Passámos daquilo que, segundo os especialistas e tudólogos, era um país políticamente atrofiado para uma província políticamente hipertrofiada. O tremendo défice deveio enxurrada. A fome deu em diarreia. Quer dizer, se no tempo de Oliveira Salazar a política era tarefa exclusiva de um homem, hoje a política é ocupação geral e compulsiva da malta toda. E quem não a pratica, frenética e obsessivamente, lixa-se.
Nas escolas ensina-se? Não, faz-se política. Os hospitais tratam da saúde? Não, tratam da política. Os tribunais administram a justiça? Não, ajudam à política. A polícia investiga? Não, faz política. Os jornais informam? Não, fazem política. A própria tropa que, por estatuto e princípio, não devia meter-se na política, não faz outra coisa: política; ainda por cima internacional. O país inteiro anda a fazer que anda mas não anda, anda a fazer que faz mas não faz, em suma: de norte a sul ninguém faz corno de jeito porque anda tudo muito ocupado a fazer política. A Igreja faz política, a ciência faz política, os jornalistas fazem política, as universidades fazem política, o sector privado faz ainda mais política que o público, porque senão, queixam-se todos, ninguém se safa. Dos berçários aos lares da terceira idade, é política que nunca mais acaba!
Da política confinada, resvalámos assim para a política desenfreada. Antigamente tinhamos a polícia política e é o trauma, a compunção recorrente, a choraminguice militante que se celebra, semana sim, semana não. Hoje, em regime de corrimento gorjal, temos escolas políticas, hospitais políticos, tribunais políticos, forças armadas políticas, padres políticos, jornais políticos, televisões políticas, serviços de informação políticos, universidades políticas, empresas políticas, até os clubes de futebol já são meio políticos – e ninguém se queixa. Enquanto a banca der corda e a publicidade tocar a campainha, hão-de porfiar no rilhafoles.
O próprio Governo, que mais desgoverno parece, é uma redundância pegada, uma desmultiplicação clonística de um único ministério: o da política; e de um único ministro: o Primeiro. Sim, porque bem pouco se está lixando o Ministério da Educação para a educação, ou o da Justiça para a justiça, ou o da Saúde para a saúde, ou o do Ambiente para o ambiente: todos eles zelam e cuidam é da política. Não fazem outra coisa senão converter e dissolver tudo na política. Política caiada a finança. Aos baldes.
Nas escolas ensina-se? Não, faz-se política. Os hospitais tratam da saúde? Não, tratam da política. Os tribunais administram a justiça? Não, ajudam à política. A polícia investiga? Não, faz política. Os jornais informam? Não, fazem política. A própria tropa que, por estatuto e princípio, não devia meter-se na política, não faz outra coisa: política; ainda por cima internacional. O país inteiro anda a fazer que anda mas não anda, anda a fazer que faz mas não faz, em suma: de norte a sul ninguém faz corno de jeito porque anda tudo muito ocupado a fazer política. A Igreja faz política, a ciência faz política, os jornalistas fazem política, as universidades fazem política, o sector privado faz ainda mais política que o público, porque senão, queixam-se todos, ninguém se safa. Dos berçários aos lares da terceira idade, é política que nunca mais acaba!
Da política confinada, resvalámos assim para a política desenfreada. Antigamente tinhamos a polícia política e é o trauma, a compunção recorrente, a choraminguice militante que se celebra, semana sim, semana não. Hoje, em regime de corrimento gorjal, temos escolas políticas, hospitais políticos, tribunais políticos, forças armadas políticas, padres políticos, jornais políticos, televisões políticas, serviços de informação políticos, universidades políticas, empresas políticas, até os clubes de futebol já são meio políticos – e ninguém se queixa. Enquanto a banca der corda e a publicidade tocar a campainha, hão-de porfiar no rilhafoles.
O próprio Governo, que mais desgoverno parece, é uma redundância pegada, uma desmultiplicação clonística de um único ministério: o da política; e de um único ministro: o Primeiro. Sim, porque bem pouco se está lixando o Ministério da Educação para a educação, ou o da Justiça para a justiça, ou o da Saúde para a saúde, ou o do Ambiente para o ambiente: todos eles zelam e cuidam é da política. Não fazem outra coisa senão converter e dissolver tudo na política. Política caiada a finança. Aos baldes.
O que, de resto, cumpre uma lógica inexorável. Manhosamente, os eleitores entronizam um tipo que a única coisa que sabe fazer, após maturação intestina num país que não faz outra coisa, é política. Ninguém pode esperar que administre o país, que oriente a nação, que aprenda com o passado ou que prepare o futuro. Faz aquilo que sabe fazer, em que foi amestrado: política. Ou seja, flutua de modo a que o seu umbigo fique à tona, ao leme, ao sol. O maior número de dias possível.
Isto há-de chegar a um ponto que um tipo, um dia destes, chama um canalizador e em vez da reparação requerida, da torneira arranjada, recebe um comício. Há-de chegar, minto: já é assim. Entra-se num táxi e descobre-se um Demóstenes ao volante; vai-se ao barbeiro, e leva-se com um Catão de tesoura e pente em riste; passa-se na padaria e depara-se com uma Rosa Luxemburgo em erupção; convoca-se um limpa-chaminés e temos um Lenine de escovilhão pela certa; fugi da mulher-a-dias se não quereis aturar um Marcelo Rebelo de Sousa ao ralenti.
Os Atenienses clássicos tinham a mania dos tribunais; os romanos a tara do circo. Nós, lalonautas destravados, mascadores sonoros de crises elásticas, transformámos o país num frenético parlamento! Num palratório geral e compulsivo! Num grulhódromo desenfreado!´
É um país inteiro em demorragia oral, a entornar-se pelos cantos, a desbordar-se pelas esquinas, ruas, escadas, janelas, televisões e autocarros? Sim. Sem dúvida. E com uma grande camada de chatos, para cúmulo da comichice. E outra ainda maior de Demorróidas. Que, curiosamente, até passam por amigdalite.
Os Atenienses clássicos tinham a mania dos tribunais; os romanos a tara do circo. Nós, lalonautas destravados, mascadores sonoros de crises elásticas, transformámos o país num frenético parlamento! Num palratório geral e compulsivo! Num grulhódromo desenfreado!´
É um país inteiro em demorragia oral, a entornar-se pelos cantos, a desbordar-se pelas esquinas, ruas, escadas, janelas, televisões e autocarros? Sim. Sem dúvida. E com uma grande camada de chatos, para cúmulo da comichice. E outra ainda maior de Demorróidas. Que, curiosamente, até passam por amigdalite.
"Entra-se num táxi e descobre-se um Demóstenes ao volante; vai-se ao barbeiro, e leva-se com um Catão de tesoura e pente em riste; passa-se na padaria e depara-se com a Rosa Luxemburgo em erupção ; convoca-se um limpa-chaminés e temos um Lenine de escovilhão pela certa; fugi da mulher a dias se não quereis aturar um Marcelo Rebelo de Sousa ao ralenti."
ResponderEliminarAgradecido.
Tenho de ir, já me doi a barriga de tanto rir.
Bem haja Dragão
PS
Então a do Marcelo ao ralenti...
Certo mas, pelo menos, vamos resistir bem à crise que se avizinha, por duas razões:
ResponderEliminar1 - Não podemos sentir falta do que nunca tivemos
2 - A ordem natural das coisas é clara: tudo o que não sobe muito também não pode dar grande queda.
Quando andar meio mundo de mãos na cabeça, por cá vamos continuar pobretes, mas alegretes. Aliás, penso que houve um candidato presidencial (o Manuel João Vieira dos Ena Pá 2000) que falou algo que me parece sobremaneira adequado: vinho canalizado.
http://vieira2006.blog.pt/
"um Catão de tesoura e pente em riste"
ahahahhahahaha
:) :) :)
ResponderEliminarF. Neto
... e vem-se ao dragoscópio e dá-se de caras com um nitxe em processo deshegelinização (barroca, claro)! um abraço, antº
ResponderEliminarQuanto ao falar política, é verdade. E quanto ao escrever-blogue política, ainda mais.
ResponderEliminarPALAVROSSAVRVS REX
É preferível a falar de futebol o tempo todo. Apesar de tudo é menos alienante. Se a malta quiser ir a algum lado vai ter que tomar os seus assuntos nas mãos. Pode ser que isto seja um começo.
ResponderEliminarPara além do Marcelo ao ralenti, desconheço quais as razões, o que dirá o D. Dragão à notícia abaixo?
ResponderEliminar“High on Mount Sinai, Moses was on psychedelic drugs when he heard God deliver the Ten Commandments, an Israeli researcher claimed in a study published this week.
Such mind-altering substances formed an integral part of the religious rites of Israelites in biblical times, Benny Shanon, a professor of cognitive psychology at the Hebrew University of Jerusalem...”
http://www.breitbart.com/article.php
?id=080304120710.ad7gm7i6&show_artic
le=1
ahahahahha
ResponderEliminar":O))))
Carlos,
ResponderEliminarjá estou cansado de saber disso. Que os gajos andam a tripar há séculos não é novidade nenhuma e é capaz de ser a única explicação plausível para tão entranhada "pedra".
Aliás, em quem é que julga que o Lennon se baseou quando escreveu o "Lucinha no Céu com diamantes"?...
O Lennon no 'Lucinha ...' estava com uma "bad trip" do 'caneco'!! LSD marado!
ResponderEliminarSim deus?
ResponderEliminarDiz lá...?
Péra, tou ta ouvir mal, deixa cá tomar algo para te ouvir melhor...
... também queres?
Pede ao joshula pá, questa merda é cara e os gentios só ganham para comer.
A.H.
Uma vês vi um filme na tel-a-vision, em que Moisés descia o monte-do-sinal com três pedras. Aquilo eram pedras a mais para um só homem, sem falar dos fumos que o povão cá em baixo largava enquanto esperava. Uma crónica da altura diz que até as baratas, ratos, etc, se puseram ao fresco, tal era a neblina, até algumas ervas e arbustos basaram, foram morar para o monte vizinho. De qualquer maneira, quando chegou perto do povo, completamente estoirado com o peso das pedras mais o da Lucinha, ainda por cima Carregada de Diamantes (o Moisés era um mãos largas), gritou; Aqui estão os quin... (e uma das pedras deve ter perdido o efeito, penso eu, e estatelou-se ao comprido no chão) ...plaf ...aqui estão os dez Mandamentos. E o povo entrou em euforia total. Agora compreendo porque o meu avô, quando os netos se juntavam lá em casa, uma catréfada deles, e a coisa entrava por caminhos que o irritavam, voltava-se para nós; então mas afinal o qué isto, tudo prá rua, pensam quisto é alguma sinagóógou quê. Seja como for, Moisés deixou-nos os Dez Mandamentos. Comparando com os “merdamentos” que os políticos à força nos impingem, só posso chegar a uma conclusão. Anda a snifar sulfato de peúga e em avançado estado de putrefacção... só pode.
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