«Creio não errar ao presumir que o sr. José Cabral supõe que a Maçonaria é uma associação secreta. Não é. A Maçonaria é uma Ordem secreta, ou, com plena propriedade, uma Ordem iniciática.»
- Fernando Pessoa, "As Associações secretas"
- Fernando Pessoa, "As Associações secretas"
De costume, dizemos a Maçonaria, mas na verdade deveríamos dizer "as Maçonarias", porque efectivamente existem, se assim podemos dizer, duas: a Maçonaria Regular e a Maçonaria Irregular. Meter tudo no mesmo saco não me parece justo.
Distinguem-se, ao que me é permitido avaliar enquanto observador externo e convicto a ambas, pela fidelidade às chamadas 12 regras. Uma segue-as religiosamente e por isso se diz "Regular", a outra não, e por isso se intitula Irregular.
Distinguem-se, ao que me é permitido avaliar enquanto observador externo e convicto a ambas, pela fidelidade às chamadas 12 regras. Uma segue-as religiosamente e por isso se diz "Regular", a outra não, e por isso se intitula Irregular.
Visitando o site da Grande Loja Legal de Portugal, podemos tomar conhecimento do que versam exotericamente essas 12 regras.
1. A maçonaria regular não é ateia nem agnóstica: é absolutamente deísta;
2. Proibe aos seus membros a discussão ou controvérsia política ou religiosa, com base no respeito pela crença ou opinião política de cada um;
3. Só aceita como membros homens de honra, maiores de idade, leais e discretos, de boa reputação, «dignos de ser bons irmãos e aptos a reconhecer os limites do domínio do homem, e o infinito poder do Eterno»;
4. «Cultiva nas suas lojas o amor à Pátria, a submissão às leis e o respeito pela Autoridade constituída»;
5. Prescreve aos seus membros um "exemplo activo de comportamento viril, digno e são»;
6. O maçon regular, segundo julgo perceber, quer contribuir para o aperfeiçoamento da humanidade através do seu aperfeiçoamento pessoal;
Em contrapartida, a Maçonaria Irregular não se atém a estas regras. É desregrada. Pior: nos pontos por mim realçados até se esmera, por vocação, no seu contrário. Sendo essencialmente jacobina, acoita ateus, agnósticos e sabe o diabo mais o quê; entende que as Lojas são locais por excelência para a discussão político-religiosa, para a conspiração e para a consequente intervenção política na sociedade, de modo a alterá-la de acordo aos guisados luminosos da seita; cumpre uma agenda essencialmente internacionaleira, a partir dum tumor central situado algures em França; não faz da virilidade ponto de honra, o que, presumo, indica que, além de aceitar gajas, também tolera meninos e gaios (fora os papagaios, que isso devem todos). Iniciam no jardim-escola e vão por ali acima. Às tantas, em vez de Loja, aquilo já deve ser um Shoping!...
Agora perguntarão vocês: e o Grande Oriente Lusitano, ó Dragão, essa Loja que infesta a nacinha e, dizem, domina o PS e titila o PSD?...
Irregular, filhinhos, pois claro. Ou melhor, pois escuro. Bem escurinho, aliás.
País azarado, este. Até a Maçonaria tinha que sair mixórdia. Uma porcaria de Maçonaria a martelo. A outros saiu a Ordem; a nós tinha logo que calhar a seita. O reles valhacouto.
A Itália teve a P2.
ResponderEliminarNós, um certo Ps. A que alguns acrescentam um d. Tudo em letrinhas pequenas, como convém à discrição.