domingo, agosto 24, 2008

Dados viciados

Diz um título de jornal: "Metade dos casamentos terminam com divórcios". Nem o verbo concorda com o sujeito, nem a parangona constitui qualquer admiração. Metade dos casamentos termina com divórcios, e todos juntos, casamentos e divórcios, acabam em funerais. É o vício do costume: abandonam os princípios, masturbam-se com os meios e esquecem-se dos fins.
Dantes casavam-se até que a morte os separasse. Agora casam-se até que o divórcio os separe e a morte os reúna de novo. Na mesma esterqueira ou cinzeiro póstumos. Disse.

5 comentários:

  1. Olha, o Caguinchas está de volta

    ":O)))

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  2. «(...) na Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, na se(c)ção dedicada à concordância verbal (págs. 494-512), encontra metade de classificada como expressão partitiva, ao lado de parte de, uma porção de, o grosso de, o resto de (pág. 496). Os gramáticos explicam que, quando uma expressão partitiva é seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo «pode ir para o singular ou para o plural» (ibidem).»
    Ciberdúvidas

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  3. Dragão,

    Se me permite o desabafo, V. está a transformar-se naquilo que, na terminologia zéziana, designaríamos por imPOSTor: isto é, um tipo que nunca (ou só esporadicamente) posta.

    ;-))

    E olhe que é uma pena. Seriam bem-vindos uns desarrincanços verdadeiramente dragonianos.

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  4. E utilizo a caixa de comentários do post do Caguinchas porque acredito que, a esta hora, ele deve andar a recrear-se com a Svetlana e nem se dá ao trabalho de vir inspeccionar o estaminé.

    Deixá-lo estar. Como diz o meu avô, "não devemos incomodar quem trabalha".

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