segunda-feira, março 05, 2007

Da imbecilidade ruidosa (rep)


Quando uma pessoa é inteligente a posição política é acessória. Vista-se de esquerda ou direita, é a inteligência que prevalece, que decide. Ao contrário dos imbecis. No vácuo mental destes, o traje devém suporte, alicerce fundamental. O imbecil limita-se a servir-lhe de atrelado. Vai a reboque. Fatalmente, constitui seita, horda, matilha, com o mesma mística profunda que qualquer labrego constitui família. Nele, é o acessório que constitui essência. “Sou de esquerda, ou sou de direita”, proclama ele. E está tudo dito. Ei-lo na sua apoteose substantiva: Ser de esquerda ou de direita esgota-o, é signo essencial e, mais que afirmação de qualquer coisa, é negação do contrário. O imbecil, como a pata do cão a regar a parede, não se põe: contrapõe-se. Precisa duma parede, dum poste, dum muro, dum candeeiro, duma roda de automóvel, enfim: algo a que alçar a pata, onde deixar a sua marca, o seu cheiro, onde vincar a sua posição. O cão mija; o imbecil vocifera. O resultado, esse, é o mesmo.

2 comentários:

  1. Partes m'a tola.
    De acordo na essência mas distingo a esquerda da direita.
    Referes-te aos chamados organizados politicamente, os indefectíveis.
    Desalinhado não deixo de ter as minhas opções e ainda tenho a pretensão de saber se me oferecem chá por uma chávena ou por um penico.
    Um abraço

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  2. Um terreno, uns bichos e tinto da talha.

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