«Realismo n arte: realismo na ciência - passam com o tempo. Em 1859, a coisa a fazer era aceitar o darwinismo: agora muitos biólogos estão a revoltar-se e a tentar conceber outra coisa. A coisa certa a fazer era aceitá-lo na sua época, mas, como é evidente, o darwinismo nunca foi provado:
os mais aptos sobrevivem.O que é que se entende por mais aptos?
Não os mais fortes, não os mais espertos -
A Fraqueza e a estupidez sobrevivem por toda a parte.
Não existe qualquer forma de determinar a aptidão excepto no facto de uma coisa sobreviver realmente.
"Aptidão", então, é apenas outro nome para "sobrevivência".O darwinismo: Que os sobreviventes sobrevivem.»
- Charles Fort, "O Livro dos Danados"
Note-se que o agora destas considerações Forteanas correspondia a 1919. Reduzir o "método científico" a uma tautologia manhosa poderá parecer excessivo. Dada a "heterodoxia" feroz do autor em questão, beirará mesmo o descrédito.
Mas. não obstante, um conceituado epistemologista contemporâneo vai ainda mais longe:
«Ainda que o empreendimento científico possa ser imparcial, seja qual for o sentido que a frase possa ter, o cientista, pessoalmente, muitas vezes não o é. Seja a sua obra predominantemente teórica ou experimental, por regra parece conhecer, ainda antes do projecto que tem em marcha, quase todos os detalhes do resultado a que chegará esse projecto. Se o resultado aparece rapidamente, tanto melhor. Se não, lutará com todos os seus aparatos e equações até que, sendo possível, apareçam resultados que se ajustem ao tipo de estrutura que estava prevista desde o início.»
- Thomas S. Kuhn , "Os Paradigmas científicos"
E um Físico de justo renome, eventualmente o mais importante do século XX, vai ainda mais além na mordacidade.
«Uma nova verdade científica não se apresenta habitualmente de um modo convincente aos seus oponentes...; de facto, estes vão desaparecendo pouco a pouco e surge uma nova geração que está familiarizada com a verdade desde o princípio.»
- Max Planck
eheh
ResponderEliminarQualquer verdade passa por três estágios: Primeiro, é ridicularizada. Segundo, é violentamente combatida. Terceiro, é aceite como óbvia e evidente.
ResponderEliminarShopenhauer
os mais aptos sobrevivem.
ResponderEliminarO que é que se entende por mais aptos?
Boa pergunta. Mas uma pergunta melhor é: o que é que sobrevive?
Está-se a falar de quê, quando se diz que sobrevivem?
- Sobrevivem os mais aptos
Sim, mas os mais aptos quê?
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Não percebo - palavra de honra - porque é que a teoria da evolução lhe(s) causa tanta espécie (ahah! pun intended!)...!
Que o darwinismo com véstia de filósofo lhe dê arrepios, até aí compreendo. Mas a síntese da genética (Mendel) com o darwinismo - o que a que hoje se chama neo-darwinismo - é uma teoria científica bem estabelecida e permite responder a essa redução a uma pretensa tautologia.
Diz V. que não está provada. Talvez. Mas está pelo menso provado que funciona. Se é assim que funciona a vida ou não, veremos. Mas pode funcionar. É ciência apenas.
Só atira com aquilo à filosofia quem quer.
É caso para atirar ao homem em vez de à mensagem.
Se assim for eu até ajudo a medir o vento que é para o tiro sair certeirinho. Como cientistas respeito-os bastante, só que há coisas que eles dizem que não vêem, e que defendem furiosamente que não existem (e não é do ateísmo que eu falo) quando lhas apontam. Eu vejo-as. Tanta cegueira no meio de tanta luz, faz-me desconfiar...
Os mais aptos, claro. Discutem palavras? Definições.
ResponderEliminar.
A questão é simples: darwin estudou a evolução dos animais em geral. O ser humano é apenas um deles.
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Ora, se nós observamos que os animais mais capazes, em cada categoria de animais, tem mais possibilidades de sobreviver, porque raios não haveremos de considerar que os nossos antepassados longiquos tambem seguissem essa lógica. Aqueles que viviam da caça aonde o engenho e a capacidade do corpo eram fundamentais.
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Darwin explica bem esta evolução.
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Não está apenas provado. Está inferido que é assim. Mas agora querem provar coisas passadas. Só pode ser por dedução e estudo... a menos que que tenham uma maquina de viajar no tempo. Não se pode experimentar uma coisa inexperimentavel.
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É evidente que a conjugação da capacidade cerebral e da agilidade fisica fizeram do ser humano o animal mais forte de todos. Se não foi isto, foi o quê?
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Bem, há quem diga que foi Deus. E talvez tenha sido Ele que nos dotou de um corpo com capacidade cerebral maior do que os outros. E pronto, vai dar ao mesmo. O mais apto dominou e domina o planeta, ainda que com a eventual ajuda do Altissimo.
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Não vejo aonde está o problema, sinceramente.
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Rb
Eu pá, até hoje em dia vejo isso. Quando trazem esperma de bois como deve ser para cobrir as vaquinhas. Estão a fazer o quê?
ResponderEliminarA selecionar os melhores. Que dão melhor carninha.
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Quereria lá eu um boi fanhoso a cobrir as minhas vaquinhas. Não senhor. Tem que ser toiro decente, com eles pretos.
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Apenas estamos a imitar a natureza. Exactamente porque somos parte dela. A fêmea escolhe a dedo o seu parceiro. Eu sei lá, os pavões tem que ter umas penas em riste super-hiper fantasticas. O pavão que não tiver penas não arranja parceira. Temos pena, mas é assim.
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Hoje dia, no reino animal humano, a coisa já não passa bem por isso. Se um pavão humano for infezado, estupido como uma porta, feio, e cheio de defeitos, mas tiver muito dinheiro, não faltam fêmeas.
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Pronto, um bronco com dinheiro torna-se o preferido no reino. Então vcs não vêm? como é que o PUYOL do Barça arranjou aquela fêmea?
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Ora vejam:
http://www.google.pt/imgres?um=1&hl=pt-PT&sa=N&rlz=1T4ADFA_pt-PTAO434AO434&biw=1366&bih=618&tbm=isch&tbnid=iB09MH6KHxfVsM:&imgrefurl=http://simaoescuta.blogspot.com/2012/01/as-mulheres-dos-bonitezas.html&docid=T_G2uWme7MB9FM&imgurl=http://1.bp.blogspot.com/-iHgoz0ZfjPU/Txg-JiXh8UI/AAAAAAAAAnA/pIcfyLoL-XE/s1600/malenacosta%252Bpuyol.JPG&w=549&h=399&ei=abk0UMj6EuWu0QWZ6IGABg&zoom=1&iact=hc&vpx=324&vpy=150&dur=3998&hovh=191&hovw=263&tx=117&ty=211&sig=102381298731435635291&page=1&tbnh=136&tbnw=183&start=0&ndsp=21&ved=1t:429,r:1,s:0,i:75
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Rb
Em resumo, o ser humano, dado o seu sucesso, está a regredir. Já não se salientam os melhores. Mas antes aqueles que conseguem produzir mais dinheiro. Um bom traficante de droga é uma excelente partido.
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Rb
Bem, olhe Dragao, eu no outro dia fiquei espantado. Em africa, numa roda de amigos, questionou-se o facto de as pilinhas dos animais (todos eles) terem um prepucio, quer dizer, um capacetezinho na ponta.
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Eu, que sou mais básico, disse imediatamente que era para a mão não bater na testa. Pareceu-me uma boa justificação.Mas não. Estava errado. Um africano explicou-me bem a coisa. E se há coisa em que confio nestas matérias é nos africanos. Ele disse-me, para espanto meu, que o prepuciozinho servia apenas para retirar o esperma do anterior. Daí a forma que a coisa tem. Uma batalha vaginal que a natureza terá concebido. Entra um e depois vai outro logo a seguir e tira o que o outro acumulou e coloca o seu próprio. Está bem pensado. Fiquei a pensar nisso. Que diabo, o Tipo que pensou nisso era um fucking genius.
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Por isso é que a minha cadela, que é uma vaca como não há outra igual, quando anda com o cio, não se importa muito, ou fecha os olhos àquele cão fanhoso que não tem uma perna e que por lá aparece, emobora o encha de chumbos com a arma de pressão de ar. É que depois vem outro a seguir e substitui a materia gerinicular. Uma filinha interminavel de caozoada a ver quem tira mais. O Ultimo, ou o mais persistente, vence a batalha.
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E dizem que Darwin, não intuiu bem a coisa. Claro que intuiu. Só foi pena não ter abordado a temática, essencial, da forma da ponta da pilinha. Isso explica muita coisa. Porque na verdade, porque raios não haveria de ser uma coisa direitinha? ahh?
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Rb
Rb
calma... veremos quem sobrevive quando estoirar a civilização wiskas.
ResponderEliminarSim, muito bem dito: calma!...
ResponderEliminarEu não fiz qualquer menoscabo a Santo Darwin. O Charles Fort também não: limitou-se a exibir o óbvio - que o slogan principal do santinho é uma tautologia grosseira.
E nisso não vi nenhum dos presentes desmenti-lo.
Sobreviv~encia do "mais apto" é puro bull-shit no caso humano. Aliás, neste caso, toda a teoria darwinista é shit de bull integral.
E isto não tem, nada a ver com super chicken shit dos criacionistas militantes.
Mas o que aqui estava em causa, no postal, não era exactamente o darwinismo, ou não repararam?...
Ignorem a estúpida vírgula após "e isto não tem", sff.
ResponderEliminarehehe
ResponderEliminarApara-se a realidade até caber na "Verdade" que se vende
":O))))))
Pois, eu percebi que o objectivo não era o darwinismo. Por isso é que perguntei porque é que é sempre esse a levar! Até porque não é a primeira e desconfio que não será a última...
ResponderEliminar:)))
Quanto à tautologia, depende ao que é que se aplica a teoria da evolução. A maior parte das pessoas pensa que é ao indivíduo. Dawkins (um tipo com que simpatiza certamente... eheh) popularizou a visão de uma evolução centrada no gene.
Isto significa que a definição de apto não é a mesma. Ou melhor, a que importa será outra. Não interessa apenas a quantidade que genes que determinado indivíduo copia (descendência), mas sim a quantidade de cópias que o gene é capaz de fazer (através de todos os indivíduos que o partilham).
Assim, o indivíduo mais apto, pode não ser o que sobrevive. Ou melhor, o que sobrevive pode ser tão ou mais apto que o que não sobrevive. Esta visão permite tratar alguns problemas relativos ao altruísmo verificado nalgumas espécies, sobretudo colónias de insectos em que existem vários indivíduos estéreis ou que se sacrificam e que dificilmente podem ser explicados pelo darwinismo focado no indivíduo.
De facto, vistas as coisas deste ponto de vista, até é mais intuitivo associar os genes não com os indivíduos mas com as colónias como organismos. Há quem leve isto mais longe e avance a espécie como foco da evolução, em vez do gene ou do indivíduo.
Pessoalmente, a visão centrada no gene parece-me a mais consistente, sobretudo porque até faz mais sentido do ponto de vista computacional (que é o meu), muito embora ainda seja o paradigma do indivíduo o dominante nesta área.
Nem é sempre esse a levar neste exemplo. Quem leva são os cientóinos.
ResponderEliminarahahahahah
Porque foram os cientoinos que descobriram a Verdade antes da prova e, ainda por cima, não acreditam em Deus.
ahahahahahaha
V. não leram os 3 textos ou então isso é que já é reflexo pavloviano.
ResponderEliminarPorque é que descobriram a verdade antes da prova?
ResponderEliminarQuem são afinal esses cientóinos?
Está nos textos e está escrito em Português.
ResponderEliminarLê o título, para começar e depois volta a ler tudo, de cabeça fria e vais ver que percebes.
Procrusta vem de Procrustes. Procura quem foi.
Pois, uma das questões é que os crentes na Ciência apontam, em tom enojadinho e modernaço, o carácter dogmático das religiões. Como se eles não funcionassem através de postura igualmente dogmática. A diferença entre os dogmas científicos e os dogmas religiosos é que aqueles tendam a ser rapidamente descartáveis, enquanto estes apresentam uma durabilidade absolutamente intolerável para as novas economias mentais e respectiva ordem unida de conveniência. Todavia, no modus operandi, absolutamente, não se distinguem. Avassalam de igual modo as pequeninas mentes que se lhes entregam.
ResponderEliminarNão estou a falar de religiosos sérios nem de cientistas sérios, estou a falar, concretamente, daquelas seitas ditas ateístas ou criacionistas, que só na aparência se distinguem. Estou a falar de todos aqueles que pretendem liliputizar quer a religião, quer a ciência, a mera ideologia, ou arma de arremesso pró-ideológico. É natural que estas seitas se digladiem: competem exactamente pelo mesmo espaço. O ateísmo, se quiser, é um protestantismo 2.0, ou melhor, é o corolário lógico do protestantismo. Um nihilismo, pois; mas no caso actual, já nem um nihilismo vertebrado: é mais da ordem do organismo assexuado. Quem disse que as civilizações não apanham gonorreias mentais?...
O ateísmo, se quiser, é um protestantismo 2.0
ResponderEliminarAHAHAHAHAHAHAHA
O comentário do Max Planck é absolutamente delicioso.
ResponderEliminarSó tu para desencantares estas coisas.
Sim, realmente também acho que o ateísmo militante difere pouco da militância religiosa...
ResponderEliminarPor exemplo o Dawkins - que aprecio bastante como autor de divulgação científica; mas não apreciei particularmente um dos últimos livros dele - The God Delusion, em que apresenta a religião como root of all evil.
Acho um bocado pateta fazer generalizações desse género. Enfim, atacar uma ou outra religião está dentro do razoável, e nenhuma deve ser isenta de crítica.
E depois, é curioso como ele monta um aparato de cepticismo impressionante para a religião, e depois ignora-o completamente e explicitamente em relação a outros assuntos; assuntos esses que são bem mais fáceis de estabelecer, até porque não são religiosos (muito embora, estejam em vias de ser... mas isso é outra história).
Até ataques a grupos de religiões são legítimos e não tenho problema algum co isso (há pouco li um livro que, entre outras coisas, atacava as três religiões monoteístas do Médio Oriente de maneira bastante convincente, mas não era jacobino. Não negava a divindade - antes pelo contrário - nem as considerava absolutamente más). Agora, atacar a religião (ou o sentimento religioso) é o mesmo que atacar a ciência ou a arte e consequentemente, é patetice. É como ir a um oftalmologista porque se vê mal, e ele receitar que se passe a andar de olho fechado!
E mais eu até nem acredito cá em deuses nem santos nem profetas. Acho a verdade terrena é já extraordinariamente difícil de apreender, quanto mais a do Além... Ahaha
Ó Dragão,
ResponderEliminarDê uma vista de olhos ao factor sanguíneo RH negativo...não cabe na "lógica científica"...
Faça lá uma pesquisa (???)
Legionário
O darwinismo (hoje, neodarwinismo) assenta apenas em dois princípios:
ResponderEliminar1 – As mutações são erros na transmissão genética.
2 – A seleção natural escolhe as mutações «boas» e elimina as mutações «más», e é assim que a vida «evolui».
Isto é o mesmo que afirmar que tendo milhões de macacos a bater nas teclas de milhões de máquinas de escrever, haverá um que escreverá o «Crime do Padre Amaro».
Isto é o mesmo que afirmar que tendo milhões de macacos a bater nas teclas de milhões de máquinas de escrever, haverá um que escreverá o «Crime do Padre Amaro».
ResponderEliminarNão é, não senhor.
Os macacos não evoluem, nem o texto.
O que em teoria se poderia afirmar seria que tendo várias gerações de macacos, se fossem escolhendo os que produzissem o texto mais parecido (isto seria a firness) para originar a geração seguinte. Ao fim de um número de gerações haveria um macaco capaz de produzir algo muito semelhante ao texto pretendido.
Mas isto só seria possível partindo do pressuposto que a capacidade de produzir o referido texto estaria de alguma forma codificada nos genes.
O mais engraçado é que, se com macacos esta experiência é absurda (por causa do problema da codificação), já o não é com programas de computador.
Em teoria é perfeitamente possível fazer evoluir um algoritmo que produza o "Crime do Padre Amaro", sem que contenha uma única palavra do referido texto. Como é evidente, seria necessário comparar as soluções do algoritmo com o texto para se determinar o grau de adaptação. A não ser que se conseguisse encontrar uma heurística adequada. Nesse caso, nem o original seria necessário.
A verdade é que isto muito embora não seja usado para produzir textos, já é usado para muitas outras coisas, desde horários de comboios, a motores a jacto, passando por braços de antenas para satélites.
Pode-se ser céptico em relação à evolução na natureza como o único processo "escultor" de vida. Mas ridicularizar o princípio da teoria com estas afirmações néscias é ignorar um processo computacional dos mais poderosos que temos à nossa disposição.
Correcção: não é o algoritmo que evolui. O algoritmo faz evoluir o texto.
ResponderEliminarTrocando o Padre Amaro, coitadinho, por outra obra:
ResponderEliminarhttp://www.hanselman.com/blog/SolvingTheShakespeareMillionMonkeysProblemInRealtimeWithParallelismAndSignalR.aspx