sábado, dezembro 29, 2007

A ASAE-DGS

De modo a animar os proprietários para o novo ano que se avizinha, a ASAE promete e notifica: «Metade dos restaurantes e cafés em risco de fechar».
E estão em risco de fechar por uma razão muito simples: porque a ASAE vai fechá-los. Em nome da higienização económica, vulgo "regulamentos comunitários", claro está.
Mas, pergunto eu, vai fechar os McDonnald's, as Pizza Huts ou quaisquer umas dessas lixeiras alimentares que poluem e emporcalham o país de alto a baixo, desde shopping-coisos a babéis comerciais? Não, de maneira nenhuma! Era o que faltava! A qualidade da comida pouco lhes importa: o recipiente e a embalagem é que interessam. E desde que se calcem as luvinhas, ou se sirva a mixórdia em manjedoura ultra-pasteurizada, não há problema.
Em resumo: para se envenenarem, fica ao arbítrio das pessoas; funcionam as leis do mercado. Só se envenena quem quer (ou quem não tem dinheiro para mais). Mas para comerem em tascas, snacks ou restaurantes típicos, aí, fica ao critério do gangsterismo legal; funcionam as leis da burrocracia Bruxelosa, na ponta das pistolas e metralhadoras da ASAE. Só se come onde eles quiserem.
Vivemos, cada vez mais, num regime de burrocracia armada. E não já apenas em parva.

4 comentários:

  1. Cada coisa a seu tempo. Sobre a qualidade da comida não podemos avançar rumo ao totalitarismo tão rápido quanto o desejável. Primeiro há que ir promovendo uns estudos que mostrem que os chouriços, as alheiras, os jaquinzinhos, o presunto, o queijo da serra, os refugados, os salteados, os cozidos, os molhos, o sal, a pimenta e a mostarda são perigos eminentes para a saúde pública ... e daqui a 5 anos já seremos forçados a comer como os nórdicos para nosso próprio bem.

    Se não começarmos já a construir um "museu do sabor" algumas das maiores criações da humanidade, entre tachos e panelas, irão perder-se para sempre.

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  2. A actuação desta polícia pidesca digna dos tempos da inquisição denominada de ASAE - cujas operações já levaram, este ano, à apreensão de um total de 45.823.156,31 euros (segundo a sua página oficial) - não deixa de me surpreender. E sempre pelos piores motivos. Soube que A Ginginha, no Rossio, está ou esteve fechada por ordem da ASAE. É a tal, completamente invertida, ordem de prioridades a que este governo socialista (mas pouco) nos tem vindo a habituar. Provavelmente, o McDonald's ali ao lado está todo impecavelmente nos conformes. Cumpre todas as directivas impostas. Presta-nos um melhor serviço. Óleos de fritura e carnes duvidosas de multinacionais, tudo bem. Agora, bebidas alcoólicas caseiras? Nem pó! Tradições? Nem vê-las!


    Esta história d'A Ginginha, embora atrasada, cai... Que nem ginjas, para corroborar o que digo. É esta fome do que é moderno, do que é novo. Estes modernismos e preogressismos. Por uma vez tenho direito à indignação: puta que os pariu!

    Passava no há uns tempos na baixa e tive o exemplo disto mesmo. Ddesta tendência existente em todos os sectores, e também na arte. Na pintura, na música, na escultura, no cinema, na arquitectura, na dança...

    Os supostos especialistas, os que estudaram para serem artistas(!?), parecem ser os primeiros a desrespeitar e desvirtuar a sua própria arte, aquela que intendem praticar. Um homem é capaz de passar cinco anos da sua vida a estudar, entre outras coisas história da arte e específicamente da arquitectura, para se tornar arquitecto para, no fim, ter a desfaçatez de assassinar sem rodeios uma qualquer Avenida da Liberdade. Qual mosca sem valor que pousa, com a mesma alegria, na careca dum doutor, como em qualquer porcaria, projecta o arquitecto, com empáfia e júbilo proporcionais à altura da obra, um paralelepípedo vertical, com vinte andares mas sem varandas, ao lado de um edíficio bi-centenário digno, ou detentor, de um Prémio Valmor. Todo o seu estudo não lhe chega para percepcionar o ridículo que é. O atentado. Não acha que a sua "arte" esteja deslocada nem que o edifício vizinho merecesse melhor (ou mais consentânea) companhia.

    E os os escultores que temos hoje são os que fazem as Praças 25 de Abril (em Lisboa) por esse país fora? Foi isso que aprenderam a fazer? A estátua do Marquês tem um significado. É imponente e trabalhada. Representa alguma coisa. As pessoas páram para tirar fotografias, gostam de ver. Quando querem festejar as conquistas do seu clube acorrem-lhe em romaria, como que tributo a um símbolo. Da cidade e do país. Não há roteiro que a esqueça nem português que a não conheça. E aquele mamarracho da Praça 25 de Abril, o que é? E o famoso falo no topo do Parque Eduardo XVII? E a rotunda junto ao Carrefour? Os marqueses e entrecampos deixaram de agradar? Talvez devessem ser referência, mas não.

    Ver um filme a preto e branco, sem explosões e dolby surround, apenas com o talento dos actores e realizador? Ouvir uma música com mais de 30 anos, sem batidas electrónicas ou guitarras eléctricas? Arte marcante e estéticamente inteligível, não minimalista? Comida caseira sem higiene mas com sabor? Tradições taurinas? Já eram...

    Há que inventar, fugir aos preceitos, inovar. Para ser melhor? Não, só para ser original.

    Originalidade é uma coisa, isto é cretinice.

    Disse e repito, uma e outra vez: P.Q.P., o povo que se indigne, porque o povo é o lesado!

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  3. O Sr Nunes nao quer apenas fechar metade dos restaurantes e cafes quer tambem que nem concorde com ele emigre.

    Isto nao e brincadeira.

    Ha familias aflitas, empresas em dificuldes por causa do Sr Nunes.

    E tempo de nos organizarmos antes que nao seja possivel expulsar os srs nunes sem violencia.

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  4. Bom dia,

    Apenas gostaria de deixar no ar umas ideias:

    1. A qualidade alimentar do McDonnald's, Pizza Huts e restantes Fast Food's pode ser posta em causa por todos os que não conhecem as apertadas auditorias a que são alvo todos os meses. Podemos questionar a falta de consciência de quem todos os dias e de forma sistemática se alimenta de tais comidas, mas todos somos adultos e responsáveis por nós próprios e ninguém é obrigado a frequentar tais restaurantes.

    2. Em contrapartida, que certezas tem um consumidor de que os restantes restaurantes, ditos tradicionais, estão a ter cuidado com uma coisa tão importante como a qualidade da sua alimentação?

    3. Penso que poderemos questionar as políticas e regulamentos internacionais que temos que seguir em defesa dos consumidores do espaço europeu, mas nunca a implementação e fiscalização.

    4. Penso que um dos motivos que sempre levou ao atraso do nosso país foi a falta de fiscalização, daí que a acção da ASAE (embora por vezes levada ao extremo) esteja a ser positiva.

    5. Devemos também pensar que o exemplo tem que vir de cima e, nesse âmbito, podemos criticar abertamente o Director da referida entidade pelo exemplo que deu e pela desculpa que apresentou.

    Concluo dizendo que, apesar destas questões, estamos todos mais salvaguardados e o trabalho de combate à contrafacção e à falta de qualidade é altamente positivo.

    Abraço a todos,

    Luís Dias

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