«Of the three great Jewish destinations of the first quarter of the twentieth century, one was an actually existing Promised Land. America was a compromise an the promise of a fulfilled Mercurianism; the Jewish state in Palestine was a dream of a handful of idealists; but Soviet Russia was a dream come true, whitch offered hope and a second home to young American Jews and inspiration (and a possible alternative destination) to Zionist pioneers. In Soviet Russia, young Jews had, in fact, grabbed the "rings attached to heaven and earth" and pulled heaven down to earth (as [Isaac] Babel put it).
Of the three Jewish utopias, one was in power. Many Jews who did not go to Moscow wished they had. Most young Jews who did go to Moscow pitied ou despised those who had not. Roziner's father came back from Palestine and named his son Feliks (after the founder of the Soviet Secret Police). Agursky's father came back from America and named his son Melib (Marx-Engels-Liebknecht). Mikhail Baitalvsky moved from Odessa to Moscow and named his son Vil (Vladimir Ilich Lenin). My great-aunt Bella arrived from Poland and named her son Marlen (Marx-Lenin). The mothers of two of my closest friends (second-generation Muscovites of "Jewish nacionality") are named Lenina and Ninel ("Lenin" read backward). Such was the Hebrew of the international proletariat - the true language of paradise.»
- "The Jewish Century", pp.215-216Era um paraíso terral, um jardim de idílios e delícias. Uma diferença radical, todavia, o separava do originário: no Génesis hebraico, era o Ihavé prepotente, vingativo e caprichoso que fabricava o éden; no neo-Génesis soviético-judaico, é o paraíso que se entrega, de corpo e alma, ao fabrico dum novo Iahvé - um Iahvé, diga-se, ainda mais prepotente, severo e caprichoso. O que, não obstante, é compensado por uma integral convergência operativa: tanto na versão moderna quanto na ancestral, o paraíso representa um local fechado, um parque infantil que serve de pretexto a uma tripla actividade compulsiva: vigilância, purga e expulsão.
Outro paralelismo interessante prende-se com o método demiúrgico: no caso ancestral, é a língua do deus Iahvé que cria o paraíso e o seu humano inquilino; no episódio moderno é a língua da serpente que engendra o novo-deus. O deus-Joseph. Ambos, porém, o humano inaugural e o deus-humano se irmanam numa idêntica vertigem: a ingratidão para com os respectivos criadores.
Nem só de pão vive o homem, e, pela boca, como se viria exaustivamente a comprovar, não morre apenas o peixe.
Outro paralelismo interessante prende-se com o método demiúrgico: no caso ancestral, é a língua do deus Iahvé que cria o paraíso e o seu humano inquilino; no episódio moderno é a língua da serpente que engendra o novo-deus. O deus-Joseph. Ambos, porém, o humano inaugural e o deus-humano se irmanam numa idêntica vertigem: a ingratidão para com os respectivos criadores.
Nem só de pão vive o homem, e, pela boca, como se viria exaustivamente a comprovar, não morre apenas o peixe.
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