«Gangue liderado por paraplégico desmantelado».
Logo à partida, é a própria redacção do título que nos deixa a arfar: já não lhe bastava ser paraplégico, o cabecilha, ainda por cima é "paraplégico desmantelado". Como é que um "paraplégico desmantelado" lidera um gangue, não me perguntem. Despenteado, talvez eu ainda conseguisse explicar. Mas, desmantelado, convenhamos, é obra. Estão à espera de quê, os senhores do Guiness Book of Records?...
Porém, o mais fantástico emerge a parágrafos tantos, na notícia, pela voz dum tal Babo Nogueira, Comandante da GNR de Felgueiras:
Quer dizer, além de "desmantelado" e cabecilha, o paraplégico é também pessoa violenta, homicida e traficante. O mais fascinante dos epítetos, quanto a mim, é o "pessoa violenta". Um paraplégico bestialmente agressivo, pelos vistos. Por outro lado, até é capaz de ser um bom exercício de ginástica imaginativa: conceptualizar-me a ser atacado por um paraplégico... Atropelava-me com a cadeira de rodas? Kung-fu telepático? Boxe voodu? Vitupério apofântico?...
É caso para dizer que isto já é um lugarejo que se assusta, quando não se espavore, com qulquer merda. E depois de bandos de aleijadinhos mentais terem tomado de assalto a governação, a economia, as academias e as artes -com a maior das facilidades, diga-se de passagem -, como não hão-de os paraplégicos avulsos e outros entrevados meramente motrizes sentir-se estimulados a formar pequenas empresas recolectoras? Ditos gangues, apenas quando, ao contrário da Galp, da PT, da Banca e quejandas associações de malfeitores (desde os partidos às autarquias), espoliam os galináceos sem alvará.
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