terça-feira, janeiro 16, 2007

O Top-less

Um dos grandes assuntos da semana é o inenarrável concurso da RTP e o respectivo Top Ten dos "grandes portugueses" por tele-sufrágio.
A primeira coisa que me ocorre é interrogar porque raio não elegemos também assim, desse modo assaz expedito, os governos, os presidentes desta república e os inefáveis autarcas. Dispenso-me de enumerar o opulento leque de vantagens.
A segunda é ainda mais óbvia: não me espanta, não me espanta mesmo nada, a presença do Dr. Álvaro Cunhal, esse enorme coerente e organizador das massas oprimidas, entre os Dez Mais.
Francamente, o que me surpreende -e lamento compungido - é que esteja tão mal acompanhado. O que só se pode interpretar como falseamento, ab initio, ab ovo, dos resultados. A pérfida ciganice dos organizadores é de bradar aos céus. De outra forma, estou mais que certo que, ombreando com o Dr. Cunhal, no panteão dos heróis desta ínclita gente tele-eleitora, figurariam, em garboso pódio, o Conde Andeiro, Cristóvão de Moura, Filipe I, Filipe II, Filipe III, Miguel de Vasconcelos, Lord Beresford, D.Pedro I e Manuel Buiça. O Dr. Mário Soares, até compreendo, porque ainda respira (e a respiração atrapalha um pouco estas ascensões); bem como o gelatinoso Pina Moura, antigo sequaz do camarada Álvaro. Mas aqueloutros nove, é, no mínimo, indesculpável.
Agora, dizem, o povo é soberano, o povo é rei. Pois bem, o rei só não vai nu porque vai em Top-less.

3 comentários:

  1. Bravo! Gosto destas prosas iconoclastas até mais não.
    Mais, então!

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  2. O nogeira pinto,o nunes rogério e o j.miguel de vasconcelos judas,perdão,júdice são as grandes lacunas da listagem

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