No século XIX, na Europa, uma pessoa com 40 anos era considerada velha. Porque a esperança média de vida da população em pouco ultrapassava essa idade. Neste dealbar radioso do século XXI, uma pessoa com trinta e cinco anos é considerada velha. Porque a esperança média de emprego da população extingue-se entre os 35 e os 40. Neste momento, aos trinta, já se é considerado perigosamente envelhecido. A diferença substancial entre o século XIX e o XXI é o estatuto na epivelhice - lá, passavam rapidamente a cadáver/defunto; cá, experimentam um limbo de transição, durante o qual se arrastam e definham zombificados. Na verdade, a putativa melhoria em termos quantitativos não se reflectiu em tremos qualitativos. Longe disso; o que se fez foi apenas prolongar e rentabilizar (em termos de indústria droguista, por exemplo) a degradação física, sobretudo, já que a mental, essa, com requintes de veneno, vai sendo metodicamente subministrada desde a nascença.
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