«Uma em cada cinco mulheres é agredida pelo marido».
Estes estudos, hão-de desculpar-me os leitores mais sensíveis, parecem-me um bocado tendenciosos. Deviam ser mais abrangentes. Deviam esclarecer-nos, por exemplo, acerca das seguintes questões, também elas deveras interessantes:
Primeira questão: Um em quantos maridos é agredido pela respectiva? A tortura, especialmente psicológica, também conta?
Nota de rodapé (NR): Com a cambada de coninhas e totós que por aí prolifera não me admirava nada que os números atinjam cifras astronómicas. Acrescento que tão extravagante fenómeno não me suscita qualquer sentimento de pena ou revolta; em boa verdade, só se perdem as que caem no chão. Que outra coisa pode mesmo merecer um cabrão desses, senão cornos e um varapau por eles abaixo?... Anima-me, tão somente, uma certa curiosidade científica.
Por outro lado, dado o comportamento cada vez mais doméstico e sopeiro de grande parte dos produtos depilados da confeitaria urbana, é natural que, cada vez mais, façam as vezes da esposa no lar e, além da pré-lavagem dos pratos e pilotagem dos fogões, enfardem também pela medida grande. Donde se me afigura que o estudo é realmente preconceituoso: fala em "mulheres agredidas pelos maridos" e esquece-se dos gajos agredidos pelos maridos. Já não falando nos mariconços abertamente gays, ou as lésbicas-esposas, que também, eventualmente, levam porrada dos ditos cujos. São, quer-me cá parecer, esquecimentos grosseiros, atentatórios dos costumes, vesgos à modernidade, que em nada abonam da seriedade do estudo e, ainda menos, da cientificidade da investigadora.
Segunda questão: Um em quantos casais é agredido pelos mimosos filhos?
NR: Também não me escandaliza. Acho justíssimo. Quem semeia merece colher. Dado o nível de educação e empenho na mesma praticado por estes papás modernaços urbanos, nenhuma bizarria nos deverá apanhar de surpresa. Quando um tipo cabeludo, vestido de carrasco medieval, a invocar Satã, irrompe aos urros cabalísticos, de machado inexorável em riste, pelo quarto dos pais e consuma um massacre rápido, podemos ficar seguros que teve uma esmerada educação, nutrida pelos melhores perceptores que o mercado disponibiliza: a televisão, o cinema americano e o heavy-metal. Se for um pouco mais demorado no acto, acompanhado de arabescos e precedido de drogas entorpecentes nas vítimas, podemos presumir e adicionar algumas leituras esoistéricas. O Harry Potter, provavelmente.
Terceira questão: Um em quantos professores é agredido pelos jovens alunos?
NR: Outro caso de retribuição lógica. Verdadeiro restauro do método de Talião, é olho por olho, dente por dente. Tu cegas-me a mim e eu chego-te a roupa ao pêlo a ti. Mesmo assim, a vantagem pende ainda, claramente, para o lado do professor. É deplorável, mas é o nosso atraso congénito. Ainda estamos longe das performances trepidantes de países super-desenlvolvidos, verdadeiros paraísos terreais, como os Estados Unidos, onde o aluno, de M16 ou Kalachnicov em patilha de rajada, rega indiscriminadamente colegas, professores e funcionários. É, claro está, a apoteose do indivíduo em todo o seu esplendor. No fundo mais não cumpre que os quesitos instilados e desejáveis da competitividade campeã: trata de demover, o quanto antes, a concorrência, quer desbastando a actual, quer atrasando e rarefazendo a futura.
(Quanto ao número de alunos que é agredido por um sistema de educação absolutamente lobotomizante dispensa-se a pergunta: é um em cada um. Todos os que para lá entram. Na máquina dos chouriços.)
Estes estudos, hão-de desculpar-me os leitores mais sensíveis, parecem-me um bocado tendenciosos. Deviam ser mais abrangentes. Deviam esclarecer-nos, por exemplo, acerca das seguintes questões, também elas deveras interessantes:
Primeira questão: Um em quantos maridos é agredido pela respectiva? A tortura, especialmente psicológica, também conta?
Nota de rodapé (NR): Com a cambada de coninhas e totós que por aí prolifera não me admirava nada que os números atinjam cifras astronómicas. Acrescento que tão extravagante fenómeno não me suscita qualquer sentimento de pena ou revolta; em boa verdade, só se perdem as que caem no chão. Que outra coisa pode mesmo merecer um cabrão desses, senão cornos e um varapau por eles abaixo?... Anima-me, tão somente, uma certa curiosidade científica.
Por outro lado, dado o comportamento cada vez mais doméstico e sopeiro de grande parte dos produtos depilados da confeitaria urbana, é natural que, cada vez mais, façam as vezes da esposa no lar e, além da pré-lavagem dos pratos e pilotagem dos fogões, enfardem também pela medida grande. Donde se me afigura que o estudo é realmente preconceituoso: fala em "mulheres agredidas pelos maridos" e esquece-se dos gajos agredidos pelos maridos. Já não falando nos mariconços abertamente gays, ou as lésbicas-esposas, que também, eventualmente, levam porrada dos ditos cujos. São, quer-me cá parecer, esquecimentos grosseiros, atentatórios dos costumes, vesgos à modernidade, que em nada abonam da seriedade do estudo e, ainda menos, da cientificidade da investigadora.
Segunda questão: Um em quantos casais é agredido pelos mimosos filhos?
NR: Também não me escandaliza. Acho justíssimo. Quem semeia merece colher. Dado o nível de educação e empenho na mesma praticado por estes papás modernaços urbanos, nenhuma bizarria nos deverá apanhar de surpresa. Quando um tipo cabeludo, vestido de carrasco medieval, a invocar Satã, irrompe aos urros cabalísticos, de machado inexorável em riste, pelo quarto dos pais e consuma um massacre rápido, podemos ficar seguros que teve uma esmerada educação, nutrida pelos melhores perceptores que o mercado disponibiliza: a televisão, o cinema americano e o heavy-metal. Se for um pouco mais demorado no acto, acompanhado de arabescos e precedido de drogas entorpecentes nas vítimas, podemos presumir e adicionar algumas leituras esoistéricas. O Harry Potter, provavelmente.
Terceira questão: Um em quantos professores é agredido pelos jovens alunos?
NR: Outro caso de retribuição lógica. Verdadeiro restauro do método de Talião, é olho por olho, dente por dente. Tu cegas-me a mim e eu chego-te a roupa ao pêlo a ti. Mesmo assim, a vantagem pende ainda, claramente, para o lado do professor. É deplorável, mas é o nosso atraso congénito. Ainda estamos longe das performances trepidantes de países super-desenlvolvidos, verdadeiros paraísos terreais, como os Estados Unidos, onde o aluno, de M16 ou Kalachnicov em patilha de rajada, rega indiscriminadamente colegas, professores e funcionários. É, claro está, a apoteose do indivíduo em todo o seu esplendor. No fundo mais não cumpre que os quesitos instilados e desejáveis da competitividade campeã: trata de demover, o quanto antes, a concorrência, quer desbastando a actual, quer atrasando e rarefazendo a futura.
(Quanto ao número de alunos que é agredido por um sistema de educação absolutamente lobotomizante dispensa-se a pergunta: é um em cada um. Todos os que para lá entram. Na máquina dos chouriços.)
Quarta questão: Um em quantos contribuintes é agredido pela chusma de burrocratas que se banqueteiam com o erário público?
NR: Aí, para variar, temos um método cristalizado há séculos: "Paga e não bufa". Quer dizer, só bufa para lixar algum espertalhão que pretenda eximir-se ao pagamento. Fora isso, eis-nos em terreno absolutamente minado: ninguém sabe exactamente quantos contribuintes existem, quanto dinheiro pagam e, muito menos, que destino é dado a esse dinheiro. Top secret. Superiores razões e interesses de Estado. Além de que decorre, nestes últimos decénios, um singular concurso: entre o Estado que rouba os contribuintes e os contribuintes que roubam o Estado - ou melhor dizendo: os contribuintes que roubam os outros contribuintes através do Estado.
Quinta questão: Um em quantos eleitores é agredido pelos políticos eleitos?
NR: Espero bem que todos. Também aqui, estou com os políticos. Se um masoquista, em donaires voluptuosos, lhes entrega um cavalo-marinho para as mãos, é lógico que o gratifiquem pela oferta. Quanto mais não seja, por cortesia . O eleitor, de resto, é em tudo idêntico ao mariconço lava-loiças: elege uma puta para depósito dos seus idílios tansos de fidelidade. O diagnóstico, fatalmente, é o mesmo: merece cornos e cacetada por eles abaixo. Excepto nos casos em que os desenvolva retrácteis, como certos moluscos gastrópodes providos de concha, vulgo caracóis. Também acontece. E dificulta a pontaria.
Haveria muitas mais questões, mas eu ando sem tempo, sem grande paciência, e as eventuais respostas não ofereceriam qualquer mistério.
Por exemplo, "quantas mulheres, maridos, avós e crianças são agredidos e violentados pela televisão, que não faz senão debitar merda esterilizante 24 horas ao dia, por múltiplos canais e cloacas?..."
Dir-me-ão os liberais que há quem goste de comer merda, que é o mercado a funcionar. Pois, pá, só que não é por gosto: é mesmo por vício. Toxicodependência da mais saloia. Larguem a droga, pá! Essa merda mata.
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ResponderEliminar(... um sistema de educação absolutamente lobotomizante dispensa-se a pergunta: é um em cada um. Todos os que para lá entram. Na máquina dos chouriços.)
ResponderEliminarPink Floyd - The Wall!
Que saudades... :)
"... há quem goste de comer merda"
Estou escandalizado!
Nunca o pensei ver com uma 'reflexão' escatológica. :o))
"... que não faz senão debitar merda esterilizante 24 horas ao dia..."
Passe a manifesta imodéstia: tenho a solução para este problema.
Comigo a televisão seria baseada no preclaro e saudoso modelo soviético.
Assim, teríamos:
- Exibição de ópera, bailado, música clássica, ginástica, xadrez e patinagem artística em grande parte do horário.
(aí uns 60%)
- Telejornais com apresentadores vestidos de fato cinzento e gravata preta, com fundo cinzento, a assegurar-nos que o Camarada Secretário-Geral (este vosso serviçal) e respectiva família se encontram do óptima família e a reflectir sobre novos rumos para a Revolução
- Debates moderados pela Manuela Moura Guedes sobre a temática do materialismo dialético com a participação do Cónego Melo e do Eduardo Prado Coelho.
- Concurso 'Big Matrioshka' apresentado por Miguel Sousa Tavares.
O concurso consiste em 12 concorrentes-camaradas, durante 3 meses, filmados 24 horas por dia no interior de uma matrioshka gigante onde se acoitam diversos 'porcos-capitalistas'.
A missão dos camaradas-concorrentes é encontrar e reeducar ideológicamente os 'porcos capitalistas'.
Ganha o concorrente que encontrar mais 'porcos-capitalistas' e os conseguir reeducar com sucesso (ou fuzilar, se insistirem no seu burguês oink-oink).
- Animação, com Vasco Granja.
- Fim de emissão (apoteótico) ao som da Internacional com especial ênfase no:
" De Pé, de Pé
NÃO MAIS SENHORES"
e
"Sejamos nós quem conquistemos
A Terra-Mãe livre e comum!
Para não ter protestos vãos,
Para sair deste antro estreito,
Façamos nós por nossas mãos,
Tudo o que a nós diz respeito!"
(nas escolas, todas as salas de aula com o SAGRADO tríptico de Marx-Engels-Lénin, símbolo máximo da Santíssima Trindade da nova religião)
Isso é mesmo defeito de fabrico, do Made in Portugal ! Ou há-de ser 8 ou 80!
ResponderEliminarDa-se, Buiça!!!!!!!!!!!!
www.quadradodasbermudas.com ,um site de um programa alternativo
ResponderEliminarDesculpem a publicidade mas quem lê o Dragão deve ver, pelo menos uma vês na vida!