«Saddam condenado à morte»
Condenados à morte somos nós todos. O Homem não tem o poder de condenar ninguém à morte: tem apenas o poder de antecipar o dia e forma da execução.
Geralmente, para esse efeito, apresenta ele dois géneros de justificação: Justiça ou mera Força Bruta, sendo que esta é uma justificação que dispensa códigos e argumentos. E pode ser praticada quer por bandidos de estrada, quer por Estados que mais não fazem que amplificar desmesuradamente os princípios, meios e fins do "bandido de estrada".
Que se antecipe a execução do tal Saddam não deve causar lágrimas a muita gente. A mim não causa.
Para ser honesto, causa-me apenas um reparo: não há forma mais repugnante de "Força Bruta" do que aquela que se mascara de "Justiça".
Na verdade, a pretexto de ter mandado massacrar 148 xiitas, Saddam Hussein vai ser massacrado por uma engrenagem que, a esta hora, já causou a chacina de algumas centenas de milhar dos mesmos.
A Moralidade é mulher a dias da Força.
A Europa faria bem em largar a droga.
Vae victis, diz tudo em duas palavras.
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