«-O que é que lhe diz a palavra "Blogosfera"?»
- Bem, dizer, propriamente, não me diz nada. Nada que eu perceba, pelo menos. Emite, se tanto, uns ruídos, uns arrulhos, uns gorjeios. Algo entre o "nham-nham!" e o "schloph-schloph!". Talvez mais adiante, quem sabe, em mudando de posição, ficando-lhe o órgão fonético mais desavagado, ela venha a proferir sons mais articulados e menos prosaicos. Desinflamada que esteja uma certa sofreguidão.
Segundo pesquisas aleatórias a uns blogs de fama, descobri que já existe na blogosfera portuguesa, um establishment como existe nos jornais e na política e sociedade civil com motorista às ordens.
ResponderEliminarO vértice desse establishmente ainda pindérico, como é de bom tom neste nosso rincão, é o blog do João Miranda e associados.
Parece que é coisa séria e levam-se já a sério nesse papel de capadores de dissidências ao mainstream.
Os establishments têm as suas próprias regras não escritas e a número um é a de não afrontar os poderes dos outros estabelecidos.
Os poderes reais, claro.
Nunca se sabe...
Falta-nos cada vez mais um O`Neill, par fustigar estes personagens de Eça.
Os blogues, auto-proclamados de referência, e grande parte dos outros por osmose, regem-se pelos mesmos princípios e fins da "revista Maria", do "24 Horas" e das emissoras de Tele-lixo a céu aberto, como a TVI: audiências. Masturbam-se com o sitemeter e o gráfico de visitas. Deslumbram-se e ego-inflam-se com a porção de basbaques que conseguem atrair. Associam a qualidade a essa "quantificação objectiva". Os que lá vão, também: pertencem àquela compulsão lusa de só entrar em restaurantes cheios de gente. O tuga ambulatorius sente uma atracção irresistível por bichas, filas e ajuntamentos. É um adesivo militante. Onde houver muito pagode é que é bom. Como nas discotecas.
ResponderEliminarTudo isto a mim não me surpreende nem preocupa. Nunca tive ilusões de que a "Blogosfera" era melhor,ou acrescentava grande coisa à "toinosfera" donde provém. Já o escrevi e mantenho: os blogues "mainscream", como o Blasfémias et al, prestam um relevante serviço de higiene e filtragem à comunidade: atraem e retêm todo um fluxo de varejeiras que, de outro modo, andariam à solta, a infernizar e conspurcar outros locais menos próprios.
Aliás, até vou repostar isso. Só por causa das cócegas.