domingo, novembro 12, 2006

Os paisanos e a paisagem

O meu estimado amigo blogólico, num daqueles arranques poéticos que o dignificam, proferiu a seguinte receita:

Força-me a um reparo essencial:
Os embriões, os pobres, os deficientes, os idosos, vá lá, ainda dou de barato - quanto mais não seja, enquanto bibelot retórico. Agora os "menos capazes", francamente, não sei que mais é que o Timshel, ou quem quer que seja, pode reivindicar para eles. Do governo central ao poder autárquico, da administração pública à gestão desportiva, das forças de segurança às fraquezas armadas, os "menos capazes" já açambarcam praticamente todos os cargos de chefia, vice-chefia, direcção, gestão, ministério, assessoria e coiso-e-tal da nação (corrijo, da "nacinha"). De facto, a densidade de "menos capazes" nesses meandros inefabilíssimos, estou em crer, só será suplantada por certas aglomerações mirmitónicas geralmente conhecidas como "marabunta".
Por conseguinte, a fazer fé nesta fantasia "timsheliana", fruto certamente dum cocktail explosivo -e seguramente alucinogéneo - de hóstia consagrada com Pet Shop Boys, Deus o abençoe, Portugal, sem sombra de qualquer dúvida, lidera o pelotão ufano do "igualitarismo supino". Aliás, se juntarmos aos "menos capazes" triunfantes, todo o enxame coalescente - de "indigentes mentais", "pobres de espírito", "tetraplégicos morais" e "caquéticos juvenis" - que os reforça, apaija e inexpugnabiliza, então, mais que na liderança galharda, a Lusitónia pedala já, isolada, qual locomotiva resfolegante e toirabunda, em fuga desarvorada ao pelotão. Ou seja, da supremacia mundial abalança-se, com todo o seu arcaboiço boçal, à hegemonia avassaladora do planeta, os dois polos incluídos.
Isto deveio mesmo um país de tal modo igualitário, que colocar na presidência ou no governo um doutor-engenheiro ou um trolha das obras é rigorosamente indiferente, igual ao litro. Qualquer badameco lustroso que só aparentemente desfila, acelera e telefona na postura vertical, neste cóio de mediocridade soberana, neste ambiente de terraplenagem cultural, neste império da sabujice exo e endomilitante, ninguém duvide, pode ser ministro, secretário-geral, nababo, empresário-deus, PCA, vedeta, campeão, barão do jet-set, presidente da câmara, da república da Igreja Universal do Chuto na Bola, tudo! É claro que nem todos podem ser ao mesmo tempo, mas se houvesse tempo podemos estar certos que todos acabariam por exercer à sua vontade. Aquilo exala, mas turbilhoneia. Numa espécie de vórtice, de buraco-negro, de ralo hiante e centrípeto.
Não entendo pois a luta preocupada do meu bom amigo. O seu afã na instauração de algo que já existe e resplandece por toda a parte.
Em bom rigor, desfavorecida, aqui, só já se vislumbra uma pobre e desgraçada entidade: este pedaço de chão - sob este bocado de céu a velar esta míngua de esperança -, que padece conspurcado e flagelado por uma tão sórdida e descategorizada amostra de gente.
É que tais paisanos já nem na paisagem se integram: estragam-na.

PS: Musicalmente, se eu mandasse, este gajo, o Timshel, era logo internado num Campo de Concentração. Mas politicamente, não obstante a fábula esquerdista em que se fantasia feito fado dos subúrbios, devo reconhecer que é um castiço. E para arranjar motes, não há melhor.

6 comentários:

  1. uma manobra suja: levado pelo link associado ao teu "blogólico" fui dar a um maduro canadiano que, entre outros pensamentos profundos, resume a minha existência:
    "Holy insight Batman
    Okay, let's see if I've been able to retain any or all of the wonderful thoughts I had last night regarding interactions with other people and relationships. I am much too idealistic, and contrary to how I've often thought, setting some idealism aside in favor of practicality is not comprimising, it's reality. In addition to overly idealistic, passivity is present at an alarming rate."

    felizmente que este meu homónimo saído do "money" parece já ter interrompido a sua diarreia mental no Verão passado (o mesmo não posso dizer de ti)

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  2. Olha!, há lapsos que afinal não são lapsos.

    Portanto, não tens emenda: queres instaurar uma coisa que já existe, e pretendes que eu interrompa uma coisa que nunca existiu...

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  3. Se calhar coube-me a tarefa subcutânea de andar a destacar elementos da semântica draconiana, que doutro modo passariam menos apercebidos. Já destaquei o "possidónimo", agora é o "nacita", terno, quase às irmãs Bronté, sinónimo de nação
    O Lusitónia, também merece ir para à primeira página. Por causa daquele "tó" incluído, e como qualquer Iniciado em Esquizoletria Grau 34 e qualquer pessoa qiue tenha praticado o avô do Sudoku, ou seja as palavras cruzadas, "tó" é sinónimo de porco.
    Enquanto a submentalidade lusa se ri à parva (justamente porque são parvos) com os gaguejos verbais do Gato Fedorento eu - um criónico, que nasceu sem cérebro - tive que o ir fazendo à mão, às vezes, outras recuperando estilhaços de meninge perdidos nos clássicos (Ah ! pois! que um livro é muito mais que uma máquina de palavras, um bom livro, claro) - eu, portanto, dou valor aqui ao trabalho draconiano e lúdico que aqui se vem fazendo sobre a língua, desconstruindo-a e reconstruindo-a a um nível de complexidade superior. Vê-se que o réptil tem prazer no que faz, e isso aumenta o grau mortífero da sua truculência.


    Força Draco, a Tribo dos Poetas anões (eu sou um duende anónimo dela ) e a dos dos Poetas Matuleôes, ramificada com sangue de Carroll, Boris Vian, Joyce e o porque não Mia, p'los vistos está viva, e veiva (já que há madeirenses por aqui) tãmbém.


    Post scriptum:

    Uma observação ao Sr. que caracteriza os judeus como pencudos. Não é verdade! há-os de todo o tipo. O meu caro senhor concerteza nunca foi a França. Eu já. Estive em vários châteaux, como convidado, não como turista, e em vários bordéis como turista, e não como convidado. E uma coisa verifiquei as francesas, desde as duquesas às meretrizes são quase todas pencudas. E o mesmo se passa com os homenhs. São judeus por isso? Claro que não, São de origem ariana, provem da tribo germânica chamada "os Francos". São antepassados do nosso Borgonha, Afonso Henriques.
    O mais provável é que Afonso Henriques fosse pencudo. E na sua óptica, judeu. Será por isso que não querem abrir o caixão. O nariz é maior do que a espada?

    Outra característica, com que se infama os judeus, é serem moedocratas. Basta consultar as listas dos top men de cada banco nacional lusitónio, só malta cá da nacita (desculpe a glosa, Draco), para ver que a percentagem de "gente da Nação", "de sangue infecto" como dizia a Inquisiçâo quando fazia a suas inquirições "de genere", sendo razoável, está longe, e bem longe de ser dominante. Ocupa 1/5 do bolo.

    Eu não tenho nada contra eles, os judeos. Sem Kafka,sem F.Pessoa, por exemplo, como é que alguma vez acertava a perceber a Lusigadânia ? Aliás, qualquer genealogista lhe dirá que 90% da nobreza portuguesa actual (ainda a há, e está bem, os brasões foram dourados por bom e sólido dinheirito burguês) tem sangue judeu. Basta um avozito, uma avozita, algures, na distância como o Barbadão ancestral dos Braganças ou algum Cohen, ancestral de tanta gente com bolinha azul e dourada na Genea-Portugal para salpicar com um genoma desamável a maior parte dos pedigrees cantantes e sonantes.

    Se aconteceu isto na nobreza, classe mui selectiva, e dada a uma hereditária e patrimonial vigilância sanguínea estrita, o que não se passou no povo? E basta ver com olhos abertos , não precisa de ser licenciado em etno-antropologia, que somos um país mestiço a mais não poder, empapado em judeo hemoglobina. Israel é mais aqui do que lá, que somos mias cas mães, contando os Palop, a emigração, e a geração contínua de fdasp. A verdade é que não deve poder encontrar mais do que uma ou duas linhas de puro e contínuo sangue godo-ariano. Dói saber isto, não é? Mas mesmo que depois de ler estas linhas que o decepcionam e contradizem claramente faça uma transfusão maciça de sangue o Sr. que escreveu os "judeus são pencudos" tem que se educar e ficar a saber que com toda a probabilidade tem umas gotitas de "sangue infecto", tal como eu, Pereira de raíz, dos "bons". Os Pereiras vem dos árabes, dos califas omíadas para ser preciso. E estes de uma filha do Profeta (a Paz seja com Ele!).

    Esclareço ainda que semitas, são os árabes and their brothers not in law. Dê uma voltada pelo Alentejo. Os provincianos do Norte, que tambºem carradas de sangue mouro dos tempos da Dona. Ouroana (no fundo são mouros mais antigos, é tudo) chamam aos provincianos do Sul, com desprezo, mouros. Eu também, mas sem desprezo, (somos todos filhos de Alá, abençado seja!) os chamo assim.

    Eis tudo, aqui do meu Kalifado remoto vos saúdo e desejo prosperidade, muito sexo (que o amor é para os Papas) e boas pingas, enquanto há Sol e o clima não despenca.

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  4. É por tudo isso que eu, amigo da verdade e do rigor, deixei de lhes chamar "pencudos". Passei a chamar-lhes "rino-salientes". Mas esse, havemos de convir, não é um assunto lá muito sério. Até porque os árabes são igualmente probo-eméritos. Bem como esses franceses que refere e,decerto, todos os narigudos espalhados por esse planeta, que certamente os há em todas as latitudes, regimes e profissões. E pior um pouco, se a pesquisa versasse cornudos. Com a única vantagem, neste caso, dos cornos serem invisíveis e não contenderem, assim, com quaisquer padrões estéticos social ou politicamente instituídos.

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  5. Mas a palavra "rino~saliente" nâo passa de um narigudo vestido â Cardin, tomando o Pierre, ad benefitium argumentum, como quintessência da elegância.E discordo.
    É que já estive em Israel também, na esteira de um avô franco, que foi Rei daquela coisa, no tempo das Cruzadas (incrível as voltas que um tipo dá, e os motivos) e juro que vi muito mais pencudos ou rino~salientes nos herdeiros da Corte do Rei-Sol do que nos da Casa de David.

    Jesus Cristo, de resto, seria rino-saliente? e já agora que estamos no reino da laringologia aplicada â etnologia,seria oto-pendente-lateralizado? Que Sua Santíssima Madre era da Casa de David não oferece dúvidas. Devia portanto ter as orelhas descoladas, além de uma dolicoefalia notável.

    Depois dei um salto â Berbéria, mais semitas. Louros, de olho azul, rino-discretos, Como montes de judengos que vi por Haifa, Telavive, Bethelem, e na Tebaída. O maior defeito de Israel? o vinho é caríssimo, a arquitectura moderna parece Portugal, medonha. Mas as judias são como qualquer homenzito sabe sexy, enquanto os homens sabem isso na prática.

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  6. "...Aliás, qualquer genealogista lhe dirá que 90% da nobreza portuguesa actual (ainda a há, e está bem, os brasões foram dourados por bom e sólido dinheirito burguês) tem sangue judeu. Basta um avozito, uma avozita, algures, na distância como o Barbadão ancestral dos Braganças ou algum Cohen, ancestral de tanta gente com bolinha azul e dourada na Genea-Portugal para salpicar com um genoma desamável a maior parte dos pedigrees cantantes e sonantes.
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    Esclareço ainda que semitas, são os árabes and their brothers not in law. Dê uma voltada pelo Alentejo. Os provincianos do Norte, que tambºem carradas de sangue mouro dos tempos da Dona. Ouroana (no fundo são mouros mais antigos, é tudo) chamam aos provincianos do Sul, com desprezo, mouros. Eu também, mas sem desprezo, (somos todos filhos de Alá, abençado seja!) os chamo assim.
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    Bom, você puxa a brasa à sua sardinha!

    Se isso é assim como você diz eu dou graças a "Deus?", porque afinal não foram os portugueses que fo##ram esta merda toda!! Uffa! Eu já a pensar mal e a desejar mal aos portugueses!!!
    Afinal toda esta decadência de merda já vem muito detrás!

    Pois é portugal nasceu com as cruzadas feitas por indo-europeus. Quando estes perderam as suas características e posteriormente deixaram de ter o poder, passaram então os semitas a dominar, e então este território voltou de novo a fazer parte do norte de áfrica!

    E deixe lá as pencas, os indicios semitas vão muito para alem de umas simples pencas! Há muitos outros!

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