Segundo o Washington Post, a mais recente estimativa de iraquianos mortos desde 2003, no decurso do filantrópico processo de democratização acelerada do seu país, ronda os 655 mil.
Dizerem-nos que são 655 ou 65 ou 6,5 mil, para nós, é igual ao litro. Não passam de meros números. Contabilidades macabras, mas longínquas, alógenas, inodoras. É uma coisa que até já nos enfada. Sobretudo, porque já não é novidade nenhuma. Já passou de moda. Só a muito esforço, quase a saca-rolhas, é que ainda é notícia. Está gasto e estafado. Um tipo, ao arrastar ainda tal realejo, corre mesmo sérios riscos de vaia, tomatada e vitupério. O turista bélico, afinal de contas, também é um turista. Psicológico, reptiliano, mas turista. Já não o estimula nem excita, o Iraque. Uma seca! Nem armas de destruição maciça tinha. Agora, já nem com números de extermínio massivo lá vai. O que a malta gramava mesmo era uma nova guerra, com toda uma nova panorâmica, roteiro, enredo, prosápia; com efeitos especiais inauditos, parafernálias tonitruantes e panóplias estrondosas! Isso sim, isso é que era supimpa. O pagode enchia o papinho, absorvia toda aquela epopeia chacinadora, terraplenante, e vinha depois crocitar e gargarejar nos blogues. Armar zaragata e chinfrim. Lançar anátemas e aviõezinhos. A esquerda e a direita; a direita e a esquerda... e por aí fora, sempre às voltas, como hamsteres pensadores, na rodinha.
655 mil mortos, pois é, uma maçada. Um hino ao tédio, ao enjoo, ao desinteresse. Para atenuar um pouco o aborrecimento, para que os fastio não seja total, para não dizerem que foi a seco, sem vaselina, sempre aqui deixo uns quantos bilhetes postais. Uma galeria deles, na verdade: fotos tiradas pelos soldados americanos -coitados, dois mil e setecentos (fora os não declarados) também já esticaram o pernil - durante mais este açougue das mil e uma noites.
Aos estômagos mais sensíveis não recomendo o visionamento. A coisa é um bocado a atirar para o emético. Mas aos nossos falcães da treta, a esses, sim, sem dúvida, não percam o repasto. Merecem-no. E as notas de rodapé, essas então, parecem que foram feitas de encomenda, autenticamente a pensar neles. É de ver, rever e chorar por mais.
Mas ponham um babete antes. Ou melhor, dois. Um em cima e outro em baixo.
psicopatia da melhor...consegui ver duas páginas.
ResponderEliminarA.J.
Na empresa em que trabalho o site que recomenda não está autorizado...
ResponderEliminarQuando é que é a estreia do "Irão"?...
ResponderEliminarTambém não perde grande coisa, FSantos. Vá por mim. E dado que não precisa de terapia...
ResponderEliminaristo devia ser dedicado àqueles palhaços betos que se enojam muito com a selvajaria das queimas de bandeiras e pedradas nas embaixadas por causa da "liberdade de expressão ocidental".
ResponderEliminarE foi. Terapia de choque. Ou melhor, "choque & wave"... Ou choc-a-pic", talvez fosse melhor dizer.
ResponderEliminarO site referido pertence a
ResponderEliminarShannon Larratt
35 High Park Ave. #2701
Toronto, ON M6P2R6
Canadá
e encontra-se alojado no servidor da
Performance Systems International
1015 31st St NW, Washington DC, PostalCode: 20007
USA
Não sei o que isto significa mas alguma coisa deve querer dizer. Ou então não.
Este Shannon Larratt, tem 24 anos e é editor e criador do site BME (Body Modification E-zine). É uma referência em termos de sanidade mental. Aconselho-te vivamente www.bmezine.com.
Faz todo o sentido.
ResponderEliminarHá toda uma comunidade entre o boby-piercing e o body-in-pieces.
mas confesso que nenhum dos sites me interessa particularmente. Bem, pelo contrário. Só mesmo como terapia de choque para certas amélias belicosas.
Brutal e bem nojento.
ResponderEliminarBem ao nível dos porcos que fazem os comentários.
Pena que é não tenham tirado algumas fotos aos quase três mil deles (estimativa por defeito) que também lá ficaram!
Mas em relação aos números, um oficial graduado americano sabe que mortos foram só 50000. Números fidedignos que ele leu não sabe é muito bem onde!