segunda-feira, janeiro 01, 2007

A ovelha rosa da família

Cientistas abelhudos da Oregon State University, em Corvallis, e da Oregon Health and Science University, em Portland, estão a causar furor, escândalo e indignação entre a Comunidade Gay Americana (e, já de seguida, Global). Por enquanto, o berbicacho decorre, ainda e apenas, ao nível das ovelhas, mas teme-se -temem eles, os gays, avisados -, que alastre logo a seguir aos humanos. O facto é que, através dum qualquer tratamento hormonoficiente, os cientistas estão a corrigir as ovelhas gays do seu desvio comportamental. E a terapia parece que resulta: os carneiros voltam a preferir ovelhas, e estas a preferir o carneiro ou, algumas mais excêntricas, o próprio pastor. Ora, isso «abre perspectivas de, num futuro próximo, poder vir a ser disponibilizado um tratamento às mulheres grávidas que reduza ou elimine o risco dos seus rebentos provirem homossexuais. Os especialistas afirmam que, em teoria, a coisa pode mesmo vir a ser tão simples como um complemento hormonal que as futuras mães tomam, via cutânea, ao jeito daqueles pensos de nicotina anti-tabágicos» .
Naturalmente, esta perspectiva não agrada aos homossexuais adultos em exercício. Não agrada mesmo nada. Desagrada até profundamente. Pela voz de Martina Navratilova, insurgem-se contra estas frankensteinices e proclamam o "direito das ovelhas a serem gays". Já o direito das mesmas a não serem chacinadas no matadouro mais próximo não parece preocupá-los tanto, se é que os preocupa alguma coisa. Aliás, pela lógica da seita, uma reinvindicação plausível a breve trecho será a implementação municipal de "matadouros gay", onde serão apenas processados animais gays, para alimento exclusivo da Comunidade Gay (que, dessa forma "koscher"-quer dizer, altamente higiénica - verá revigoradas e reforçadas as suas virtuosas inclinações e respectivos baluartes genéticos). Mas a antiga campeã tenista, para dar corpo à repulsa que grassa na confraria, abisma-se ainda mais. Nas suas próprias palavras: "Como é possível que em pleno ano de 2006, uma importante universidade abrigue tão cruéis e homofóbicas experiências?"
Realmente, que despautério inqualificável!...
Pensar que uma mãe pode cercear -ou até banir - as tendências gays do seu embrião é inadmissível! Ainda mais nestes tempos modernos e progressistas. Lá que a dita senhora o despeje na sanita mais conveniente, pronto, a barriga é dela, é um direito que lhe assiste. Agora que interfira com a sua livre expressão sexual, isso é que não! Nem por sombras! Chamem a polícia!...
Em sendo gay, nem que seja por mera hipótese, o embrião torna-se de imediato um cidadão de pleno direito.

23 comentários:

  1. Parabéns Dragão!
    Começa o ano em excelente forma.

    "Pensar que uma mãe pode cercear -ou até banir - as tendências gays do seu embrião é inadmissível! Ainda mais nestes tempos modernos e progressistas. Lá que a dita senhora o despeje na sanita mais conveniente, pronto, a barriga é dela, é um direito que lhe assiste. Agora que interfira com a sua livre expressão sexual, isso é que não! Nem por sombras! Chamem a polícia!...
    "

    ahahahahah! Do melhor!!!

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  2. ahahahahhah começas bem!

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  3. Enquanto "homossexual adulto em exercício", agradeço que não generalize demasiado, ainda para mais com ironia que só pode ser classificada de ofensiva...

    Não me faz confusão que se façam estudos deste género com ovelhas (desde que não lhes provoquem sofrimento). Agora, eticamente, é uma questão interessante saber se é lícito que os pais escolham a orientação sexual do seu rebento. Se (e este se é fundamental... até porque estudos sobre homossexualidade há muitos, cada um com as suas conclusões) esta inclinação sexual é determinada biologicamente, será lícito alterá-la com recurso à medicina? Será mais lícito do que escolher a cor dos olhos ou o sexo do bebé?

    De resto, se houvesse a possibilidade de fazer um tratamento hormonal a futuras mães para que os filhos destas saiam heteros, suponho que também estarão disponíveis tratamentos para que saiam gays... Por aí, fica a homossexualidade e a heterossexualidade em pé de igualdade.

    A valoração ética e moral da orientação sexual tem de se fazer, parece-me, ainda antes de se saber quais as causas da mesma.

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  4. Mas já agora, sabes o que seria mesmo giro? Seria ler o teu comentário caso houvesse cientistas que tentassem corrigir ovelhas hetero do seu "vio" (retiro apenas o "des") comportamental e transformá-las em ovelhas gay. Protestarias tu contra o "lobby anti-gay" que logo protestaria?

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  5. O problema das bichas é que têm (segundo eles) sempre razão. Já parecem "em-viados por Deus". Mas felizmente que os argumentos que utilizam são tão estúpidos, que só mesmo os cretinos lhes dão ouvidos.

    Oiça lá: O cú serve para quê? Aquilo que está a pensar é no buraco ao lado! Se não tem ... paciência. Resigne-se!

    Chamar de normalidade à homossexualidade é como dizer que os intestinos servem para procriar!
    É coisa ou de maníacos, ou de doêntes mentais ou de pulhíticos sacanas.

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  6. E quem é você, para tratar o Sr. Dr. Dragão, por tu?

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  7. A.H., nos blogs é costume tratar-se as pessoas por tu. Se o dragão não gostar, certamente que ele mo dirá (e eu pedirei desculpa e alterarei a forma de tratamento para você, embora não a ache mais respeitosa), não precisa que o defendas.

    Quanto ao mais que dizes, são insultos gratuitos que não merecem resposta.

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  8. Uups, por acaso até tem um argumento escondido no meio dos insultos: "Chamar de normalidade à homossexualidade é como dizer que os intestinos servem para procriar! "

    Antes de mais, o que importa não é se é normal ou não. É se é bom, mau ou neutro, eticamente aceitável ou não.

    Mas vá, o que estás a tentar dizer (desculpa se não gostas do tratamento por tu, mas acho o tratamento por você demasiado afectado, demasiado "bicha", até) é que sexo anal é perverter as funções biológicas do anus e dos intestinos. Por causa disso, fazes uma valoração moral.

    Suponho que também para ti mascar pastilha elástica seja perverter a função da boca (mastigar sem engolir perverte a função digestiva), e logo também não "normal".

    Seria coerente afirmares que mascar pastilha elástica é coisa ou de maníacos, ou de doêntes mentais ou de pulhíticos sacanas.

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  9. O /Me tem diversas opções: pode tratar-me por "tu", por Vossa Excelência, Magnífico Reitor, ou como lhe der mais jeito.
    Eu, por regra, não ligo muito a regras, ainda mais se forem da blogosfera, pelo que o tratamento por "tu" reservo-o aos amigos, amigas ou tipos a quem gosto de chatear, como o Timshel. Mas esteja à vontade.

    Agora vai-me desculpar, mas, antes que iniciemos aqui um animado intercâmbio de ideias, mate-me só esta curiosidade preambular:
    em que é que a minha ironia porventura o ofendeu?

    Note que estou a partir do princípio que me estou a dirigir a uma entidade individual e não a uma entidade colectiva.
    Aliás, neste sentido, aproveito já para ir adiantando outra perguntinha: isso de ser homossexualidade é um acidente ou uma essência sua?

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  10. Errata: onde está "homossexualidade" leia-se "homossexual", naturalmente.

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  11. Dragão, fico-me pelo você, então. Desculpe de o ter tratado por tu, pareceu-me mais natural.

    Acho que o que me ofendeu foi o sentir que reduzia tudo a um mesmo saco, relativamente ao qual mostrava desdém. Não gosto que digam que pertenço a uma seita, por exemplo, e menos ainda que deduzam posições éticas ou morais (como o defender a despenalização do aborto) de uma característica minha...

    Quanto à minha homossexualidade, considero-a tão acidental como a cor dos meus olhos, a minha maior ou menor inteligência ou a minha altura. Tem a sua importância, mas não define quem sou. Por outra, se hoje me submetessem a uma qualquer operação ou "tratamento" (tratamento sugere que estou doente, por isso é que coloco a palavra entre aspas) que me tornasse heterossexual, não deixaria de ser a pessoa que sou. Mas claro que ser homossexual tem consequências importantes na minha vida...

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  12. Repito: Não tem nada por que pedir desculpa, isso não tem qualquer importância.

    É verdade que eu tenho um profundo desdém por sacos e não o escondo, seja esse, sejam outros. As pessoas não se devem deixar enfiar em sacos, como não devem enfiá-los por si abaixo.

    Agora, nada de confusões: a vida íntima de cada qual não é conta do meu rosário. O modo como cada qual encontra a felicidade é problema dele. Não tenho bedelho moral nenhum a meter nisso. As opções estritamente individuais têm todo o meu respeito. Ainda que contrárias ao que penso, pratico ou acredito.
    Já o mesmo não posso dizer das coorporações difusas, lóbis, seitas e quejandos projectos de sulfatação social. Aí não há contemplações.

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  13. Desculpe mas os seus argumentos continuam ridículos. Conversar consigo ou com uma parede é o mesmo, ou talvez não pois a perede não diz asneiras!

    Mastigar pastilhas não cria presunção e mastigar faz parte da actividade normal da alimentação.

    Você faz o que bem entender com a sua carne, agora não queira fazer disso a norma porque não é! Pode faze-lo na sua privacidade que é problema seu, ninguém o impede!

    E quanto ao ético, pense um pouco no que a sua "classe" pretende tornar a sociedade e seja sério ao menos uma vez na vida!

    Já agora, pelo seu tipo de "raciocínio" o melhor será também tornar legal a pedofilia e outras opções e gostos sexuais!

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  14. Dragão, estou esclarecido. Se não me quer enfiar à força em nenhum saco, então não me resta senão respeitar as suas opiniões, e até partilhar em parte das mesmas.

    Por exemplo, eu defendo que os animais têm alguns direitos, mas defender o "direito das ovelhas a serem gays" parece-me paranóia e cair no ridículo.

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  15. A.H., eu disse em algum lado que quero fazer "disso" a norma?

    A minha "classe"? Perdão? Eu não me dei autorização a nenhum grupo para que me represente. Se tem algum problema com alguma associação, fale com eles, não comigo. Mas desde já lhe digo que a sua agressividade é uma das principais razões de tais associações existirem e subsistirem - você é mais culpado que eu de elas existirem... Por mim, seriam dispensáveis. Apenas exijo o que provavelmente você não estará disposto a conceder-me: respeito e igualdade (equivalência) de direitos quando haja cabimento para isso.

    A pedofilia prejudica pessoas, e logo é eticamente censurável.

    Quanto a ser preferível falar com uma parede que comigo, esteja à vontade.

    Mas olhe que mastigar e não engolir não é nada normal...

    (já agora, nem todos os homossexuais gostam ou "praticam" sexo anal. não generalize)

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  16. Pois, ó caro /Me, pode ficar tranquilo que eu não o meto em sacos, nem caixotes, nem prateleiras.

    Quanto às minhas ideias, são tudo menos vacas sagradas, pelo que a melhor forma de as respeitar é criticando-as sempre que julgar pertinente.
    Estou certo que não lhe faltarão oportunidades. E confio que se sinta com toda a liberdade para o fazer.

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  17. "Mas olhe que mastigar e não engolir não é nada normal..."

    Não sei se já reparou que quem come pastilhas elásticas engole o aroma e a glucose que a pastilha tem, que são ambos alimentos.

    Está a ver porque é que eu digo que pelo menos as paredes não dizem disparates?

    ...

    Não seja malandreca e pare lá com isso que já me está a enervar!

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  18. O seu comentário final pretende ser ofensivo à minha virilidade. Não me sinto atingido, embora seja notória a intenção de me atingir.

    Sabe, normal seria engolir a pastilha elástica.

    De qualquer modo, o conceito de "normalidade" pouco interessa. O que interessa é se algo é bom ou mau, se prejudica ou não a pessoa ou a sociedade. Não é se você o considera normal.

    Finalmente, como parte para a via do insulto, recuso-me a discutir mais consigo. Já estou em falha para com a cortesia com que fui recebido pelo dono deste blog, ao alimentar uma discussão com alguém sem nível.

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  19. Dragão, já cai um bocado fora do tópico, mas por curiosidade, gostaria de saber a sua opinião não relativamente às associações organizadas e ao "mundo gay", mas relativamente à homossexualidade em si, e aos indivíduos homossexuais. Se tiver "pachorra" (leia-se vontade e tempo) de me elucidar, claro está.

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  20. O facto de um tipo ser homossexual não deve impedi-lo de ser digno. Acho que as pessoas devem preservar a sua intimidade. É a melhor forma de terem respeito: darem-se ao respeito.

    Para mim, a homossexualidade masculina é da ordem do inconcebível. Não por razões de ordem moral, mas essencialmente de ordem estética. Imaginemos que o planeta ficava sem mulheres (todas elas levadas por naves extraterrestres). Bem, no minuto seguinte, eu tornava-me, não direi serial-killer, mas industrial-killer. Entregava-me ao genocídio de alma e coração.

    Em todo o caso, não sendo de todo expert no assunto, já consegui perceber que existe uma homossexualidade natural e outra artificial (como tudo, na vida). Uma por vocação e outra por interesse. É nesta segunda que abundam os gays. É do folclore desta horda que eu sou particularmente crítico.

    Dos dramas emocionais das pessoas, derivados da sexualidade ou doutra coisa qualquer, só elas poderão falar.

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  21. O último não era para si, mas para a z! Talvez me tenha enganado, mas não faz mal.

    Digamos antes que é demasiado sensivel para poder ser contrariado!
    Devo dizer que é muito interessante ver um gay preocupado com a sua masculinidade! Alguém que assume o papel de homem de outro homem!?

    "Sabe, normal seria engolir a pastilha elástica."

    Sim, da mesma forma que também engole o caroço de uma azeitona, não é?

    "Finalmente, como parte para a via do insulto, recuso-me a discutir mais consigo. Já estou em falha para com a cortesia com que fui recebido pelo dono deste blog, ao alimentar uma discussão com alguém sem nível.
    "

    Insulto e falta de nível eu digo-lhe o que é:
    -Bichas a meterem-se na minha vida privada!

    E o mal e o que prejudica a sociedade é:
    -Bichas a querem transformar a família numa palhaçada!
    ...

    E quanto ao seu mal e o seu bem, devo dizer-lhe que o dispenso! Não são nem nunca serão os meus.

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  22. Concordo que a melhor forma de as pessoas receberem respeito é darem-se ao respeito.

    Quanto ao folclore de algumas pessoas, penso que:

    - não deixam de ser pessoas;

    - esse folclore causa repulsa e discriminação, mas não surgirá antes como consequência dessa discriminação? O certo é que é um ciclo vicioso. Qual começou primeiro? A repulsa ou a discriminação? (apenas pergunto; não sei responder);

    - concordo que há muitos aspectos de ruído em torno da homossexualidade. Muita confusão. Mas creio que seria de esperar. Aliás, o título deste post sugere (ou retiro eu abusivamente a sugestão) que as pessoas se comportam um bocado como ovelhas: seguem rebanhos. Quando alguém se descobre homossexual (ou muitas vezes, não se sente membro efectivo do rebanho principal), muitas vezes assume um conjunto de comportamentos que não são próprios da identidade da mesma, mas antes do rebanho "cor de rosa". Mas o mesmo se passa com os heterossexuais.

    - O que irrita em algumas pessoas no rebanho cor de rosa são esses comportamentos artificiais. E também admito que muitos poderão pertencer ao rebanho sem serem de facto homossexuais. A lógica dos rebanhos é algo que me escapa.

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  23. Há homens que quando escrevem - no caso - nem pensam! Vomitam-se!

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