sexta-feira, outubro 27, 2006

JUKEBOXE 5 - 2ªLição: Protopedagogia do Rock'n'Roll

Os autênticos. Estes sim, dignos de figurar em murais sacros e pinturas urbano rupestres.
(ZZ Top - "La Grange")

19 comentários:

  1. Só música boa!
    A começar pela primeira publicada :)

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  2. Not bad. But...This is the real boogie thing

    And there´s a bonus in it: the best slide guitar you can see.

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  3. Precisamente, os "de Triers" são os falsificados. Por isso mesmo, estes são os autênticos, os dignos (ao contrário dos outros) de figurarem nos tais murais.

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  4. NO entanto, a primeira lição de rock n´roll é Esta.

    A canção e a letra são um achado. 50 anos depois, Bob Dylan compõs a primeira canção( Thunder on the mountain) do seu novo Modern Times em que plagia descaradamente os acordes de Johnny B. Goode. E ainda é aplaudido. Talvez seja porque o plágio não se fica por essa, mas ainda retoma temas de JJCale, dos Dire Straits e do próprio Dylan dos primórdios, em certos guinchos de guitarra que lembram Highway 61 revisited.

    Grande disco, o Modern Times! Ahahahah!

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  5. Ora compare-se lá a grande obra actual de Dylan, com o original de Chuck Berry.

    Aqui, ao vivo

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  6. José, não vamos regredir à fase embrionária do rock'n'roll, em que ainda não se distingue muito bem do "blues acelerado" ou do "rytm'n'blues".
    Eu tenho o maior respeito pelos embriões, assim como pelas criancinhas, mas não me passa pela cameça promovê-los a exemplos acabados. Antes de 1965, não vale a pena perder muito tempo.

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  7. "Embriões"?

    Os blues e o country em modo gospel ou redneck, não são embriões. São a real thing, perfeita e acabada.
    As gravações é que não prestam, são antigas, em mono, de uma pista ou duas e captadas por micros rafeiros.

    Para entender mesmo a importância desses embriões, será preciso ouvir e ver os mestres que os divulgaram.

    Por exemplo, Eric Clapton ( autor do melhor disco de sempre da música rock-Layla, porque é um compêndio de todos os clichés que se copiaram dos blues e de todos os acordes que é preciso saber para tocar rock).
    Ou mesmo Keit Richards, cujo Paint it black que apontaste aqui como genealogicamente ligada ao rock n´roll ( e é merecido porque é das melhores canções de sempre dos Stones ou de qualquer outro grupo similar).

    Para tal, veja-se este exemplo, com um pretinho que influenciou realmente a música rock, tocando blues e outras misturas.

    Fantástico

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  8. O disco Layla, de Eric Clapton e os Dominós, é uma antologia do rock. Incluindo bónus como a slide guitar de Duane Allman ou os lamentos escritos de Eric por causa da paixão por uma mulher que se ama e que é mulher de outro, ainda por cima amigo e que não se quer magoar por isso.
    Shakespeareano.
    Da primeira á última música não tem uma nota a mais ou a menos e todas as composições são de qualidade cimeira.

    Pode dizer-se porém que será um pastiche de géneros, particularmente os blues.
    Nenhuma das canções terá a qualidade intrínseca e original de uma Strawbweey Hills, de uma Something ou até de uma Paint it black, magnífica sem dúvida.
    Mas ainda assim, compendia tudo o que no rock se fez. E é de 1970.

    Aquelas músicas que acima apontei, já não são bem do rock, mas da música universal.

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  9. É como o petróleo em bruto e o petróleo refinado.
    A malta branca introduziu uma coisa que escapa um bocado aos outros tipos: sentido melódico. Não foi por acaso que o rock'n'roll se aproximou da clássica e o blues et al derivou no jazz.

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  10. Quando eu acima falei em "sentido melódico" podia usar talvez outro conceito mais rigoroso: metafísica.

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  11. O rock n´roll já é uma síntese de outras músicas populares.

    Há por aí algumas histórias do rock, algumas em forma de vídeo e que vale a pena ver para crer.
    Tenho por cá uma em dvd que se chama mesmo assim: A história do Rock n´roll, traduzido do americano The History of...
    São 10 horas de fimes, entrevistas e músicasàs centenas ( excertos de 250 canções).
    O primeiro volume que é no caso o que interessa, começa com "A era de ouro" que é o final dos quarenta, e a década seguinte.
    A tal melodia que sobra aos brancos junta-se ao ritmo que os pretos trouxeram dos batuques africanos e misturando com a sonoridade dos cantos das igrejas, deu numa coisa nova quando se inventou a guitarra electrificada.
    A partir daí, os nomes sucederam-se e as melodias também, mas o simplismo do sentido melódico versus ritmo binário, ternário e a também a quatro batidas, cede o passo acelerado quando ouvimos Sam Cooke ou Ray Charles.
    O soul demonstra que os pretos também têm melodia no ritmo. E o country rock vem provar que os brancos também provaram o sabor dos blues.
    É por isso que se dizia que Even the Cowgirls get the blues.Sometimes, já agora.

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  12. Mas...voltando a uma vaca fria, antiga e congelada: a música portuguesa, nossa, que é feito dela?!

    Ando a interessar-me pelas sonoridades das bandas que procuraram as raízes dos nossos sons.
    No folklore e no canto popular, mesmo em canto chão.

    É por isso que A Brigada Victor Jara, com um nome assim e tudo, é interessante de ouvir.
    Ando com saudades de voltar a ouvir o Santo António de Amarante, cantada pos esses comunistas.
    Os aemricanos não têm melhor que isso, aliás.
    E que me venham dizer que têm, que eu mostro-lhes as notas da escala, na pauta.

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  13. E este tipo também merece ser ouvido.

    Neste vídeo, até aparece com outro grande guitarrista português.

    Veja-se e ouça-se, uma das mais belas músicas cantadas em português, com influências do rock americano e da soul.

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  14. Como sabes os meus conceitos musicais não estão sujeitos a debate. São dogmas com valor eterno.
    Quanto a "música portuguesa", não sei o que isso é. Antes disso há o Mozart, o Bach e coisas assim. Lá iremos a isso tudo. E ao Carlos Paredes também.
    Direi, aliás, como o outro: só há dois tipos de música, a boa e a má. Não é nas artes que eu aplico a minha costela nacionalista.

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  15. Quanto ao "tipo", tenho uma palavra com cinco letrinhas apenas: Merda.

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  16. Oh shit!
    os meus gostos são mais ecléticos. Mas como dizes, não se discutem, de facto.
    Apresentam-se.

    E quanto ao "plágio" do outro que se arma em virgem ofendida, não vai nada, nada, nada?

    Por mim, vou insistir em mais um artigo sobre o roubo de frases, ideias e planos. Copiado de outros lados, mas com indicação da proveniência.

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  17. Já está na fornalha, sobre isso. Hoje estou de plantão à família, pelo que não me tem sobrado tempo. Mas amanhã é capaz de sair qualquer coisa.

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  18. Quando duas culturas se juntam dá-se um efeito sinérgico, em que o resultado é maior do que a soma das partes. Foi o mesmo quando Paul Simon produziu o álbum com aquele grupo de sul-africanos. Conseguiram dar melodia ao ritmo africano.

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