«Enquanto o interesse táctico ordena que as correntes anti-semita e anti-cristã não se aliem abertamente, tecem-se, entre a opinião anti-semita e a reflexão no domínio das ciências naturais, relações complexas. A tese darwinista da "sobrevivência dos mais aptos" conquistara os espíritos no novo Reich, tanto mais facilmente quanto a fundação do Estado-nação alemão, que consagra a vitória sobre o "inimigo hereditário" francês, parecia oferecer a confirmação política desta teoria biológica. Por conseguinte, foi o zoólogo de Iena, Ernst Haeckel, que insuflou no darwinismo alemão um impulso anti-cristão. (...) Neste final de século, o homem que acredita na ciência encontra no monismo panteísta, tal como é descrito, em 1899, por Haeckel, em Os Enigmas do Mundo, uma lei conveniente. O monismo, definido como "um laço entre religião e ciência", coloca como "núcleo da verdadeira religião (...) uma ética baseada numa antropologia racional".
A crença num "Deus criador personificado e taumaturgo", em suma, na "mitologfia cristã", é, apenas, para os monistas, "superstição" desusada, pois todos sabem, doravante, que o Homem resulta de um desenvolvimento natural na evolução do reino animal e que a alma se reduz a uma - efémera - "função da crosta cerebral".
De uma maneira geral, os monistas não se empenham no movimento anti-semita. Contudo, esta corrente recebe a simpatia de Haeckel que vê nela um factor de reforço do sentimento nacional.»
- Éduard Conte; Cornelia Essner, "A Demanda da Raça"
Para aqueles que possam pensar que Haeckel distorceu ou abusou das teorias de Darwin, convirá talvez ponderar no que o próprio Darwin escreveu aquando da publicação da principal obra de Haeckel, "História da criação natural":
«Se este livro tivesse surgido antes de eu ter escrito o meu ensaio ("Sobre a descendência do homem"). provavelmente não o teria terminado nunca. Quase todas as conclusões a que cheguei, encontro-as confirmadas por este naturalista, cujos conhecimentos, em muitos pontos, são mais extensos do que os meus.»
Não é bem pelo post. É só uma pergunta : sou animal , mas sou racional . Logo , penso que a minha evolução não passará obrigatoriamente por evolução fisica e adaptação ao meio ambiente ; não sei , mas tenho cá uma ideia que a evolução da espécie racional é um bocadinho diferente da das outras. Adaptação ao meio social , e quando infeliz , na tentativa de mudar o meio social a seu modo. Através da razão.
ResponderEliminarFoi isso que fizemos as mulheres ( no mundo ocidental). E os homens terão de se adaptar a esta mudança.
Não acredita que de aqui surgirá uma nova humanidade?
O poder , mais tarde ou mais cedo , será repartido e vivido de outra maneira . Inclusivé na família . Quem não se souber adaptar , tá lixado.
É que, sabe ? Em todas essas coisas de que fala não se ouve uma única voz feminina. Mas nós já vamos começando verdadeiramente a existir e para a ciência e filosofia também. E a isto eu chamaria evolução da espécie humana . Claro que, suponho, para um homem não será.
ResponderEliminarMas não sei se reparou em todos os consensos que seremos , no futuro ,obrigados a conseguir para sobreviver. Já não há "o senhor". Graças a Deus.
«Não acredita que de aqui surgirá uma nova humanidade?»
ResponderEliminarConfesso-lhe que estou um bocado céptico.
«não se ouve uma única voz feminina.»
Bem, logo neste postal a citação é de Cornelia Essner. Julgo que é feminina.
lol
ResponderEliminarpois