Estas eleições repetem um esquema que não muda, apenas se vem deteriorando nestes últimos decénios. A própria máscara já não disfarça. A máscara, de resto, que coincide com a fórmula: a esquerda mascarada de direita compete contra a esquerda mascarada de esquerda. Quem me conhece, sabe que eu ligo patavina a esta macacada do esquerdo/direito. Mas pronto, a bem do folclore, do pitoresco, sempre fazia algum sentido que houvesse uma distinção que se visse - uma separação, mínima que fosse, no essencial, e não apenas no acessório. Convinha ,a bem dum módico de decência,que o sufrágio putativamente livre e universal não se resumisse a um vil e oneroso cortejo de cabeçudos num qualquer carnaval fora de horas.
Promulga-se que a indiferença pilota quem descomparece. Que a irresponsabilidade anima quem desliga. Grosseira vigarice! É precisamente o inverso: indiferente porque indiferenciado é quem vai a votos. Irresponsável é quem tem contribuído para este funeral que se arrasta, sem ir a lado nenhum nem sair do mesmo sítio. Não ir lá só expressa, na generalidade, o nojo que germina do desencanto. A indiferença e irresponsabilidade, essas, as genuínas, estão no poder desde Abril de 74!
Por muito que esperássemos - ou sonhássemos - outra coisa, serviram-nos coisa nenhuma!
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