sexta-feira, outubro 20, 2006
A Bem da eulalia e da subtileza (bem como da moral e bons costumes)...
«Não digais: "Tenho vontade de foder". Dizei: "Sinto-me nervosa".
Não digais: "Vim-me como uma louca". Dizei: "Sinto-me um pouco cansada".
Não digais: "Vou-me masturbar". Dizei: "Volto já."
Não digais: "Quando eu tiver pintelhos nos cu". Dizei: "Quando eu for crescida".
Não digais: "Gosto mais da língua do que da pissa". Dizei: " Só gosto dos prazeres delicados:"
Não digais: "Entre as refeições só bebo esporra." Dizei: "Tenho uma dieta especial."
Nõ digais: "Ela vem-se como uma égua a mijar." Dizei: "É uma exaltada".
Não digais: "Quando se lhe mostra uma pissa, fica zangada." Dizei: "É uma original."
Não digais: "É a maior puta da terra." Dizei: "É a melhor menina deste mundo."
Não digais: "Vi-a foder pelos dois lados." Dizei:"É uma eclética."
Não digais: "Deixa-se enrabar por todos quantos lhe façam minete." Dizei: "É um pouco namoradeira."
Não digais: "Ele entesoa como um cavalo." Dizei: "É um jovem perfeito."
Não digais: "A pissa dele é grande demais para a minha boca." Dizei: "Sinto-me uma criança, quando falo com ele."
Bão digais: "Ele veio-se-me na cara e eu na dele." Dizei: "Trocámos algumas impressões."
Não digais: "Quando se o chupa, descarrega logo." Dizei: "É um repentino."
Não digais: "É uma fressureira endiabrada." Dizei: "não é nada namoradeira."
Não digais: "Dá três sem a tirar." Dizei:"É um simplório."
Evitai as comparações temerárias. Não digais: "Dura como uma pissa, redondo como um colhão, molhado como a minha racha, salgado como esporra, não maior que o meu grelinho", e outras expressões que não são admitidas pelo Dicionário da Academia.»
- Pierre Louÿs, "Manual de Civilidade para Meninas"
Um subsídio essencial para a moralização blogosférica.
ResponderEliminarCom este post, até o Céline corava!
ResponderEliminarAh! Ah! Ah!...
Caro Dragão
ResponderEliminarO Caguinchas não é menor?
Fodassss!
ResponderEliminarEste livro existe mesmo? ou o Dragão tá a reinar?
ResponderEliminarLusitanus
Estou a reinar, reino sempre. Mas o livro existe mesmo. E está editado em Português pela "Fenda Edições".
ResponderEliminarCaramba, caros leitores, até o Céline apreciava o Pierre Louÿs.
ResponderEliminarTenho o livro vai para quase vinte anos. Às vezes, nessas "micro feiras para liquidação de monos" ainda o vejo por aí. Vi-o o ano passado numa tenda junto à estação de Algés.
Fora isso, encontra-se nos alfarrabistas, locais da minha devoção.
Não obstante, acaba de me dar um bom motivo para eu visitar Coimbra.
ResponderEliminarVasculharei o dito e dir-lhe-ei então de minha justiça.