As pessoas, especialmente nos ciber-éteres, utilizam as palavras dum modo arbitrário e, a maior parte do tempo, descabelado. Quer dizer, usam-nas como usam a generalidade das coisas no seu quotidiano: ignorando (ou tripudiando) completamente o seu significado. Um exemplo recorrente disso é, por exemplo, o termo "terrorismo" e, por inerência, "terrorista". Já várias vezes aqui, pedagogicamente, tentei obstar a tanta e tão confragedora desmioleira, mas, pelos vistos, debalde. De balde, bacia e alguidar, porque não sendo este um espaço frequentado pelas massas, apenas um ou outro transeunte menos enmanedescido daqui retira algum proveito.
Não obstante, sou tenaz. Pela enésima vez socorro a ignorância transumante. De seguida, três definições da palavra "terrorismo". Para os eruditos, para o vulgo e para a elite da humanidade que são os leitores desta casa.
Assim, respectivamente, segundo o Houaiss da Língua Portuguesa:
Terrorismo - 1. Modo de impor a vontade pelo uso sistemático do terror; 2. emprego sistemático da violência para fins políticos, esp. a prática de atentados e destruições por grupos cujo objectivo é a desorganização da sociedade existente e a tomada do poder; 3. regime de violência instituído por um governo; 4. atitude de intolerância e de intimidação adoptada pelos defensores de uma ideologia, sobretudo nos campos literário e artístico, em relação áqueles que não participam das suas convicções.
Segundo o Dicionário da Porto Editora:
Terrorismo - s.m, sistema de governo por meio de terror e de medidas violentas; actos violentos praticados contra um governo, uma classe dominante ou pessoas desconhecidas que acidentalmente se deslocam em meios de transporte, ruas, etc: aspecto terrível; modalidade de acção da guerra subversiva, pela qual se procura criar a insegurança dos dirigentes políticos e militares e o medo da população civil.
E , finalmente, segundo o Dicionário Shelltox Concise do Dragão:
Terrorismo - s.m, modalidade dramatúrgica moderna, de causas nebulosas, finalidades obscuras e patrocínio sinistro, que, por meio de grande espectáculo e difusão pública, visa o entretenimento mórbido e macabro das massas; auto-medicação para o tédio, spleen e depressões associadas por parte de super-elitres globais e organizações secretas subsidiadas; inversão da tragédia grega quanto às finalidades, segundo Aristóteles: doravante não se pretende suscitar nos espectadores o terror e a piedade, mas, o pavor e a impiedade; forma psicologicamente expedita e juridicamente desembaraçada de condução das massas, bem como de incrementação de certos astronegócios; terapia política de choque de valor variável a) quando praticado contra portugueses ou europeus em geral até 1974, denomina-se, suaviza-se e substitui-se pelo designativo "luta de libertação". b) quando praticado na actualidade por muçulmanos contra outros muçulmanos, drusos, yazedis ou cristãos avulsos, benigniza-se sob a qualidade de "legítimo processo de democratização em curso". c) excepcionalmente, se praticado pelos mesmos árabes ou qualquer outra etnia de conveniência sobre americanos, jornalistas avulsos (se televisionados) ou, no pior ou mais extremo dos casos, israelitas (abertos, cobertos ou discretos), maligniza-se desmesuradamente a "1.forma superlativa de desumanidade. 2. abjecção suprema. 3. motivo de concertado alarido, repúdio e retaliação à escala global.
na Nigéria, o boko harum, tirou a palavra a mais dois mil. Não chegaram a um acordo. É assim as diferenças de opinião, mas claro agora não interessa, está tudo mais preocupado com a liberdade de expressão.
ResponderEliminarPodes crer que esta mongalhada era capaz de vandalizar igloos para afugentar a ameaça do terrorismo islâmico.
ResponderEliminarEntão? Para quando uns links para o Dicionário? Começou há uns anitos mas valia a pena continuar a construí-lo. Mesmo com a ajuda, voluntária ou não, dos colaboradores.
ResponderEliminareao
Caro eao,
ResponderEliminarJá esteve mais longe. A seu tempo chegará.