quarta-feira, maio 04, 2011

Joint venture, lone desventure

Num artigo dos Idos de Março coloca-se o dedo numa das feridas:

«The lesson is clear, argues Barry Eichengreen, an economist and an expert on the euro and its origins — sustained austerity that is not supplemented by some form of debt reduction in which the holders of bank or government debt are forced to take a loss is not just unworkable but unfair as well.

“When you reduce the incomes of the people who service the debt but you don’t reduce the incomes of the bondholders, you won’t reduce the level of debt,” he said. “Some might call it shared sacrifice, but some people are not sharing.

While the argument against restructuring has been that the risks of contagion are too high, it is becoming increasingly clear that the real reason behind Europe’s reluctance to accept losses on Greek, Irish and Portuguese debt is that the cost to European banks would be prohibitive. »

No fundo, bem no fundo, estão a imolar-se países para que a Banca se salve. Pune-se o consumidor, o junkie mais que inveterado, mas poupa-se o dealer, a bem do negócio. Só a corrupção passiva merece, assim, repreensão e castigo. A activa passa por virtude empresarial e mais valia económica.

Os milhões que agora nos despejam em cima, servem essencialmente para pagar aos bancos alemães, para remendar os nossos e pagar as devidas comissões (as migalhas do costume) aos intermediários, alcaiotes e parasitas que nos desgovernam e apascentam ao Mercado. Daqui a três anos, ou eu me engano muito (oxalá!), ou estaremos bem piores. De caídos na merda, corremos o sério risco de acabarmos diluídos nela. Mas não será precisamente esse o corolário fatal e lógico de toda esta civilização do cuspo?...

Mamon é um deus impiedoso e cruel, que exige sacrifícios sanguinários e ininterruptos. E nem sequer podemos argumentar ingenuidade ou ignorância. Fomos fartamente avisados.

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