quarta-feira, novembro 08, 2006

Florilégio tauromáquico



Veio Muley - Acmet marroquino
Com duros trigos entulhar Lisboa;
Pagava bem, não houve moça boa
Que não provasse o casco adamantino:

Passou a um seminário feminino,
Dos que mais bem providos se apregoa,
Onde a um frade bem fornida ilhoa
Dava d'esmola cada dia um pino:

Tinha o mouro fodido largamente,
E já basofiando com desdouro
Tratava a nação lusa d'impotente:

Entra o frade, e ao ouvi-lo, como um touro
Passou tudo a caralho novamente,
E o triunfo acabou no cu do mouro.

- Manuel Maria Barbosa du Bocage

Para a poesia inglesa toda, chega o nosso Bocage sozinho. Só o verso "passou tudo a caralho novamente" arruma com as veleidades delicodoces de qualquer Larkin, Shelley ou Yeats de meia tigela. Sai em ombros, em apoteose, o nosso lidador, depois de cortar orelhas e rabos a torto e a direito. Com fanfarra e volta ao redondel.

Rompem olés de norte a sul
chovem chapéus e até cuequinhas.
Filho de cão com bruxa trinca-espinhas
- puta que pariu o John Bull!!

3 comentários:

  1. Ainda se arrisca a um levantamento e a ver a sua efígie a ser queimada em praça pública...

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  2. Usurpadores! Devolvam-me a minha Tina! Preciso de lavar os pés.

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