sexta-feira, maio 23, 2008

O Triunfo dos suínos, ou Salsicharia elitista


»WORKING-CLASS students have lower IQs than those from wealthier backgrounds and should not be expected to win places at top universities, an academic has claimed.»
Quem o diz é Bruce Charlton, um psiquiatra evolucionista, na Universidade de Newcastle. Escreveu mesmo um paper explicitando a razão porque um número reduzido de estudantes oriundos de famílias pobres são admitidos em Oxford e em Cambridge: não é preconceito social, assegura, mas estrita falta de habilitação. O facto é que, garante e jura a patas juntas, "poor people have lower average IQ than wealthier people".

Apetece dizer que este neo-bruxo evolucionista também não profere estas inanidades por preconceito social: é mesmo falta de inteligência.
Tanto mais que basta uma miradela à realidade para constatarmos o alto nível de baboseira que esta teoria - tipicamente inglesa e liberal - traduz. O critério de acesso ao ensino superior no mundo actual - da Inglaterra à Patagónia, passando por Portugal - está bem à vista, é cada vez mais opressivo e não exige, em essência, aptidões de índole económica, mas, outrossim, de cariz mental. Ou seja, que os candidatos sejam ricos, semi-ricos, semi-pobres, remediados ou pobres, é-lhes irrelevante. Muito pouco lhes importa. O fundamental, o imperioso, a condição cada vez mais basilar e rainha de acesso é que sejam o mais imbecis possível; o mais amorfos e acéfalos que imaginar se possa. O que é perfeitamente compreensível: Só uma carniça bem passevitada e inhenha à entrada pode garantir chouriços da envergadura deste Bruce Charlton à saída.

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