Tele-prostituição, ou Objectividade da treta

Um artigo deveras sugestivo, no New York Times:
«Behind TV Analysts, Pentagon’s Hidden Hand ».

«Hidden behind that appearance of objectivity, though, is a Pentagon information apparatus that has used those analysts in a campaign to generate favorable news coverage of the administration’s wartime performance (...)»

«The effort, which began with the buildup to the Iraq war and continues to this day, has sought to exploit ideological and military allegiances, and also a powerful financial dynamic: Most of the analysts have ties to military contractors vested in the very war policies they are asked to assess on air. »

Neste nosso tempo de simulacros e fantasias perigosas, chama-se "objectividade" à hiper-subjectividade. Por toda a parte a pastilha é envolvida nessa cobertura científica dissipadora de quaisquer dúvidas e sedativa de todos os sobressaltos. Mas, no fundo, a mítica objectividade desempenha apenas as funções de vaselina da propaganda.

De caminho, registe-se o pormenor deveras relevante na mesma notícia:

«Though many analysts are paid network consultants, making $500 to $1,000 per appearance (...)»

O que só atesta como, contabilizada ao minuto, a prostituição mental é mais bem paga que a física. E, ao contrário desta, tanto mais valiosa quanto mais pública e exibida for.