Há uma certa lógica que preside a tudo isto.
No tempo em que vivíamos sob a ditadura política, experimentámos os rigores duma polícia política - a famigerada Pide/DGS. Agora que vegetamos sob a ditadura económica, arfamos sob as severidades duma polícia económica - a inenarrável ASAE da pata que os pôs.
Razão tinha o outro que prescrevia: "aqui nada se ganha, nada se perde, tudo se transforma". Geralmente para pior, como é o caso. É que a Pide, por princípio, só se ocupava da repressão daquela minoria da população que conspirava para ser estrangeira; estes agora ocupam-se de qualquer um que teime em ser português.
Um povo que não luta pelo direito aos seus vícios é um povo que abdica da principal das suas virtudes (suas e de qualquer povo digno desse nome): a autonomia. Um povo que autoriza sobre si próprio uma Brigada Sanitária degenerou em infame carneirada que se resigna ao nível de gado confinado a uma exploração agro-pecuária.
Eu não fumo. Mas, desde hoje, só jantarei em restaurantes onde não seja proibido fumar.
Esta corja de políticos, esta vara de burrocratas de serviço, se querem higienizar com seriedade e algum rigor, comecem, retroactivamente, pela cloaca incontinente da senhora porca-mãe deles, esgoto infecto que despejou tamanhos excrementos no mundo!
Por isso mesmo, fica aqui o meu -e do meu sócio e engenheiro Ildefonso Caguinchas - voto para 2008:
Vão higienizar a puta que os pariu!!
Estive a ver algumas reportagens sobre a introdução da nova "lei do fumo". É impressionante ver como a sociedade se encontra completamente amestrada, com as pessoas a dizer todas a mesma coisa mas achando que ainda pensam com a própria cabeça, tendo os jornalistas um papel de destaque nesta "nazificação".
ResponderEliminarEste parece-me ser um ponto de não retorno importante. Os espaços passaram a ser todos vasculháveis, sejam públicos ou não. Aquela discussão liberal de que as pessoas podem ceder alguma liberdade em troca de outra coisa nem faz muito sentido. Ninguém vê aqui um perda de liberdade. O que se viu foi um certo gozo por isto ser uma vingança sobre os fumadores, esses ogres doentios que precisam de ser extermidados a todo o custo.
Com o fumo acho muito bem. É para aprenderem.
ResponderEliminarehehehe
Verdade, estou-me lixando para a probição dessa porcaria do fumo que até estraga o sabor da comida. E os fumadores são uns anormais que também se estão nas tintas para os outros.
Quanto às outras anormalidades de higienes e petiscos é que assino por baixo o "vão higienizar a puta que os pariu!!"
":O))
Bom ano para os 3: Dragão, engenheiro Ildefonso e Mário (que apanhei agora aqui)
Aqueles rotos de Bruxelas não tratam do haver, é só da parte do deve.Devem a andar a arranjar coragem para os casamentos gay...
ResponderEliminarEu acho positiva uma acção da ASAE, no sentido higiénico e genuidade dos produtos, bem como de andar a meter dentro do fisco aqueles que só mamavam subsídios pela informalidade dos seus negócios, mas acho também exagerado que se metam com os produtos caseiros e com as hortaliças da horta...
Fumador, aliás cultivado pelo próprio estado, que fazia abatimentos e dava até de borla deixo de ir a restaurantes onde se não possa fumar.
Mas o mais grave de facto é que estes tipos estão a usar da bufaria para conseguirem resultados.Só falta um subsídio para isto... mas já faltou mais...
Bom ano, zazie.
ResponderEliminarNão é propriamente a compaixão pelos fumadores que me anima, até porque partilho da ideia de que a maior parte dos fumadores ficada um bocado alienada quando puxa do cigarro e está-se nas tintas para os outros. Por isso a proibição de fumar em certos locais (trabalhjo, hospitais, etc.) não me levanta objecções. Já sobre bares, restaurantes e discotecas, a proibição poderia ser substítuída pela obrigação de informar se trata-se de estabelecimento que permite ou não fumar, para cada um já saber ao que vai. Mas este tipo de medidas são tipicamente intermédias e tendem depois a ser substituídas por outras proibicionistas.
O que me deixa perplexo são os efeitos de condicionamento mental que isto provoca. Há uns meses estava num almoço e numa mesa ao lado alguém puxou de um cigarro. O que vi foi um sentimento generalizado de ódio contra o fumador, o sentimento não era outro, seguido de umas reflexões totalmente despropositadas. Não foi difícil perceber que o cigarro poderia ser substituído por outra coisa qualquer e abrir-se caminho para a sociedade totalitária.
ehehe
ResponderEliminarBom Ano Mário. Eu estava mais ou menos a brincar. É sempre reconfortante saber-se que há imbecis a trabalharem legalmente por nós
ahahha
É a vingança do chinês. Por acaso estava para fazer um post sobre o Don Saltero e o seu cafézinho...
Nesses tempos ainda era a mobília que estava mumificada e não os cérebros da clientela.
Mas no meu trabalho não só se fuma na biblioteca, como até se pode almoçar e lanchar lá dentro. E a ASAE que se f****
ResponderEliminar":O)))
Bom ano, ó Zazie!
ResponderEliminarDe qualquer modo, em atenção à tua legítima posição, há que atentar no seguinte: quando se autoriza a entrada do lobo no redil, a pretexto de comer algumas ovelhas ranhosas, o problema é que mesmo que numa fase inicial -e idílica - ele de facto comece por comê-las, logo a seguir atira-se às outras. A todas quantas lá estejam. Invariavelmente, as higienizações dão em merda. Os filhos da puta entusiasmam-se.
Só a entrevista do director dessa merda, a dizer que podemos sempre emigar, diz tudo.
ResponderEliminarUm abraço e bom ano, dragão
"a Pide, por princípio, só se ocupava da repressão daquela minoria da população que conspirava para ser estrangeira", é um programa de luxo.
ResponderEliminarmudasse a asae de ramo, para a política, por exemplo, e nada haveria a dizer.
quanto ao programa de higienização em curso, vá lá que a pide não interferia com a javardeira teimosamente portuguesa em que se vivia e aí talvez compensasse voltar ao passado. com pide e sem asae e, vá lá, sem tabaco também.
Que aos fumadores, talvez por aspirarem (inalarem) estrangeirismos sempre os vi desde a dolescência a levarem altos enxertos de pancadaria nos cornos com cintos e pontapé. A asae infelizmente ainda não chegou a esses métodos bem portugueses (de antanho), mas talvez não falte muito. Desde que deixem em paz os vendedores e consumidores de ginginha falsificada ou outra qualquer bosta está tudo bem.
«sempre os vi desde a dolescência a levarem altos enxertos de pancadaria nos cornos com cintos e pontapé»
ResponderEliminarEspanta-me que tenha conseguido ver alguma coisa no meio de tanta escuridão da longa noite fáxista.
E a ginjinha que eles fecharam não foi a falsificada nem por motivo de ser falsificada. Falsificar, cá no burgo, não tem problema. Andam a martelar a história e a democracia há trinta anos e ainda ninguém encerrou o Palramento nem qualquer desses ciganódromos coalescentes.
Lindo isto!!! Nem de propósito:
ResponderEliminarhttp://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=898297&div_id=291
É esta gente que nos vai "fiscalizar"? Isto?
Parabéns pelo blog sem papas na língua. Vou linká-lo.
Um bom 2008!
A prova de que em Portugal faltam homens a sério é que durante décadas os fumadores puderam espalhar a sua cagança livremente e nunca houve um homem honrado que enfiasse um bom par de murros a um malcriado que insistisse em lhe atirar o fumo para cima.
ResponderEliminarOLhe lá, ó Detritus, não meça os outros por si. Se você nunca teve tomates para isso, não significa que todo o Portugal não tivesse.
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