalho, entendeu saltar para dentro do primeiro buraco que encontrou:... Infelizmente, era um poço. O grande salto das hordas chinesas do presidente Mao teve em Portugal uma emulação meritória: o grandessíssimo salto para dentro dum poço. Num ano e picos, saltámos do Império para o lugar de hortaliças, onde, sob a inflação galopante de nabos, bananas e cabeças de alho chocho, passou a imperar a completa ausência de tomates. Agora, presumo, entendem que o único rumo autorizado, caso não morram afogados,  será escavar até à Austrália. E a perícia suprema do eleitorado será escolher a melhor toupeira-guia para tão insigne projecto. Não lhes passa pela cabeça, nem às minhocas-dirigentes, nem aos anelídeos dirigidos, que o mais razoável e aconselhável, se algum caminho ou rumo digno desse nome ainda sonham, seria saírem de dentro do buraco. O problema, tudo indica, é que continuam convencidos que aquele orifício redondo e escuro não era um poço: era a toca da Alice. Diga-se, não obstante, em seu favor que há um risco que, pelo menos, nesse universo imaginário, não correm: que a rainha de Copas lhes mande cortar algo que eles deixaram de ter por falta de uso. A cabeça, pois.
O mal menor, então? Se é o mal menor que realmente procurais, se isso vos basta e preenche, tudo indica coincidir com uma coisa muito simples: garantir que cada cancro lá esteja o menos tempo possível. Quando o bando de fulano está a acabar de instalar-se  nos úberes estatais, convém que outro cancro concorrente o desinstale e remova, a fim de se anichar por sua vez. Coisa em que gastará, no pior dos casos, mais quatro anos, até que novo cancro o destrone e desincruste, e assim sucessivamente. Dado que a única opção que, pelos vistos, nos é concedida, nesta melhor das democracias possíveis, se resume a poder eleger cancros, ao menos que os cancros façam um ao outro o que sensatez e a coragem, que pelos vistos nos estão vedadas, recomendariam que fizessemos a ambos. Se só podemos combater um cancro com outro cancro: antes isso que nada. Antes uma batalha perdida, que a resignação! Antes uma ejaculação precoce, que a imppotência total! Mas é de suma importância que percam, da mais ínfima justiça que caiam, que sofram, que padeçam as agruras da derrota, do desmame periódico, da ressaca do banquete, tal qual nós padecemos o martírio das mil e uma extorções, das mil e uma vigarices, das mil e uma aberrações. E nem sequer é o resumo da minha opinião: é a simples sinopse da sabedoria popular. Pô-los lá, para depois ter o prazer de atirá-los abaixo! O preço, todavia, é elevado: ser rebaixado e flagelado durante 1460 dias, para poder despenhá-los apenas em um. No fundo, é um vício adquirido: numa noite, como de início mudámos de regime e constituição, agora mudamos de moscas.
Relembro uma máxima de Nietzsche muito a propósito: "vale mais um mau sentido que sentido nenhum". Aplica-se à compensação atrás exposta: antes magra, esquálida, que nenhuma. Mas encontra a sua excepção clamorosa, neste nosso Portugal presente, em matéria de governo: dada a qualidade dos políticos que se nos apresentam, melhor governo nenhum que qualquer um dos seus governos possíveis.
Entre o Coelho e o Costa, falta-me o microscópio, para poder espiolhar as diferenças. O microscópio e um olfato menos sensível ao fedor, confesso. Eu sei, o defeito é meu, a míngua de equipamento apropriado também é minha - sou um obsoleto, enfim. Outros que possuam essa tecnologia e a megavisão dela decorrente, que esclareçam e industriem as massas pitosgas, sob a forma catita de palearem o requinte de auto-sodomia.
Não sei quem vai ganhar as próximas eleições. E, francamente, é indiferente. Estou-me nas tintas para tão anedótica romaria. Mas sei, com certeza absoluta, quem vai perdê-las. O mesmo de sempre: Portugal. 


47 comentários:

  1. Euro2cent8:57 p.m.

    > teve uma ideia para o mesmo nos últimos 200 anos

    Talvez só 180, o povo português e o rei D.Miguel foram derrotados pelos invasores estrangeiros em 1834.

    E também não se pode acusar os vencedores de não terem uma ideia. Aliás, o que tinham mais eram ideias, nenhuma delas boa, que tinham recebido naqueles cursos por correspondência que havia dantes.

    (Eram vendidos por tipos daqueles que ficam ricos a vender cursos por correspondência a ensinar como ficar rico.)

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  2. De acordo com os 180.

    mas as ideias deles não eram para o país, porque
    1. não eram deles
    2. o país deles era outro.

    Ou sejam, eram as ideias de outros para converter o nosso país em país doutros.

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  3. Euro2cent10:18 p.m.

    É justo.

    Não é que já não andemos nisto desde o Sertório e o Viriato.

    O rei de Leão também não deve ter achado graça ao filho do borgonhês que lhe amputou uma lasca grossa do reino.

    Enfim.

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  4. Euro2cent10:25 p.m.

    Ahahah. Não se devia ir ver coisas nas wikipedias, descobrem-se coisas destas:

    "Henry of Burgundy married Teresa of León, an illegitimate daughter of the king and his mistress Jimena Muñoz."

    Depois não admira.

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  5. Entre dois flagelos haverá sempre a possibilidade de escolher à medida o que nos der mais jeito ou o que nos fizer menos mal mediata ou imediatamente.

    É disso que temos agora.

    O flagelo PS tem sempre uma bancarrota no horizonte, porque contas não é com eles. Já lá vão três.
    O flagelo PSD promete sempre uma mudança dessa agulha e com os custos inerentes que passam por ser os remédios de óleo de fígado de bacalhau para essa maleita.

    Essa é a principal distinção. Keynesianismo por keynesianismo prefiro o do PSD porque é mais contido nas promessas e não nos atira logo para a bancarrota.

    Com o PS há ainda outra coisa importante e distinta: não se limita à social-democracia porque encasquetou há décadas que é de esquerda e por isso tem sempre que o repetir e provar de vez em quando fazendo o jeito aos panascas do BE e quejandos.

    Para isso tem lá aquela aberração ambulante que se chama Galamba que tem um brinquinho na orelha e me parece panascóide acelerado.

    Tem sido assim ao longo dos últimos 40 anos

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  6. Escrita de Excelência.


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  7. José,

    já vi que tens o tal microscópio e uma certa intrepidez olfactiva...

    Trata pois de evangelizar as massas nos neo-sacramentos microbianos.

    :O))


    Agora, essa última preocupação descolhe completamente... Tens um governo com o Super-panasca a Vice-primeiro-ministro ("vice-primeiro-ministro", que merda de porra é esta? - nem na Guatemala ou nas Honduras, se conseguiria tamanha proeza organigramática - só mesmo na ficção), e vens-me apontar os brincos na orelha da escória rival...

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  8. O Superpanasca pelo menos não traz a troupe atrás nem anda a legislar o mundo às avessas.

    Tem vergonha, o que já não é nada mau.

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  9. Quanto às diferenças não é preciso microscópio.

    Basta pôr os olhos na Grécia.
    Pode-se ficar pior, pode e não há reviralho que nos salve.

    De resto, podemos querer ser originais e recusar esta treta de democracia.

    Ou podemos querer ser iguais ao resto do mundo e melhor a treta.

    A segunda tem exemplos à vista; a primeira é tiro no escuro e esperar por novos lateiros.

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  10. Boa, Zazie.

    A solução é sempre olhar pró estrangeiro. Ou seja, não é preciso o microscópio, basta um bom par de binóculos...

    E o Super-panasca não anda com a seita atrás e tem vergonha na cara... A Catherine. Pois, aquilo não é uma seita, mais parece o infantário "coreia do norte", a reboque do mini-líder.

    :O)))

    E essa ideia da "igualdade" (ao resto do mundo, neste caso) é um bocado de esquerda, não é?
    Faz lembrar aquela aventura dos Lemmings.

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  11. Eu não disse que queria assim ou assado.

    Disse que o resultado de achar que o PS é igual tem o exemplo da Grécia para saber no que dá.

    E disse que o mundo funciona assim e que a alternativa é novo golpe de Estado.

    Não me lembrei de olhar para Cuba ou Coreia do Norte ou arábias nem outras galáxias.

    Tu confias nos lateiros; eu não.
    Não tenho veia alguma revolucionária.

    O superpanasca é um problema mas por outros motivos- porque são tod@s umas retorcid@s e intriguist@s.

    Mas não traz aquele circo de monstrinhos com ILGAS e Panteras que é o que nos espera na boa da diferença entre a merda que temos e a merda que há para alternar.

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  12. Infelizmente, depois de 25/4 andamos sempre a olhar de binóculos para a estranja e o que é pior é porem por vezes os ditos ao contrário...

    Na escolha de modelos não há muita variedade.
    Na verdade nem me parece que haja alguma, actualmente.

    O Fim da História já aconteceu mesmo.

    Este cepticismo torna-me de direita ou de esquerda?

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  13. Em resumo,

    não há nada a fazer e aderimos ao mal menor. É isso?

    No entretanto, elegemos um bode expiatório qualquer, de preferência em forma de moinho, e atiramo-nos a ele com todas as ganas?...

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  14. O que há então a fazer de completamente diferente em vez de curar maus vícios?

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  15. O que há de perfeitamente irritante no nosso alterne é isso mesmo.

    Não podes fazer nada porque tens milhares de palermas a irem à urna estando-se completamente nas tintas para Portugal.

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  16. Bem o PS distribui mais e ao planeta inteiro.O PSD saca mais ao indigenato rico sem descolonizar ninguém.Uma alternância que tem feito o seu caminho para o buraco negro...

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  17. Zazie,

    Como é que eles estão a curar maus vícios se a dívida está a crescer e eles continuam a emitir dívida como se não houvesse amanhã?

    Basta que as agências de rating acordem um dia mal dispostas, e aí tens a bancarrota outra vez.

    O que é que fizeram para encetar o óbvio: levantar a máquina produtiva do país, para, através dela, atenuar a dependência externa? Carga de impostos brutal, extorção organizada para o estado sociopata, execuções sumárias (para dívidas), privatização de empresas estratégicas e altamente lucrativas, tarifas energéticas delirantes, etc, etc...
    Já nem se trata de merceeiros a dirigirem um país: são apenas moços de frete de merceeiros.

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  18. «levantar a máquina produtiva do país»

    Como?

    Como é o Estado a levantar carga produtiva?

    Não sei.

    Sei que os juros aumentam porque estávamos mais ou menos em situação de dívida armadilhada.

    Escrevi um post na altura- a 7 de maio, mal li o Memorando.

    Achei que não íamos conseguir pagar corno de tal modo a coisa tinha estado ao desbarato.

    Há uns 17-20 anos pensei que isto ia acontecer e empurrei daqui para fora a prole.

    Pelos vistos não me enganei.

    Agora o motivo pelo qual achei que ia acontecer não foi por virem uns a privatizarem.

    Foi por terem vindo outros a nacionalizarem e a correrem com os capitalistas daqui para fora.

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  19. De forma básica vejo as coisas assim:

    Quando a dívida ainda está controlável é que se deve aliviar tudo isso para incentivar crescimento e nunca por intervenção estatal.

    Por cá tem acontecido o inverso- no tempo das vacas gordas ainda espatifam mais dentro do Estado e com parcearias para criar essa casta do encosto.

    Quando chegam os cobradores e a coisa é a sério- com estrangeiros a ditarem regras e dívida com prazo a pagar-

    o mais sensato é pagar o mais rapidamente, da forma possível porque quanto mais demorar mais aumentam juros e mais se torna impossível reverter situação.

    Depois disso, sim- devia fazer-se o que fez Salazar que também pensou em pagar primeiro e gastar em desenvolvimento depois.

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  20. Olha, o problema é que o país deu numa de "maria vai com as outras". os outros endividavam-se, nós endividámo-nos também. Se todos faziam assim, como por cá o mais longe que se vislumbra é o que o vizinho faz, toca de imitar. PS e PSD foram gémeos nisso.
    Entraram para a moeda única, nunca deveriam ter entrado. Perderam a última réstia de soberania concreta. Agora continuam a toque de caixa, só que não por estupidez macaqueante, mas por imposição externa.
    Um país de drogados, de credit-junkies, sem dúvida. Mas com uma série de gente a querer passar o pano, isentar de qualquer culpa os dealers, os santos traficantes.
    Mais, a asseverarem que o melhor é fazer tudo como eles dizem, senão acaba-se-nos a droguinha.
    Como dizia o constipado, a situação até pode ser desesperada, mas não é séria.
    E dizes-me tu que faltam cá é capitalistas... bem, não faltam de certeza nos Estados Unidos, e aquilo não está nada bem nem se recomenda. Em matéria de dívida, então, a coisa já transita da economia para a astrofísica. Então o que é que eles têm que lhes garante o estatuto semi-divino? Pois, os lateiros, com tu dizes. Estás a ver como dão muito jeito os lateiros?...

    :O)))

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  21. ":O))))

    Não há alternativa ao capitalismo.

    Tens muitos mais países capitalistas sem bancarrota e sem precisarem de ser americanos- Áustria, Suiça, Alemanha, Inglaterra, França até os dos leste. Por aí fora- até conseguem ser mil vezes mais nacionalistas que nós

    Pode haver alternativa à bancarrota e, para isso, tenha a certeza que nunca será com PS e mailos penduricalhos comunas.

    Aliás, o PS devia acabar. Ponto. Era esfrangalhar-se e aparecer outro.

    Agora dizer que uma trampa daquelas é igual a estes é treta.

    Não é. Só pensar nos socretinos, côncias, moreitas, galambas e tudo o resto a fazer novamente merda, dá-me vontade de mudar de nacionalidade.

    Há coisas que já nem são política- são moléstia- como dizes.

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  22. Quanto a lateiros, já era.

    Está tudo reformado e supimpa da vidinha.

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  23. Os lateiros por cá são como os fps- só se mexem pelo pré.

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  24. "O que é que fizeram para encetar o óbvio: levantar a máquina produtiva do país, para, através dela, atenuar a dependência externa?"

    Como é que se levanta a máquina produtiva de um país?

    Aqui começaria qualquer discussão porque é mesmo aqui que deve começar, neste ponto.

    Qual o melhor modelo?

    Sim, qual o melhor modelo?

    O europeu, o africano, o asiático, o americano ou o nacional que temos de há quarenta anos a esta parte e que é um híbrido de todos esses?

    Por mim, há muito que penso que o modelo que tínhamos em 1974, antes do golpe, era o que melhor nos convinha. E poderia ter evoluído, claro, com a criação de grupos industriais a sério como há na Europa dos pequenos países, porque os há.

    E neste discussão lá se vão as ideias do PS ser igual ao PSD porque efectivamente não são, neste aspecto. Só são agora porque o modelo híbrido o permite...

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  25. «Não há alternativa ao capitalismo.»

    Ora, ora, o capitalismo já era. Já passámos essa fase. Agora é financeirismo transcendental. Hermetarquia inefável. Em bom rigor, Isto até já está mais para o neo-comunismo do que pra capitalismo. Saudades que eu tenho do velho capitalismo!

    Mas, enfim, deve ser como vocês dizem, a história acabou e esta discussão nem sequer principiar pode. Porque entre a vontade e a razão, manda sempre a primeira, geralmente fazendo da segunda mera serva ao bacio das necessidades.

    Escusam é de se apresentar diante de mim nesses trajes menores, a tentar justificar o injustificável. Continuem lá a vossa campanha, ao lado de abencerragens do porte do Abreu Amorim, da Hiena Matos, do Mirandinha e de outros Descorporativos de estalo. Não nos vamos chatear por causa disso. "Xuxalismo, nunca mais! Abaixo a reacinha! Força, força, companheiro Coelho!"
    :O)))

    Ah, e aproveitem o calo e a embalagem, porque a seguir têm já o Durão Barroso para alcandorar a novo mono da Pátria. Em substituição daquele portento actual, que por idênticos estampidos destes, lá despejaram há uns anos atrás.





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  26. ":O))

    Qual é a tua ideia, então?

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  27. José,

    com gente proba e séria, mesmo com o pior modelo consegue-se alguma coisa.
    Com gente venal e desonesta, não há modelo que resista.
    É nesse fundamental que o PSD e o PS são a mesma merda e a mesma gente. peguem no modelo que pegarem, é só para estragarem, sujarem, nanificarem. Terraplenarem à sua altura miserável de anõezinhos eunucos.
    Nós não temos apenas um problema de modelo (esse é acessório), o essencial é um problema que já atormentava o próprio Salazar: uma rarefacção infestante de gente capaz, inteira, vertebrada.
    Não foi a constituição que estorvou: foi a estupidez, a cobardia, a vacuidade, a baixeza de horizontes.
    Explicação para isto? Não queria ser determinista, (até porque não sou) acenando com o refugo de Alcácer-Quibir. Mas é um mistério que merece, sobretodos, a nossa reflexão.

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  28. marina6:17 p.m.

    a maquina produtiva do pais levanta se deixando as pessoas trabalhar para elas proprias , deixando as sobreviver , nao estando sempre a pensar em sacar , em chular para eles e para as empresas amigas . levanta se deixando de criar falsos empregos , deixando de criar institutos e tal para por os filhos e amantes na direcçao . levanta se nao favorecrndo os chulos das energias e telecomunicaçoes e construtoras , futuros empregadores dos vermes.

    tem noçao que no tempo do terrivel salazar se eu nao tivesse dinheiro mas tivesse uma horta e umas galinhas podia por uma banca na estrada e ganhar um tanto e hoje ia quase presa ?

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  29. «Qual é a tua ideia, então?»

    1. criminalização do PS e do PSD, detenção de todos os seus dirigentes passados e presentes, arresto de bens e congelamento de contas.

    2. Restaurar a monarquia. O resto decorre desta.

    Mas se não gostares destas, eu tenho outras.

    :O))

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  30. ahahahahaha

    Vota nesta se acrescentares deportação imediata do BE e PCP para as Berlengas.

    ":O))))))

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  31. Restaurar a monarquia sim.

    Mas a monarquia é uma coisa natural. Quando se perde para outra contra-natura tenho ideia que é perda para sempre.

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  32. Marina,

    se estivessemos nos tempos dos cavaleiros provençais (que saudades!) eu, juro-lhe, combateria com as suas cores.

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  33. "1. criminalização do PS e do PSD, detenção de todos os seus dirigentes passados e presentes, arresto de bens e congelamento de contas.

    2. Restaurar a monarquia. O resto decorre desta."

    A criminalização com base em que crime concreto? E em que país, sistema, pensamento, teoria e fundamento teórico se iria buscar tal solução?

    A monarquia prescindia de um governo? E quem...?

    Enfim, por aqui não temos solução.

    Sou mais prático: estudemos os modelos que funcionaram entre nós e arranjaremos uma melhor solução.

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  34. Crimes:


    Artº 223 - Extorsão
    Artº 226 - Usura
    artº 229 - favorecimento de credores
    Artº 234 - Apropriação ilegítima
    artº 299 - Associação criminosa
    Artº 308 - Traição à Pátria
    Artº 312 - Inteligências com o estrangeiro para constranger o estado português
    Artº 335 - Tráfico de influência
    Artº 376 - Peculato de uso
    Artº 377 - Participação económica em negócio
    Artº 382 - Abuso de poder

    Chega?

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  35. Euro2cent8:59 p.m.

    > A criminalização com base em que crime concreto?

    Hrm, os últimos 40 anos, não?

    Quer dizer, foi o que eles fizeram em 74, o exemplo parece-me bom neste caso particular.

    (Se bem que em 74 perseguiram-se os que tinha tirado o país da merda, nesta caso seria os que o lá puseram de novo. Como naquela anedota da estancia de férias com maridos à procura de raparigas, e raparigas à procura de marido, a situação não é tão simétrica como se poderia pensar.)

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  36. Esse Direito Penal é soviético...ahahaha!

    Qualquer estudante de primeiro ano de Penal atira isso para o lixo num instantinho, com base na teoria da culpa e da ilicitude.

    Por exemplo, dá um exemplo concreto de extorção que tenha reflexos penais...

    Se nem a actividade dos bancos privados está devidamente criminalizada a não ser em crimes espcíficos como a burla ou a falsificação como se pode querer criminalizar a actividade política através da judicialização?

    Impossível, caro Dragão.


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  37. Nem em 74 conseguiram julgar os chamados "pides" porque não havia lei para tal.

    bem tentaram com os crimes contra a humanidade e até os prenderam, mas acabou tudo em amnistias poruq e a lei penal não é à medida do freguês.

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  38. NO tempo do 44 houve a tentativa de o incriminar num crime concreto e bem explícito: o de atentado ao Estado de Direito.

    havia provas e suficientes, mas o presidente do STJ e o PGR acharam que não. Que não era crime algum.

    A professora catedrática de Direito Penal Fernanda Palma ( casada com o socialista Rui Pereira) achou logo que tal norma penal é daquelas chamadas "adormecidas". Sério...aahahaha.

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  39. Anónimo10:32 p.m.

    «Com gente venal e desonesta, não há modelo que resista.»

    « Restaurar a monarquia. O resto decorre desta. »


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  40. "como se pode querer criminalizar a actividade política através da judicialização?"

    Naturalmente, caro José, eu não estava a sugerir que na actual conjuntura, quer com os militares, quer com a justiça que temos, que isso fosse possível. Estava a pensar num outro enquadramento, digamos, extraordinário. Do estilo daquele belo Maio dos anos vinte do século passado. Estava, por assim dizer, a colocar a questão num plano "ideal".



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  41. E com o nosso reizinho a comandar

    eheheheheh


    Desculpa lá, mas só de imaginar mato-me a rir.

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  42. http://realfamiliaportuguesa.blogspot.pt/2012/03/entrevista-d-francisco-de-braganca-van.html

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  43. A mim parece-me óbvio que tem de mudar alguma coisa.

    Eu creio que vai mudar. Evidentemente, ninguém sabe.

    O problema põe-se assim logo em saber como se faz para mudar para melhor, evitando mudar para pior.

    Na práctica, penso que o possível se resume em duas formas de actuação política não exclusivas e possivelmente convergentes: o "Si le coup de force est possible" maurrasiano, e a resistência subversiva (ou a subversão resistente) típica da esquerda.

    É por isso que acho interessante a actividade do Alain Soral em França com a sua associação Egalité & Réconciliation que é um dos sites mais vistos de França e ninguém o diria pela televisão. Indissociável do que faz Dieudonné com os seus espetáculos. É uma relação simbiótica muito interessante.

    E o mais surpreendente é a diversidade de origens e culturas que a compõem, e quem tem a mínima noção sociológica e social da França neste momento, compreende o gabarito do feito. É, de facto, uma fatia transversal da sociedade, tal como ela é e não como o imaginário do teatro politico-mediático diz que é. O que é relevante porque significa que a história ainda não acabou.

    É possível conciliar as ideias e as vontades, independentemente das circunstâncias, desde que haja vontade para isso. E a experiência dele mostra, pelo menos, que é possível quebrar os currais onde cada vez mais teimam em nos meter; em virtude da exclusão mediática a que são sujeitos, demonstra que a internet é um recurso crucial; e demonstra que a luta cultural é eficaz se bem conduzida e não tem que funcionar sempre no mesmo sentido...


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  44. Pois é. Portugal não estava como está se tivessemos continuado com a monarquia.

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  45. Ora, também não estava como está se tivéssemos continuado na 2ª República.

    Isso é que eu não entendo. Dizerem que na 2ª República estava tudo "abafado" e não sei que mais. E depois lamentarem-se por causa da monarquia. Então na monarquia não estava abafado?

    Não eram ventos da história?

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  46. Eu nem sou republicano nem deixo de ser. É como monárquico.

    Mas há uma coisa que não entendo, porque nunca é bem explicadinha:

    As Monarquias só podem ser restauradas ou instauradas com uma grande onda popular,

    diz o senhor Van Uden.

    Então mas isto quer dizer o quê? Que o rei há-de ficar à espera que alguém capture o poder e lho entregue? Que lhe limpem o pó ao trono e o sentem lá?

    Mas que raio de rei é esse? Isso não é um rei, é um mordomo! Um presidente hereditário, vá.

    Ou reis dantes pelejavam. Iam à liça. E então depois, sim, eram aclamados! Primeiro conquistavam, depois então os reconheciam.

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  47. Então para isso, faça-se uma coisa modelada na Igreja.

    Eleja-se o soberano para a vida, de e por um grupo de homens para isso aptos.

    O tal único que teve ideias nos últimos 200 anos não era, para todos os efeitos, padre? Então...

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