A gloriosa "democratização" do Afeganistão descrita por quem lá está, de arma na mão e credo na boca:
É impressão minha, ou está a ficar parecido com um Vietnam montanhoso e frio?...
Isto lembra até um episódio decorrido não há muito tempo. Em 1998, falando ao Nouvel Observateur, Zbigniew Brzezinski, assessor do Presidente Americano, Jimmy Carter, gabava-se, muito ufano:
A que "Operação secreta" se referia ele?
Há dias atrás, num discurso à Comissão de negócios Estrangeiros do Parlamento Europeu, o presidente do Paquistão e grande aliado do Ocidente (entenda-se, Estados Unidos) na área, foi esclarecedor:
Portanto, e recapitulando, o monstro frankenstein que anda actualmente à solta no Afeganistão - e, segundo teses americanas, pelo mundo em geral -, a Besta negra que ameaça os sagrados fundamentos da Civilização Ocidental foi engendrada, nutrida e largada no mundo pelos próprios americanos e ocidentais (leia-se, neste caso, Ingleses), através do prestável Paquistão, que, muito gentilmente, disponibilizou as instalações e terrenos para o sinistro laboratório.
Quer dizer, mais que aos caprichos duma corja de doidos, isto avança aos solavancos alucinados e frívolos duma súcia de aprendizes de feiticeiro: ora criando monstruosidades cujo controlo invariavelmente lhes escapa, ora bufando, ó tio ó tio, atrás do rasto de destruição dos seus frankensteinezinhos desembestados. Agora estão na segunda fase. E não é nada divertida, a dita cuja. Porque divertida é a primeira, a de criar monstrinhos. Por isso mesmo, sempre que dão consigo na segunda, os nossos troca-tintas inveterados reconvertem rapidamente à primeira. Isto é, desatam a engendrar e adestrar um novo monstro para dar cabo do monstro antigo, doravante rebelde e endemoinhado. O problema é que cada novo frankenstein é pior que o anterior, mais instável, raivoso e destrambelhado, pelo que a resolução duma ameaça redunda logo noutro perigo ainda maior.
Compilemos os últimos episódios da extravagante saga: depois de subsidiarem a besta nazi contra o alastramento do monstro soviético, aliaram-se ao monstro soviético para darem cabo do besta nazi; a seguir, fabricaram o monstro do fundamentalismo islâmico para arruinarem o horror comunista; agora apostam na besta imperial de mão dada com a aberração sionista, qual Tirésias bêbado guiado por um fedelho autista, e confiam piamente numa tal aliança dinâmica para desactivar a monstruosidade islâmica.
Com tamanha - tão permanente, desarvorada e frenética - teratomaquia (combate de monstros), há uma pergunta que forçosamente se impõe: Mas afinal moramos onde - na Civilização Ocidental ou no "Apocalipse segundo S. João"?...
Noutras palavras: a aeronave Ocidental foi sequestrada por um piloto suicida? Vamos a reboque duma locomotiva que descarrilou?...
Teriomaquia, pá, é teriomaquia.
ResponderEliminarteros/teratos é monstro, logo, teratomaquia devia ser o mais correcto.
ResponderEliminarmas estes textos são uma coisa impressionante.
ResponderEliminarprecisamente zazie
ResponderEliminarnão deixo de me perguntar de que catacumba gloriosa saíu este monstro lança-chamas
não sabia que o meu país ainda produzia disto
(e no perfeito anonimato pois doutro modo o país triturava-o com as mandíbulas da congénita nacional-mediocridade)
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ResponderEliminarTeras/Teratos - monstro/monstros.
ResponderEliminarDe memória, e mal para o que exactamente queria significar, eu fui, de memória, atrás do "Ther/Theras" - fera monstruosa; besta; besta feraPor conseguinte, o termo mais correcto será "teratomaquia".
"teriomaquia", em rigor, não está incorrecto, mas é, se assim podemos dizer, menos correcto.
Agradecido a ambos. E não me poupem!
Ai o Isidro, catano! Que porra é essa, estudástes grego por acaso? thêr, therós 'fera' (ther é feminino, não interessa, therós é o genitivo, não interessa); teros, ó zazie, não existe; teras, draco, também não; existe sim o neutro, que é o que convém à bicharada furiosa, thêríon, thêríou, logo junta-se o tema therio- ao segundo elemento do composto e não há maca, como se dizia em Angola, se submetermos a mistela às leis da acentuação latina, a coisa fica perfeita: TERIOMAQUIA! Como, por exemplo, teriomorfismo, os deuses gregos eram... pois... teriomórficos.
ResponderEliminarSem por em causa a sumidade,ó Haja Pachorra, vou ser comezinho (até porque já disse que "teriomaquia" não estaria em rigor incorrecto). Dicionário de Português - Porto Editora:
ResponderEliminarTeratogenia - produção de monstruosidades;
teratologia - ciência biológica que estuda as monstruosidades
etc. Portanto, é só alterar o sufixo, não?
E estudar nunca foi comigo. Sou burro que nem um cepo.
Quanto aos "teriomórficos", não seriam os deuses egípcios?... Ou os singapúricos, que sei eu!... :O)
Não estarás a confundir os "mambos" aí, ó camba? Ou estás a desconseguir de entender isto?...
Mas tens razão no "theras", ó avilo. Lapso de impressão. Agora, estás a teimar no caminho errado, que é o da besta fera.
ResponderEliminarTéras/teratos (com tau e não com theta) existe e significa "monstro", entre outras coisas. Ora, é o mosntro que se pretende.
Ó Haja Pachorra, por acaso estudei 2 anos de grego há séculos e ainda tenho dicionário.
ResponderEliminarTerás, teratos= sinal do céu ou prodígio, ou monstro. A própria palavra monstro aparece sempre (em grego e em latim, associada a presságio ou a mostrar- é um excesso de visão.
Por isso mesmo, o estudo dos monstros sempre se chamou teratologia. Pela mesma ordem de ideias, faz todo o sentido dizer-se teratomaquia.
Tanto faz escreverem com t ou th porque em grego é com Tau, como disse o Dragão.
Por isso meu caro hapachorra, quem se enganou foi v.
ResponderEliminarA palavra não vem de fera (thêr/thêros- no mausculino) mas de presságio.
Já agora, costuma usar-se o genitivo para as derivações. No sentido de "acerca de".
Nem tudo está perdido, quanto não vale terem declinado ta tôn hellenôn! Estes xifópagos não alanzoam em vão. A nossa zazie não se enleia com térata, só com theres machos . Já o merencório dragão varre a mesnada, teratológica ou teriomórfica, sem pestanejar, ó portento de olhos garços! Parabéns abencerragens taumafóricas. Amen!
ResponderEliminareheheh
ResponderEliminarmonstrinhos é comigo. E se fossemos para a variante latina ainda encontrávamos paralelos mais engraçados.
Os monstros não eram necessariamente feras mas avisos e premonições. Eram seres que nasciam fora da norma, da órbitra e que eram vistos como sinais de males e castigos para a humanidade.
Uma data muito interessante nessa matéria, ó Zazie, é o "ano 1000", não?...
ResponderEliminarEu cá só conheço o Theramed e serve para lavar os dentes!
ResponderEliminarLoll!!!
pois foi, Dragão. E vão continuar com o Lutero que até os usa como caricatura do papado e depois acabam nos gabinetes de curiosidades.
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