Há alguma classe tão ou mais venal e rameira do que a classe política? Há. A classe jornalística.
Mas acima dessas duas na desclassificação moral e ética, só conheço uma: a das agências de informação estatais, vulgo serviços mais ou menos secretos. É uma súcia ultradispendiosa cuja utilidade, tudo somado, é basicamente nenhuma; e que pode ser definida, sem grande margem de erro, como uma seita pseudo-esotérica transnacional de pirómanos bombeiros. Numa percentagem a raiar os noventa por cento (e estou a ser benévolo) estas cambadas de inúteis pagos a peso de ouro, não pesquisam informação: inventam-na; muito menos a analisam: atamancam-na ao gosto do freguês. Fala-se de rivalidades e atritos entre as diversas agências dos variados países (como, de resto, e em tese, seria de esperar). Pura fantasia. A sacanice e o chibanço imperam, isso sim, no interior das próprias agências. Os fulaninhos e fulaninhas não têm tempo para combater quaisquer agentes externos, mais ou menos hostis, porque estão muito ocupados a espiar-se a lixar-se entre si. A tentar usar o parceiro do lado como degrau para a sua ascensão urgente e meteórica aos mais chorudos cargos da corporação. Cada mamífero daqueles, mal transpõe a porta do curral hermético, julga-se automaticamente um semi-deus que deveria reinar sobre todos os outros, na forma inefável de sacrossantíssimo director da agência. Inebria-o, até ao verniz mais ou menos colorido das unhas, a descoberta saloia do "poder da informação". Desatam a sentir-se poderosos, coitados. Deste cafarnaum rasteiro resulta que a rede de informação raramente ultrapassa ou desancora da mera teia de quadrilhices e mexericos. Colocados no estrangeiro, numa qualquer missão, o caso piora. Além de antecipadamente revelado e denunciado pelos seus rivais intestinos, o peregrino entra - até porque o colocam - num verdadeiro stress noticioso. Todavia, nada que toda uma agenda previamente municiada (e municiadora) de fontes inquinadas e fantasiosas não resolva. E assim passa do stress à diarreia num abrir e fechar de olhos. Sobretudo fechar. O contribuinte paga tudo: as viagens, a estadia, as fontes mirabolantes e ainda as ajudas de custo.
Poderia alongar-me muito mais sobre este assunto,mas o estômago revolta-se, pelo que me fico por este retábulo sucinto.
Dir-me-ão que isto, eventualmente, retratará com fidelidade os Serviços de Informação da República Portuguesa, mas que, por exemplo, os Estados Unidos é outra loiça. Pois, realmente é. É isto elevado à décima potência. Se cá é uma seita, lá é uma constelação delas. Uma marabunta aos saltos e aos voos. Não é por acaso que o défice americano é o que é. Se a nossa confraria de mentecaptos já custa uma fortuna ao erário, aquela chusma nas américas sai por um imensilhão de balúrdios.
Os americanos, entretanto, já não sabem exactamente quantas agências de informação - a que eles chamam com imensa piada "inteligence" - têm. Nem, muito menos, para que servem ou do que efectivamente se ocupam. Há agências a espiarem-se umas às outras e a armadilharem-se, desinformarem-se ou , pelos mais diversos meios, embaraçarem-se entre si. A promiscuidade com aqueles que era suposto vigiarem, ou de alguma forma neutralizarem, essa, então, adquire já contornos de grémio industrial. Uma forma de qualquer super-potência preservar o seu estatuto hegemónico é tudo fazer para evitar que outros o adquiram. A rapaziada da CIA entende isso como carta branca para lançar o caos no mundo e retirar disso uma belo lucro pessoal. Os resultados já não apenas se adivinham, verificam-se, e não vão ser nada brilhantes.
Manda a prudência, a experiência e a eficácia que o pessoal das informações operasse num número o mais reduzido possível. De resto, à própria semelhança dos estados que deveriam servir. Mas é o contrário que acontece. Estados descomunais nutrem inteligence services exorbitantes. E os contribuintes - esmifrados sob a engrenagem de todo este mega-encefalo burocrático, à bela maneira das formigas obreiras, alimentam ambos: os dirigentes e os vigilantes. Poderá a União Soviética ter falido, mas o seu modelo mirmitónico de esbirraria prevaleceu e contagiou o globo.
PS: Nem me perguntem como é que eu sei destas coisas. Mas o facto é que sei.
Poderia alongar-me muito mais sobre este assunto,mas o estômago revolta-se, pelo que me fico por este retábulo sucinto.
Dir-me-ão que isto, eventualmente, retratará com fidelidade os Serviços de Informação da República Portuguesa, mas que, por exemplo, os Estados Unidos é outra loiça. Pois, realmente é. É isto elevado à décima potência. Se cá é uma seita, lá é uma constelação delas. Uma marabunta aos saltos e aos voos. Não é por acaso que o défice americano é o que é. Se a nossa confraria de mentecaptos já custa uma fortuna ao erário, aquela chusma nas américas sai por um imensilhão de balúrdios.
Os americanos, entretanto, já não sabem exactamente quantas agências de informação - a que eles chamam com imensa piada "inteligence" - têm. Nem, muito menos, para que servem ou do que efectivamente se ocupam. Há agências a espiarem-se umas às outras e a armadilharem-se, desinformarem-se ou , pelos mais diversos meios, embaraçarem-se entre si. A promiscuidade com aqueles que era suposto vigiarem, ou de alguma forma neutralizarem, essa, então, adquire já contornos de grémio industrial. Uma forma de qualquer super-potência preservar o seu estatuto hegemónico é tudo fazer para evitar que outros o adquiram. A rapaziada da CIA entende isso como carta branca para lançar o caos no mundo e retirar disso uma belo lucro pessoal. Os resultados já não apenas se adivinham, verificam-se, e não vão ser nada brilhantes.
Manda a prudência, a experiência e a eficácia que o pessoal das informações operasse num número o mais reduzido possível. De resto, à própria semelhança dos estados que deveriam servir. Mas é o contrário que acontece. Estados descomunais nutrem inteligence services exorbitantes. E os contribuintes - esmifrados sob a engrenagem de todo este mega-encefalo burocrático, à bela maneira das formigas obreiras, alimentam ambos: os dirigentes e os vigilantes. Poderá a União Soviética ter falido, mas o seu modelo mirmitónico de esbirraria prevaleceu e contagiou o globo.
PS: Nem me perguntem como é que eu sei destas coisas. Mas o facto é que sei.
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